terça-feira, 22 de março de 2011

Fringe – Ep. 3x17 “Stowaway”

Episódio exibido no dia 18/3/11 nos EUA


Não é à toa que J.J. Abrams e cia constantemente citam Arquivo X como uma de suas referências para a criação de Fringe. Ousada e inovadora numa época de muita mesmice na tv, a saudosa produção protagonizada pela dupla Mulder e Scully, soube, em suas melhores temporadas, equilibrar com muita competência os chamados monstros da semana (casos que se resolviam dentro de um único episódio) com a grande mitologia da série. Nesse sentido, quando analisamos o histórico de Fringe até aqui, fica fácil perceber que a série pegou emprestada essa característica de uma de suas maiores inspirações, refinando-a a ponto de tornar histórias isoladas tão interessantes quanto o contínuo desenvolvimento de seu principal arco mitológico, sem também nunca abrir mão de divertir, algo que esse 17º episódio fez com sobras.

LEIA MAIS...

    Da participação especial da ótima Paula Malcomson (como a mulher que simplesmente não morria), passando pelas risíveis sequências envolvendo Walter e Bellivia (o que foi a cena dos dois discutindo a absurda possibilidade de Bell ‘encarnar’ na pobre vaca Gene?), ‘Stowaway’ surge como um dos melhores da temporada, ainda que também fique marcado como o episódio de menor audiência da série até aqui.

    Contando com Anna Torv inspirada e bem sucedida na complicada tarefa de emular a voz de Leonard Nimoy (Bell) por muito mais que poucos segundos, o episódio dá um tempo no foco do relacionamento entre Olivia e Peter (que com aquela cara emburrada em decorrência do ‘sumiço’ da agente, rendeu risos acidentais muito bem-vindos) para explorar outro que pouco havíamos visto: o de William Bell e Walter.

    Amigos e parceiros de longa data, os dois guardam semelhanças comportamentais, adoram fazer comentários nonsense, mas ao mesmo tempo tem características diferentes e que se revelam, de certa forma, complementares. Se Walter parece ser sempre mais pragmático em boa parte de suas ações, Bell adota um discurso mais inclinado à explicações não racionais ou lógicas, algo que ele inclusive defende frente um questionamento do agente Lee (que também deu as caras do lado de ‘cá’) sobre as hipóteses que cercavam as motivações de Dana Gray, a mulher que não morria.

    Nesse contexto, com o fim da temporada (e da série, talvez?*) se aproximando, não resta dúvida que a dinâmica dos dois personagens terá papel decisivo no desenrolar da trama. Além disso, é justo reconhecer com esse episódio, que os roteiristas da série arrumaram uma explicação plausível dentro da história para justificar o retorno de William Bell à trama usando o corpo de Olivia. Algo aliás, que pode ser entendido tanto como um feliz e conveniente evento, quanto fruto de um trabalho bem planejado há tempos, dessa que é, apesar da baixa resposta do público americano, uma das séries mais relevantes dentro de seu gênero.

    * Como fã da série, e com o fôlego que a trama ainda parece ter, obviamente gostaria muito de ver outra temporada. Contudo, considerando o histórico da Fox e sua pouca tolerância com produções que rendem baixa audiência, com ou sem campanha #SaveFringe rolando solta nas redes sociais, não vou me surpreender se Fringe chegar ao fim já nesse seu 3º ano.

4 comentários:

  1. Concordo plenamente.
    Fringe é hoje a série que mais me interessa e a fórmula de mesclar os casos da semana com a trama principal muito me agrada. Ótimo episódio. É uma pena a série estar capengando na audiência e correr risco de cancelamento. Realmente uma pena. Se isso acontecer acho que o jeito vai ser procurar mais uma série do JJ.

    ResponderExcluir
  2. Esse episodio me lembrou um pouco Lost, quando o William fala sobre destino e que nem tudo tem haver com ciencia. Ademais, gostei do episódio e só achei que faltou alguma coisinha no final, mas fora isso tá otimo.

    ResponderExcluir
  3. E o comentário do s03e18 sai quando?
    É um daqueles episódios q encaminha o season finale...

    ResponderExcluir
  4. Episódio genial! A Anna Torv já tinha mostrado mais de sua veia artística ao fazer uma Bolívia totalmente diferente da original, não só na cor dos cabelos, mas nos trejeitos, forma de andar, sorrisos... E agora ela dá um show emulando a voz de Bell e seu sotaque, forma arrastada de falar e mover os ombros, etc, etc, etc... Palmas à ela!

    E Walter é um caso à parte, um dos melhores personagens da atual TV. Imagino um encontro entre ele e Locke... como seria?

    E uma dúvida pintou: Peter lembrou do agente Lee do outro universo? Acho que não, né...

    ResponderExcluir

Fale conosco! também pelo e-mail mandando sua sugestão ou crítica.

Comentários ofensivos ou que não tenham relação com o post serão recusados.