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Na categoria de melhor série dramática, a briga por uma indicação continuará muito intensa, mesmo com uma vaga a mais em jogo. Mad Men, vencedora do ano passado, continua por cima e fatalmente estará mais uma vez entre as finalistas. Como também é bastante provável que, em suas boas e aclamadas segundas temporadas, Damages e In Treatment sejam escolhidas. A julgar pelo histórico recente da premiação, quem também não deve ficar de fora é Boston Legal (Justiça Sem Limites), que traz consigo o bônus de ter tido sua última temporada, já que o Emmy adora uma despedida calorosa. O que não firma série de Alan Shore e Denny Crane entre as seis é que a trama se encerrou no final do ano passado e pela primeira vez não se apresentará fresquinha na memória dos votantes. Para tentar surpreender as quatro citadas, ou pelo menos arrancar um dos dois postos restantes, está armada a tradicional briga de foice no escuro.
Embora Dexter pareça consolidada entre as prediletas dos prêmios de TV, sua temática politicamente incorreta (ao cubo) e o grande número de séries de canais fechados na disputa podem acabar retalhando (com trocadilho) suas chances. O que seria, a meu ver, uma injustiça. Quem pode voltar às graças da Academia é 24 Horas, que depois de uma sexta temporada horrorosa voltou a mostrar serviço esse ano. O programa sempre foi bem visto e valorizado pelos acadêmicos, mas nem sempre quem pula fora do radar deles consegue retornar. Outra que já foi figurinha carimbada e hoje parece não ter o mesmo prestígio é Grey's Anatomy. Os salientes médicos de Seattle Grace podem ser lembrados pelo final de temporada com fortes emoções. Mas não deveriam, já que em boa parte da temporada a série flertou (antes tivesse apenas flertado, já que foi pra cama, namorou firme, noivou, casou, procriou, abriu conta conjunta e tudo mais) com um arco dramático à Ghost Whisperer.
Lost teve um ano morno, que serviu muito mais como preparação para o (tenho fé, ainda que me considere um homem da ciência) grand finale de 2010. Quem não acompanha mais a série dificilmente pega o fio da meada e isso é sempre um problema. Mas a escolha de bons episódios (para quem não sabe, séries e artistas inscrevem determinados episódios para que tenham suas candidaturas consideradas), que devem funcionar bem até mesmo fora do contexto, pode ser o trunfo para a indicação. Quem parece ter perdido força é House, que teve uma temporada bastante irregular. Mas sua boa audiência e sua enorme base de fãs pode carregar a série nas costas.
Friday Night Lights vem sempre batendo na trave (ainda que o futebol deles seja o outro). Nos últimos anos ganhou prêmios da crítica e figurou entre a lista preliminar (quase sempre vazada de forma não-oficial) de dez candidatas ao prêmio principal. Será que chegou a hora dos Dillon Panthers? Parece complicado, pois a série ficou meio escondida com uma temporada reduzida, que passou primeiro na TV a cabo e só depois na TV aberta. Das novatas, a única que parece ter cacife para ser indicada é True Blood. Mas vampiros e cenas quentes a rodo atraem tanto fiéis seguidores quanto torcidas de nariz fervorosas. Série talvez seja exótica demais para o Emmy e tenha melhor sorte no Golden Globe, onde já estreou com uma vitória de melhor atriz para Anna Paquin.
Big Love (Amor Imenso) sempre está voando abaixo do radar e acaba surpreendendo alguns quando lembrada, o que pode voltar a acontecer em 2009. Alguns programas cruzam os dedos para receber o carinho que ainda não veio dos acadêmicos (e que, sinceramente, não parece estar por vir): Brothers & Sisters, com seu retrato bem humorado dos valores da família americana; The Tudors, com sua requintada produção histórica; e Battlestar Gallactica, com sua segmentada, porém apaixonada, legião de fãs de ficção-científica. Também por fora corre Breaking Bad, que deu Emmy de melhor ator a Bryan Cranston no ano passado, mas que continua tendo pouca relevância no cenário televisivo.
Entre as comédias, difícil imaginar que o reinado de 30 Rock esteja para acabar. Lá estará a série de Tina Fey novamente perfilada ao lado da também consagrada The Office. A bacana Entourage e a por vezes rasteira, mas sempre hilária Two and a Half Men também parecem nomes fortes. O canal a cabo Showtime tem três boas concorrentes à lista final, mas a força de uma pode acabar anulando a outra. A que mais merece uma indicação é Weeds, que se reencontrou à beira do mar (e, obviamente, se manteve em meio à maresia) na última temporada.
Californication também teve ótimos momentos, mas agora já não tem mais o verniz de novidade, que costuma fascinar alguns votantes. Quem não merece, mas pode acabar indicada justamente por esse tal verniz é United States of Tara, que não engatou a terceira marcha. Mas ambas podem ter seu reconhecimento canalizado apenas para seus astros David Duchovny e Toni Collette, abrindo espaço para séries mais veteranas como Ugly Betty ou Scrubs, mesmo que ser feia tenha saído de moda e que J.D. e sua turma nunca tenham sido exatamente queridinhos do Emmy.
Prematuramente cancelada, Pushing Daisies pode ter seu canto do cisne, ou então ser considerada página virada por uma Academia que certamente se decepcionou ao tentar, em vão, salvar a genial Arrested Development no começo da década. Pouco (ou nada) conhecida no Brasil, Flight of the Conchords ficou entre as 10 no ano passado, tendo levado indicações importantes na área técnica, e pode pintar na lista. Se tais opções não forem do agrado da Academia, as Desperate Housewives estão sempre a postos, bonitas e perfumadas para entrar no tapete vermelho. E olha que esse ano não seria sem merecimento, já que o programa reencontrou o equilíbrio entre dramalhão e comédia. Correndo por fora, How I Met Your Mother e The Big Bang Theory geram ainda alguma esperança nos seus fãs. Mas é bom que estes esperem sentados. Mais chances que ambas parece ter Family Guy, embora a única animação indicada até hoje tenha sido Os Flintstones, no distante ano de 1961.
E a primorosa última temporada de The Shield, não tem chance de arrumar uma vaguinha?
ResponderExcluirRealmente, Grey's Anatomy já perdeu a graça faz tempo. Dessas citadas, torço muito para: Dexter, Californication, Weeds (Showtime rules) e True Blood.
ResponderExcluirAcho que só eu gostei de United States of Tara. Tirando o final (o finalzinho mesmo) tudo ali foi muito bom. Todos os personagem (da família) foram ótimos e bem desenvolvidos. A trama seguiu leve, como é a proposta desde o princípio. Tudo bem que faltou ousar um pouco mas, foi só a primeira temporada!
ResponderExcluirpois é, exatamente...
ResponderExcluirBelo texto. Concordo com bastante do que foi dito. Na categoria "melhor série dramática", minha aposta é de que os votantes do Emmy escolherão:
ResponderExcluir*Mad Men
*Damages
*Lost
*Breaking Bad
*Boston Legal
*In treatment
Ah, torço para(e acredito) que Grey's Anatomy ficará de fora esse ano. Por mais que goste da série, ela não merece ser premiada justamente no seu pior ano.
"Lost teve um ano morno"
ResponderExcluir...WFH?
"Quem não acompanha mais a série dificilmente pega o fio da meada"
Realmente, e quem escreveu isso com certeza é um dos que fazem parte desse time, que não assiste mais a série e não consegue acompanhar, SEM DÚVIDA nenhuma isso É um problema.
Se The Shield não entrar é patético. Nenhuma chegou aos pés, na temporada.
ResponderExcluirVim aqui no blog ver se haviam comentários de United States of Tara (só encontrei esse post mencionando a série).
ResponderExcluirAcabei a primeira temporada e achei tão legal! Espero curtir a segunda também.
Abraços, Ana