Usando registros, em sua maioria raros, de momentos marcantes da trajetória de Ayrton Senna (com destaque óbvio para sua espetacular vitória no Brasil em 1991), o documentário dirigido pelo inglês Asif Kapadia constrói um retrato empolgante e emocionane do homem que viveu menos do que gostaria – é particularmente doloroso ver o próprio Senna falando sobre planos que tinha para um futuro que não veio -, mas que soube fazê-lo de forma intensa como um herói das pistas instantaneamente transformado em mito depois daquele fatídico 1 de maio de 1994.
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Fugindo um pouco da estrutura usual que caracteriza documentários sobre personalidades – no filme, todos os testemunhos, memórias e opiniões sobre Senna são dadas através de voice over ou pelo próprio -, o filme tem dentre seus muitos méritos, a coragem de não tenta fazer um retrato imaculado de seu protagonista. Assim, o Ayrton que vemos no filme é, mais do que um cara apaixonado pela velocidade e pela incansável busca da perfeição, um homem que teve que aprender, em meio a erros e acertos, a equilibrar seu talento notório nas pistas com a difícil habilidade política que o mundo da F1 exigia.
Nesse panorama, a rivalidade entre Senna e Alain Prost (exposto como um piloto de caráter no mínimo questionável em várias passagens) ganha atenção especial, já que é justamente através da relação conturbada e explosiva dos dois que temos a chance de conhecer os bastidores do circo da F1 com tudo de bom e de ruim que ele sempre teve, como dirigentes muito mais fiéis a interesses pe$oais do que ao desenvolvimento pleno (e principalmente seguro) de um esporte que desperta tanta paixão mundo afora.
Vibrante como registro histórico, Senna é uma bela homenagem à memória da personalidade inesquecível e que por tantos domingos nos fez ter orgulho de ver a bandeira verde e amarela tremulando no alto do pódio após cada corrida vencida com o tema da vitória tocando ao fundo. Que saudade, Ayrton!
Ótimo comentário Davi, mais um motivo pra conferir. Não sou da época do Senna, era muito novo quando ele morreu, mas sei o quanto ele foi importante para o país. Concordo com a sua opinião de que ele foi o maior ícone do esporte brasileiro. Verei assim que puder. Abraços.
ResponderExcluirOi Davi,
ResponderExcluirQuando o Senna morreu eu morava nos Estados Unidos e nem acreditei quando meu amigo e filho do diretor de Interlagos na época me ligou chorando para avisar sobre o falecimento dele.
Nunca fui de assistir corridas, não acho a menor graça, mas minha família assistia aos domingos e me peguei sentindo falta depois de ouvir ainda deitado na cama a música da vitória ou minha mãe dizendo ao meu pai a posição do Senna em alguma volta.
Mas a pessoa que o Senna era é algo de sensacional, um homem com o dinheiro que ele tinha ajudar os outros sem que ninguém soubesse (as ações de caridade só foram descobertas anos depois de sua morte) é o legado mais importante que ele deixou, mais ainda que suas vitórias nas pistas.
Abraços.