LEIA MAIS...
Sem conseguir transferir a consciência de William Bell para outro corpo, e claramente inspirado na ideia central do filme ‘A Origem’ (Inception), o episódio gira em torno da iniciativa do trio Walter, Bell e Peter de entrar (com auxílio de LSD) no subconsciente de Olivia, onde enfim tentariam resgatá-la antes que fosse tarde demais e sua mente se perdesse de forma definitiva.
Ocorre que no subconsciente de Olivia, boa parte da ação se dá em forma de cartoon, uma saída criativa que os produtores/roteiristas se viram obrigados a usar (Leonard Nimoy, que deu vida a William Bell, está aposentado e só concordou em dublar o personagem) e que acabou proporcionando momentos que seriam impensáveis ou talvez caros demais no formato convencional, mas que funcionaram bem no desenho, tais como um bizarro ataque de zumbis no topo do World Trade Center ou a queda de Walter de um dirigível.
Mas, o que de mais interessante vimos de toda essa pequena e divertida ‘viagem’ dos três é a certeza de quanto Peter conhece os subterfúgios que Olivia usa para se defender/esconder e do impacto que o desaparecimento definitivo (?) de Bell tem sobre Walter. Sobre isso aliás, vale destacar que o arco envolvendo a consciência de Bell não foi perda de tempo como alguns fãs da série chegaram a sugerir após o episódio. A razão é simples: a retomada do convívio dos dois cientistas durante essa fase ‘Belllivia’ serviu para construir as bases para que Walter encare a complicada tarefa de tentar impedir o fim de seu mundo de forma mais confiante, algo que pode ser percebido no momento do episódio em que Bell diz ao amigo que as decisões que ele tomasse seriam as corretas.
Fora isso, ficou claro com o desfecho do episódio, que o artiíficio de manter a consciência de Olivia perdida por um tempo, agora serve não só para aproximá-la ainda mais de Peter (que tem fundamental importância no choque dos dois mundos), mas sobretudo para resgatar nela o destemor que perdera em função de traumas de seu passado com um padrasto agressor e as experiências de Jacksonville que ela agora enfrenta. Dessa forma, à medida em que Bell se vai, Olivia retorna à frente das ações para entender que ameaça o cara que vimos em seu subconsciente representa, e para assumir o papel preponderante que terá no arco que encerrará a temporada.
Em suma, um divertido e movimentado episódio que nos leva a uma pergunta chave: com uma trama tão envolvente e que parece nunca se acomodar com o óbvio ou soluções fáceis, tem como não gostar de Fringe atualmente?
Outras observações/curiosidades:
- Walter assobiando ‘Garota de Ipanema’, o clássico de Tom Jobim e Vinícius de Morais, no início do episódio.
- Peter, já sob efeito do LSD, sugerindo que Broyles pudesse ser um Observador por ser careca.
- Ainda sobre Broyles, curiosíssimo vê-lo cheio de sorrisos sob o efeito do LSD. Uma postura absolutamente oposta àquela sisuda que o personagem geralmente tem.
- Uma referência a Lost: William Bell preparando uma dose do MacCutcheon Scotch Whisky, bebida que ficou famosa por ser a preferida de Charles Widmore.
- A homenagem ao filme ‘A Origem’ foi tão direta que envolveu até os ‘chutes’, artifício usado para trazer a pessoa de volta ao estado consciente.
- E William Bell, será que foi mesmo ou ainda reaparecerá sob outra forma em outro momento? Aliás, será que precisa?
Acho que você quis dizer efeito do LSD, né... rsrsrs
ResponderExcluirFringe está imperdível mesmo!
Exatamente isso! Corrigido. É muita viagem num episódio só :p
ResponderExcluirEu admiro a criatividade da produção em propôr uma metalinguagem em cartoon, já que Leonard Nimoy não apareceria no episódio, mas isso poderia ter sido feito de forma mais atenciosa. Aquela animação dura quase que matou as cenas em que se fez presente. Mas foi um bom episódio.
ResponderExcluirE a canção assobiada não era "Garota de Ipanema". Belly chutou "A velha senhora de Ipanina", é quando Walter corrige: "É Garota de Ipanema, e você errou."
Que bom que a quarta temporada tá confirmada, desde o fim de lost não me empolgava tanto com uma série. Fiquei chocado com a frieza que olívia diz ao fim do episódio,"acho que esse é o homem que vai me matar", será se uma das olívias irá morrer? To cada vez achando que ao final dessa temporada apresentaram mais um universo.
ResponderExcluirA referência a Lost foi genial... E, tenho quase certeza, não foi apenas um tributo inocente... Não acha? Excelente episódio (aula de narrativa para qualquer roteirista)
ResponderExcluirPeter: "You are bald... I think he is an observer..."
ResponderExcluirhahaha :D
Desde o começo. Vejo essa série como um delicioso prato de sobremesa. Cada episódio (mesmo os mais descartáveis), vale muito mais do que somente as suas imagens. O roteiro é inteligentíssimo e a trama é tecida com linha nobre.
ResponderExcluirPoesia a parte, esse episódio mostrou que a série tem muito o que render ainda. Mas prefiro que tenha apenas mais uma ou duas temporadas!
Quanto a referência ao filme A Origem é clara, mas o tema abordado no filme nada mais é que inspirado em estudos científicos de 'borda'. "Jung explica" rsrsrs
Sem contar que esse tipo de experimento já tinha sido feito na primeira temporada. Cronologicamente, antes do lançamento de Inception.
ResponderExcluirAgora que a Olivia 'medrosa' sumiu, como que ela vai usas seu 'poderes' que obteve em Jacksonville??
Outra coisa... a Nina Sharp que aparece nas alucinações é uma 'vilã'.. será que isso indica alguma coisa já que aquela alucinações fazem parte do consciente de todos os quatro que estavam no experimento.
ResponderExcluirSempre estive com o pé atrás com a Nina.