sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Comentários de TRUE BLOOD 1x05 - 'Sparks Fly Out'


Exibido no dia 5 de outubro nos EUA

"Você não pode ter medo de tudo que você não conhece neste mundo." A curiosa frase dita pelo vampiro Bill Compton para Sookie logo no início, serviu tanto como um prólogo para a discussão que seria proposta ao longo do episódio sobre a origem do medo e do preconceito provocada pela falta de conhecimento, tanto como um recado indireto para todos (e obviamente me incluo no grupo) que duvidaram precocemente do potencial da série para explorar temas riquíssimos de forma inteligente e criativa. Ainda bem que não desisti de True Blood antes já que se o fizesse fatalmente teria perdido a chance de curtir uma série onde a sutileza do tema explorado a transforma num programa imperdível. E ao dizer isso, com perdão do trocadilho que a série permite, posso afirmar que finalmente fui mordido.

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    É inegável que a série ainda dê umas 'viajadas' em certos momentos e a experiência extra-sensorial, digamos assim, de Jason com o "V" (a droga/sangue dos Vampiros) é um exemplo, mas The Sparks Fly Out, supera e muito qualquer exagero, expondo um estudo elaborado e inteiramente crível para aquele universo onde homens e vampiros dividem espaço. E nisso, o envolvimento ou interesse de Bill por Sookie, ganha novas camadas, pois ao conhecermos seu trágico passado e as circunstâncias que o tornaram um chupador de sangue, passamos a compreender que o que ele sempre buscou durante esses vários anos de solidão, foi uma chance de se reconectar com o que lhe foi tirado à força: o convívio com o mistério da falibilidade humana e toda sua complexidade.

    Mas o que esse episódio realmente deixa mais evidente (pelo menos para mim), é a noção de que True Blood faz uma crítica contundente sobre a natureza do individualismo e da opressão frente o desconhecido. E nisso, creio que não seria nenhum exagero se fizessemos uma analogia entre a dificuldade da minoria (os vampiros) para serem aceitos no meio da maioria (os humanos) com o que acontece hoje no mundo cada vez mais suscetível a esteriotipar religiões ou povos como maus e a isolá-los ou demonizá-los como a série mostra com os vampiros. E sim, há nessa minoria da série alguns que apelam para a maldade para fugir da opressão da mesma forma que árabes radicais por exemplo fazem uso de atentados para tentar calar a influência do poder ocidental. E se a série consegue levantar discussões desse tipo, isso para mim é um sinal claro de que há uma obra que tem muito mais a dizer do que parece.

    True Blood definitivamente não é uma série fácil onde tudo vem mastigado, e admito (de novo) que há de se ter um pouco de paciência no início onde tudo soa obscuro demais e aparentemente sem propósito. Porém, àqueles que persistem, asseguro que a recompensa é boa, afinal, não é todo dia que podemos ver uma série diferente e que ainda consegue criar uma ambientação atraente, misteriosa e que sempre instiga. E se o final desse episódio não te deixar curioso para saber o que vem pela frente, dificilmente algo mais o fará. Allan Ball acertou de novo e bem feito para mim por ter duvidado.

2 comentários:

  1. Ainda não assisti True Blood, com tantas outras séries q jah assisto retornando fica meio complicado ter espaço pra uma nova, mas depois desse comentário, penso seriamente em adicioná-la na minha lista =]

    PS: Vai rolar mais DudeCast? Hope so, sempre me divirto ouvindo =]

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  2. A única coisa que realmente admiro nessa série é o video de abertura. Realmente muito curioso. A estória não me atrai. E sobra as cenas de Sexo que são feitas pra chocar, ao mesmo estilo de Six Feet Under. Mas não é motivo pra mim acompanhar essa série.

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