Boardwalk Empire, a nova série sensação da HBO, já caminha para o sétimo episódio lá fora enquanto aqui no Brasil vai para o terceiro. Seja lá qual for o calendário que você use para acompanhá-la (e você está vendo a série, não é?), fato é que compará-la a Sopranos não é nenhum exagero. Na temática, ambas são bem parecidas falando sobre crime organizado, ligações escusas, família, moral e etc. O que muda mesmo é o glamour, já que passada nos anos 20, Boardwalk Empire se vale de uma caracterização mais apurada e formal (mas nem tanto) de cenários, figurinos e diálogos. Seus personagens no entanto, liderados pela curiosa figura de Nucky Thompson (Steve Buscemi, ótimo) são tão complexos e carismáticos quanto os de Sopranos, algo que vamos descobrindo a cada novo episódio revelando novas nuances sobre cada um deles. Do tesoureito de Atlantic City, passando pela viúva que desperta interesse do homem mais poderoso da cidade ou do agente obcecado pelo desejo de expor crimes numa época de lei seca, o drama que surge mostra figuras absolutamente distintas e tomadas por contradições bem particulares. E se no fim, a série produzida por Terence Winter (que foi produtor de Sopranos, diga-se) e Martin Scorsese (sim, ele mesmo), pode até ser vista essencialmente como a produção que desnuda as engrenagens que permitiram o surgimento do crime organizado, mais justo a se dizer, é que mais do que isso, ela é uma belíssima história sobre homens e mulheres em conflito tentando encontrar seu espaço e, sobretudo, identidade. Quem é mocinho e quem é vilão? Todos e ninguém. Tá aí a beleza de Boardwalk Empire.
Minhas opiniões e comentários sobre cada um dos episódios de Boardwalk Empire você pode ouvir toda semana no Seriaudio.