Sendo bem objetivo, à primeira vista não há absolutamente nada de extraordinário em Hung (termo que significa 'bem dotado' numa tradução livre), comédia adulta estrelada por Thomas Jane que estreou no último sábado (03/10) no Brasil via HBO. Dito isso, tampouco pode se dizer que ela não tenha lá sua graça ao mostrar os percalços de um quarentão boa pinta que carregando o peso de ter se tornado um loser, parte em busca de uma segunda chance através de um caminho nada ortodoxo: virar ‘garoto’ de programa por conta de seu dote.
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Divertida, Hung no entanto dificilmente será uma série que vá durar várias temporadas, ainda que já tenha garantido mais uma pela HBO americana dada a boa receptividade que teve. A razão disso aliás, já pode ser entendida pelo primeiro episódio, que transforma a série numa boa surpresa exatamente por subverter elementos que geralmente se esperam de tramas com uma temática tão singular. Aliado a isso, Thomas Jane aparece bem no papel de Ray Drecker (o dotadão do título) e tem ótimas cenas com Jane Adams, atriz que faz sua cafetina por ocasião, Tanya Skagle.
O episódio piloto (que foi dirigido por Alexander Payne), diga-se, é mais interessante que o segundo, mas se você for como eu, certamente não resistirá em acompanhar o restante da temporada, que antecipo, traz algumas boas situações tão constrangedoras quanto engraçadas.
The Secret Life of the American Teenager
Outra série que chega à tv a cabo brasileira na noite dessa terça-feira (06/10) às 21h via Boomerang (NET e Sky), é “A Vida Secreta de uma Adolescente Americana”, que como o título já indica, tem temática teen, mas muito mais conteúdo que várias delas somadas, sobretudo por abrir mão de usar recursos digamos, mais apelativos.
Produzida pelo canal americano ABC Family, a série que traz um quê do filme “Juno” (uma comparação inevitável), logo se sobressai ao tratar um dilema muito particular (adolescente que fica grávida logo na primeira transa) através dos conflitos pessoais e familiares decorrentes daquela situação, que é sempre explorada de uma forma muito emotiva e envolvente.
Além disso, outro elemento que agrega valor à série e lhe confere autenticidade é o fato de que seus personagens teens são efetivamente feitos por adolescentes, que encabeçados por Shailene Woodley (ex-estrela infantil da Disney), não fazem nada feio ao lado de veteranos como Molly Ringwald, estrela de sucessos dos anos 80 como A Garota de Rosa Shocking.
Em tempo, aqui está o link do comentário que fiz sobre a série em 2008.