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Embora Mercado Branco - episódio que serve como uma espécie de piloto da série -, não dedique tempo algum em fazer apresentações partindo do pressuposto de que o público já conhece aqueles personagens, não tive dificuldades em me conectar àquele universo cheio de malandros e gente simples que tenta ganhar a vida da melhor forma possível. Não sei se houve intenção de construir histórias isoladas, mas me parece bastante razoável que seja assim já que essa é uma fórmula que simplifica tudo de um jeito bem eficaz (A Grande Família faz isso há anos muito bem, aliás).
O elenco heterogêneo e muito talentoso aparece como um dos grandes trunfos de Ó Pai, Ó (expressão baiana que significa "olhe para isso, olhe"). Lázaro Ramos aparece à vontade no papel de Roque, um sujeito sonhador e honesto que deseja se tornar um cantor de sucesso. Seu arqui-rival, digamos assim, é Queixão (o sempre ótimo Matheus Nachtergaele), um trambiqueiro profissional invejoso e que faz de tudo para se dar bem em cima dos outros. Essas duas figuras, vivem em torno do bar de Neusão (a atriz Tânia Toko), uma homossexual durona, porém divertida e que acaba quase sempre servindo de conselheira para as pessoas que vivem nas redondezas de seu comércio que fica no Pelourinho. Além deles, há diversos outros personagens que ajudam a compor um cenário bem curioso e que sustentado por acontecimentos do cotidiano, transformam a série numa comédia despretensiosa, engraçada e que merece ser vista.
Ó Pai, Ó começou a ser exibida no dia 31 de outubro na Globo.
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