Comentário de episódio exibido no dia 30 de agosto nos EUASe tratando de penúltimo episódio de temporada, “Frenzy” ficou longe de ser empolgante, mas para ser justo, tem méritos. Construindo expectativas para um final que só será exibido na tv americana no dia 13 de setembro*, a narrativa ficou concentrada basicamente em duas frentes: revelar afinal, o que é a mênade Maryann e como ela foi parar em Bon Temps, e mostrar os esforços de humanos e vampiros para derrotá-la. (Quase) Tudo muito bom, mas o que realmente fez esse episódio valer à pena foi a introdução da linda e sarcástica rainha dos vampiros, Sophie Anne, personagem da não menos bela Rachel Evan Wood.
* O atraso de 1 semana na exibição do episódio final da 2ª temporada foi causado pelo feriado do dia do trabalho que este ano, será celebrado no dia 7 de setembro nos EUA.
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Tudo bem que ainda não é hora de fazer balanço da temporada, mas depois de criar um arco empolgante na trama desenvolvida em Dallas, a falta de fôlego ficou notória quando tudo se focou exclusivamente na trama de Maryann, que perto do fim, deixa a impressão de não ter rendido o que poderia (ou deveria). Sobre esse esvaziamento aliás, credito sobretudo a péssima ideia de transformar os fiéis seguidores da mênade (leia-se 99% dos personagens secundários de Bon Temps) em uma espécie de zumbis com retardo mental, o que por tabela diminuiu o impacto recorrente de vermos uma cidade dominada pelos encantos de um ser sobrenatural como ela.
E se a trama da mênade não convenceu, pelo menos tivemos uma explicação satisfatória sobre o que ela é através das palavras da rainha Sophie (mais sobre ela daqui a pouco). Assim, ao associar a chegada de Maryann a Bon Temps com aquele bizarro ritual ao qual Tara se submeteu ainda na 1ª temporada, pudemos entender porque a Sra. Jeanette foi morta e porque Tara ganhou tanta atenção dela, já que consumida pelo ódio, a melhor amiga de Sookie funcionou como o catalisador perfeito para um ser que se alimenta exatamente desse tipo de sentimento.
E como falei em objeto de desejo de Maryann, não dá para ignorar Sam revelando sua natureza para Jason (ainda bancando o Rambo caipira) e Andy, que diga-se, é agora uma figura muito mais equilibrada e complexa do que aquele de antes, o que por sinal pode significar uma coisa: se passamos a nos importar com um personagem que antes era só um ‘mala’, logo seu fim pode estar próximo. Será?
Ainda sobre Sam, interessante notar a evolução pela qual o personagem passou ao longo da trama até aqui. De alguém que tinha ojeriza por vampiros a alguém que passou a respeitar um deles (Bill) e a buscar a ajuda de outro (Eric), muita coisa mudou para o dono do Merlottes. Dessa forma, Sam chega ao final de temporada carregando nas costas o peso de ser o centro do conflito estabelecido, e assim, como fã do personagem torço muito para que seu desfecho não signifique sacrifício e consequente desligamento da série.
Agora, voltando a falar da rainha Sophie Anne, me parece inegável que sua personagem tenha sido o grande trunfo dessa reta final. Já à vontade no papel, a bela Evan Rachel Wood chegou roubando a cena e provando que sua participação na já confirmada terceira temporada da série tende a ser das mais impactantes e importantes. Em “Frenzy”, suas frases e tiradas provocativas serviram não só para provar que os grandes personagens da série são mesmo femininos, mas também para acrescentar um tempero a mais na crescente guerra fria estabelecida entre Eric e Bill por causa de Sookie, um conflito que aliás, deve ser muito mais explorado no terceiro ano da produção.
Com menos humor que o de costume, mas bem movimentado, “Frenzy” não foi um episódio perfeito, mas ao amarrar bem as pontas soltas jogadas até aqui, deixou com a cena do (na falta de uma definição melhor) ‘ninho do mal’, um gancho interessante para o encerramento da temporada que consolidou True Blood como uma das séries mais divertidas e populares da atualidade.
Outras observações:
- Irremediavelmente mal amada, Maxine adiciou um elemento novo para a boa subtrama do envolvimento de Hoyt e Jessica ao lançar verdades incovenientes para o filho que fatalmente voltará correndo para os braços da jovem vampira que não leva desaforo para casa.
- Que os vampiros se deslocavam com extrema rapidez nós já sabíamos, mas que eles (ou pelo menos alguns deles) podem voar é novidade, não? Que outras surpresas ainda estariam reservadas?
- Paixonite aguda por um personagem apagado. So isso explica o fato de Tara ter deixado (temporariamente, espero eu) a lista de personagens mais interessantes da série. Queremos aquela Tara irresistivelmente irrascível de volta. Die Eggs!
- E o Lafa, hein? Como explicar o fato dele também ter sido enfeitiçado por Maryann se não pelo trauma ainda vivo em sua memória? Aliás, será que ainda vai dar tempo disso ser reexplorado no último episódio?
- Tudo bem que cenas grotescas e bizarras fazem parte da série há tempos, mas bem que podíam ter nos poupado de ver o sherife Dearborne dançando de cuecas, não? :p