sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

The Walking Dead – Balanço da 1ª Temporada



Seis episódios e até logo*. A temporada de estreia de The Walking Dead veio, bombou na audiência da tv a cabo americana, causou burburinho entre os fãs de séries e do gênero zumbis, claro, mas não escapou da controvérsia. Para uns, o hype foi exagerado, para outros (e me incluo nesse time) uma das melhores e mais ousadas novas produções da tv.

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    Fato é que ainda que tenha tomado um rumo diferente do material de origem, a adaptação comandada por Frank Darabont provou ser consistente com uma narrativa que sabiamente abriu mão da ação ininterrupta, para focar-se mais no comportamento e nas relações que se desenvolviam entre os sobreviventes de um evento que devastou a humanidade.

    Corajosa, a série jamais amenizou a violência inerente da luta diária que se estabelece entre não infectados e zumbis, mas tampouco fez do grafismo de corpos em decomposição ou cabeças explodindo seu carro chefe. Dessa forma, em escala muito mais relevante, o que sempre esteve no centro da história foi a discussão do que fazer ou como agir quando uma situação absolutamente inesperada muda tudo o que conhecemos.

    No mundo de The Walking Dead os governos ruíram, as leis formais já não servem para mais nada e o único imperativo gira em torno das certezas (ou falta delas) que cada um carrega na hora de definir limites entre o que seria moralmente certo e errado a se fazer num mundo radicalmente novo e, sobretudo, mortal. Considerando esse cenário, o que a série buscou e mostrou nessa leva inicial, muito mais do que o começo da angustiante jornada de Rick, Glen, Shane, Lori, Andrea, Daryl e cia, foi evidenciar como o homem reage quando o mundo como conhecia se dissolve e a decisão de seguir em frente tentando sobreviver ou desistir de tudo se faz urgente.

    Quando TS-19, sexto e último episódio da temporada termina, a sensação de que não há esperanças de um amanhã menos catastrófico é evidente. De certa forma aliás, o encerramento desse ano de estreia da série traz um tom sombrio forte com sobreviventes sucumbindo à pressão por um lado e outros partindo numa fuga para lugar nenhum. Assim, o que para uns significou um desfecho apático de uma produção tão badalada, para outros foi só mais uma prova incoteste da ousadia de seus realizadores, que abrindo mão de ganchos chocantes, comprovam: com um tema tão apocalíptico quanto esse, o buraco em The Walking Dead é realmente bem mais embaixo.

    * A 2ª temporada de The Walking Dead estreia no final de outubro de 2011 nos EUA.

    Observações/perguntas do final de temporada:
    - E o sussurro ao pé do ouvido envolvendo Jenner e Rick, hein? Será que o cientista revelou ao ex-policial que ele era corno a localização de uma outra base com potencial de parar o processo de contaminação?
    - Aliás, quem arrisca um palpite que aponte para onde foram Rick e cia depois da explosão do CDC?
    - E o Merle maneta, cadê?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dexter - Eps 5x09 e 5x10 "Teenage Wastland" e "In the Beginning"

Comentários de episódios exibidos nos EUA nos dias 21 e 28 de novembro

Seja lá qual for o desfecho da trama, a 5ª temporada de Dexter será para sempre lembrada por sua grande irregularidade. Quer seja pela história em si, ou pela dinâmica (ou falta dela) entre os personagens, fato é que muita coisa realmente não deu liga em boa parte da temporada. Agora, daí a acusar a série de ter pulado o tubarão, como alguns tem feito, porque seu protagonista distanciou-se demais daquela imagem de psicopata frio e que tinha o desprezo por sentimentos humanos como sua guia mestra vai uma grande diferença.

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    Menos ou mais interessante, o Dexter que vemos agora é inegavelmente bem diferente daquele que conhecemos cinco anos atrás. E que bom que é assim, visto que se a história evoluiu, nada mais natural que o cara que a move se modifique ganhando novas nuances e se tornando, com o passar do tempo, mais falível e por tabela mais humano, algo que os episódios mais recentes evidenciam com clareza.

    Enquanto "Teenage Wastland", nono episódio da temporada, mostrou Dexter tentando e conseguindo se reaproximar da então rebelde Astor ao passo em que também trazia Liddy colocando Quinn (dividido pelos sentimentos que nutre por Debra) contra a parede por conta das descobertas cada vez mais sinistras que fazia de Dexter, o décimo episódio, "In the Beginning" expôs de vez um assassino psicopata que coloca seu interesse pelos 'vilões' de lado porque passa a se importar com a vítima em primeiro lugar.

    Assim, embora à princípio pareça uma forçada de barra dos roteiristas apostar num envolvimento mais íntimo entre Dexter e Lumen, vale lembrar que aproximação dos dois é mais fruto de dores que buscam expurgar do que de um interesse romântico natural. Além disso, é interessante notar que o relacionamento dos dois fez com que Dexter ficasse mais descuidado, chegando inclusive a dar uma brecha que permitiu a Liddy testemunhar e registrar as atividades noturnas pouco ortodoxas da dupla ao mesmo tempo em que Jordan Chase, o antagonista tardio, se colocasse um passo à frente das ações de Dexter e sua agora cúmplice, Lumen.

    Com a sexta temporada praticamente confirmada, é essencial que a série ouse num desfecho para esse quinto ano. Considerando isso, já disse e repito que não espero um final feliz para Dexter, e dessa forma, estou curioso para ver que tipo de encerramento esse quinto ano terá, visto que o cenário é dos mais complicados e os riscos de Dexter ver seu segredo vindo à tona maiores que nunca.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

[Game] 007 Blood Stone

Em tempos de incerteza sobre o futuro da franquia mais famosa do cinema, o lançamento de Blood Stone, disponível para PS3, XBox 360 e Nintendo DS desde novembro, poderia ser um excelente paliativo para fãs de games e de James Bond. Contudo, a verdade é que essa aventura inédita de 007 decepciona ao apostar numa história pouco inventiva e que sem desafios realmente empolgantes, só não é um fracasso total porque de certa forma emula o espírito de ação pura e simples que os dois filmes mais recentes trouxeram.

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    Contando com Judi Dench e Daniel Craig emprestando feições e vozes a M e ao protagonista respectivamente, Blood Stone inegavelmente tem boas intenções, sendo a maior delas a de dar uma certa continuidade ao reboot do agente iniciado com Cassino Royale no cinema. Contudo, as qualidades cessam por aí, porque embora se revele dinâmico, não demora muito para que o game dê mostras de que falha clamorosamente no que deveria ser o aspecto mais importante de uma produção do agente: ele usa mal os elementos mais marcantes que ajudaram a construir o sucesso do personagem criado por Ian Fleming há quase 60 anos. Assim, quando o clássico Aston Martin DB5 aparece por exemplo numa sequência de perseguição, a sensação que fica é a de que o carro só foi colocado para lembrar os fãs de que esse é um jogo de 007.

    Gadgets variados? Esqueça, porque o único auxílio que surge ao longo do jogo é um celular capaz de hackear sistemas e apontar direções. Outro ponto de lamentação fica por conta das locações, que embora bem diversas e heterogêneas, não refletem o charme que poderiam ou deveriam ter numa história de 007 aparecendo apenas como justificativas baratas para que a trama possa ter uma cara de conspiração internacional. Fora isso, é inegável que evoluindo em suas pouco mais de 5 horas sem muitas surpresas e até com certa previsibilidade, a trama esvazia o impacto que a 'virada' final puderia gerar, o que não deixa de ser um tremendo balde de água fria para quem, como eu, apostava tanto nesse novo game de 007.

    Decepções com o game à parte, o Screerant repercutiu hoje a notícia de que apesar de todo imbróglio envolvendo a moribunda MGM, o 23º filme do 007 pode realmente chegar às telas em 2012. Dedos cruzados!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

BATTLESTAR GALACTICA: Blu-Ray da Série Completa no menor preço já registrado

É fã de Battlestar Galactica e quer ter a série completa em alta definição com um caminhão de extras? Então a hora é essa, porque a Amazon UK acaba de colocar - por tempo limitado - o box em Blu-Ray no menor preço já visto £59.55 ou R$160!

São 20 discos em Blu-Ray com a minissérie que começou tudo, as 4 temporadas e o telefilme Razor. Dentre os extras, comentários Picture in Picture em alguns episódios, bastidores, docs de produção, podcasts com o produtor Ronald D. Moore, cenas deletadas, episódio estendido do final da série e muito mais. O telefilme The Plan que foi lançado após o fim da série, não faz parte desse box, mas também pode ser adquirido individualmente numa bela embalagem steelbook, que hoje custa £9,30 ou R$25.



Notas:

- Tanto o box quanto o steelbook são região livre, isto é, rodam em qualquer player.
- Não há legendas em português, mas há opções em inglês, francês e espanhol.
- Os preços descritos no texto diferem para menos dos que você vê acima. Isso ocorre porque o VAT, imposto cobrado no Reino Unido, é descontado em operações para fora da terra da rainha.
- O custo médio do frete, na opção mais simples, é de cerca de R$9.
- As imagens que você vê nesse post foram retiradas do Fórum Blu-Ray.com

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Amazon vende 3 temporadas de Mad Men em Blu-Ray por menos de R$55!!!

Update de 25/11: A Amazon se antecipou e promoção já está valendo. Temporadas 1, 2 e 3 de Mad Men em Blu-Ray por US$9,99 ou R$17 cada! Imperdível!
Update 2: As 5 primeiras temporadas de Weeds e a 1ª de Nurse Jackie, todas em Blu-Ray, também estão custando US$9,99 cada na Amazon.



Aclamada pela crítica e ganhadora de muitos prêmios, Mad Men geralmente divide opiniões. Para uns é só uma série chata, mas para outros (e me incluo nessa turma), a série é simplesmente uma das melhores que a tv já produziu. Pois bem, sabendo do apelo que a criação de Matthew Weiner tem junto a fãs e colecionadores, a Amazon, por ocasião da Black Friday, colocou no ar uma iniciativa que pode culminar num mega desconto nos box de Blu-Ray das 3 primeiras temporadas da série, que poderiam ser vendidos no dia 26 de novembro – e durante um período de 4 horas apenas - por R$17 cada!!!

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    Para que a promoção aconteça, a página da Amazon dedicada a Cinema e TV no Facebook precisa atingir 50 mil fãs até o dia do feriado americano de Ação de Graças, o Thanksgiving que ocorre no próximo dia 25/11. Dessa forma, para ‘ajudar’ a Amazon a colocar esse descontaço no ar, você só precisa acessar e ‘curtir’ a página deles no Facebook. Simples, não? Pois então mãos à obra, porque mesmo que você não seja tão fã de Mad Men assim, estará ajudando outros fãs a terem a série em suas coleções.


    Observações:

    - A título de comparação, cada temporada de Mad Men custa hoje em média US$30, ou seja, R$51. Se o desconto entrar no ar no dia 26/11, daria para comprar três temporadas pelo preço de uma.
    - Os box em Blu-Ray de Mad Men são region free e possuem legendas em inglês e espanhol apenas.
    - Os descontos também vão valer para os box em DVD que custariam US$7,99 (R$13) cada.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

The Walking Dead - Ep. 1x03 “Tell it to the Frogs”

Episódio exibido no dia 14/11 nos EUA

Se tem uma coisa que invejo demais em um roteirista talentoso é sua capacidade de criar conflitos interessantes entre personagens ao mesmo tempo em que os apresentam de forma objetiva abrindo caminho para desenvovimentos maiores posteriormente. Com isso em mente, pode até ser que a coisa mude depois, mas por enquanto – e para nossa sorte - dá para dizer sem medo que os roteiros de The Walking Dead (que só melhora, diga-se) vem seguindo fielmente uma cartilha que sempre soa infalível.

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    Com poucos zumbis aparecendo, o que comprova a ideia de que eles são ‘reles’ coadjuvantes da história, “Tell It to the Frogs”, 3º episódio de The Walking Dead, retoma o tom mais intimista que caracterizou a estreia da série para explorar o reencontro repleto de pequenos choques entre os sobreviventes de Atlanta e aqueles do acampamento dos arredores da cidade e, sobretudo, claro, o de Rick com o filho Carl e sua esposa Lori, cujo envolvimento com o seu melhor amigo ele ainda desconhece.

    Mas, mais do que isso, o episódio também expande, através das ações de Shane (impondo-se frente o 'rebelde' Ed) e de Rick (que resolve voltar para resgatar Merle JogosMortais), o conceito de que num cenário tão absurdamente impensável como aquele, não há espaço para o cada um por si, para comportamentos abusivos e irracionais, e muito menos para a quebra de valores morais. E isso meus amigos, diz muito sobre os caminhos que a série parece seguir e sobre o que trata sua história.

    É verdade que até agora só vimos 3 episódios (de um total de 6 dessa 1ª temporada), mas posso dizer sem qualquer receio de me arrepender, que The Walking Dead já tem cadeira cativa na minha lista de séries favoritas. Será que tô sozinho nessa?

    Em tempo, vale registrar de novo que comecei a fazer comentários em áudio sobre a série lá no Seriaudio (onde já falo sobre Boardwalk Empire), portanto se palavras apenas não forem suficientes, dá uma passada por lá e não deixe de conferir ;)

Dexter – Ep. 5x08 “Take It”

Episódio exibido no dia 14/11 nos EUA

Como é bom voltarmos a ver um episódio de Dexter movimentado, carregado de tensão e que ainda entrega um gancho digno de uma reação a la fu... tudo e agora?!, não? É verdade que ainda há coisas aqui e ali na trama que me incomodam, mas com roteiro aparentemente mais focado e objetivo, a ideia de que essa 5ª temporada como um todo ainda tem salvação me parece plausível.

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    Teve de tudo um pouco em “Take It”, mas os destaques acabam girando em torno de 3 pontos: LaGuerta revelando-se como uma grandessíssima fdp egoísta (ao passo que Batista abraça uma postura de fidelidade a colegas e valores); Dexter encarando/estudando Jordan Chase, o guru picareta que pinta como seu grande antagonista e posteriormente eliminando Cole sob o testemunho de Lumen e, claro, a cena final em que vemos o Robocop Liddy flagrando o passeio de barco de Dexter.

    À essa altura, obviamente estou ansioso para ver o iminente confronto entre Dexter e o principal agressor de Lumen, contudo, acredito que o foco por enquanto tende a cair mais sobre a possibilidade real de vermos o protagonista sendo exposto, afinal, como policial em Miami, é razoável esperar que Liddy associe o fato de Dexter estar jogando sacos suspeitos no fundo da baía de Miami com o não tão antigo caso do Bay Harbor Butcher, certo? Pois é, só resta saber o que ele tentará fazer com a informação que tem. Chantagear Quinn por mais dinheiro e tentar obter algo de La Guerta, talvez?

    Quanto à cada vez maior aproximação entre Dexter e Lumen, penso que seria um erro enxergar qualquer traço de atração romântica ali, afinal, o que Dexter sempre buscou foi alguém que pudesse vê-lo como ele realmente é que aceitasse o que ele faz sem julgamentos morais. Fora isso, por mais que nos simpatizemos pelo personagem e tal, no fim a gente sabe que por conta de sua natureza trágica e consciente, Dexter não pode ter um final feliz, né? Ou pode?

    Nota rápida:

    - E aquele papo da Debra dizendo que não sentia nada por ter matado Carlos Fuentes e perguntando ao Dexter se ele achava que pessoas ruins não merecem viver, hein? Seria o primeiro passo para uma futura conversa do tipo, “ei irmãzinha, preciso te contar uma coisa: mato pessoas ruins e também não sinto nada por elas.”?

domingo, 14 de novembro de 2010

Fringe - Ep. 3x06 marca o início do fim da série?


O gosto dos americanos é mesmo bastante esquisito. Ao mesmo tempo em que dão audiências altas para séries ruins, ignoram boas produções, que com números baixos no Nielsen (o Ibope de lá) tem que conviver com a ameaça de um futuro incerto. Fringe está passando por isso agora, já que atingindo índices ridículos na Fox, vê cada vez mais aumentadas as chances de que sua 3ª temporada seja também a última. Ainda que seja lamentável, o fato é o seguinte: para quem dá a canetada, ou seja, os executivos dos canais, de nada adianta ter 'só' uma série madura e que está em sua melhor forma em termos criativos. Se não der audiência que renda retorno financeiro, é bye bye sem dó.

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    Cenário sombrio à parte - que no caso de Fringe existe em parte por culpa da Fox que colocou a série no dia/horário mais competitivo da tv americana -, a verdade é que não vale à pena ficar esquentando cabeça pensando se a série ganhará ou não uma próxima temporada. Particularmente, prefiro curtir a série enquanto ela existe e me divertir ao máximo com a cada vez mais empolgante trama de idas e vindas entre universos paralelos e seus conflitos crescentes.

    Em "6955 kHz", sexto episódio da temporada, que trouxe até pequenas referências a Lost através dos números, a história do 'nosso lado' envolveu um caso de amnésia coletiva provocada por uma transmissão de rádio. O que descobrimos mais tarde, é que a coisa toda, além de apontar a existência prévia de uma civilização avançada (será que é de lá que vieram os Observadores, aliás?), fazia parte do plano de Walternativo para revelar a localização de 38 pontos espalhados pelo mundo que escondiam partes do dispositivo, que em teoria pode destruir, através de Peter, o universo que conhecemos.

    Acrescente à essa mistura o fato de (B)Olívia começar a levantar suspeitas (pelo menos Nina Sharp já deve ter algumas, certo?) ao mesmo tempo em que dá sinais de estar genuinamente envolvida com Peter - e até a se importar com os acontecimentos do lado de cá -, e temos o panorama perfeito para o iminente choque que se dará quando Olivia conseguir encontrar uma forma de voltar para casa, como o gancho final do episódio parece apontar.

    Além desses fatores, me parece inegável que a trama caminha para a construção de um panorama que obrigará Peter a encarar um dilema e tanto. Afinal, embora ele diga ter esperança de que não precise escolher entre um universo ou outro, acho improvável que esse pedaço da trama não ganhe novos desdobramentos ao longo dos próximos episódios. Ainda mais quando há um elemento tão tragicamente instável na equação chamado Walter Bishop, não é mesmo?

sábado, 13 de novembro de 2010

Senna

Quando os créditos finais de ‘Senna’ surgem na tela, o sentimento de nostalgia é inevitável. Não só pela F1 em si, que na época de Ayrton e cia era infinitamente melhor que essa coisa sem graça de hoje, mas sobretudo (e com direito a muitas e inevitáveis lágrimas) pela saudade imensa que o filme desperta desse que, para mim, foi o maior ícone esportivo que o país já teve.

Usando registros, em sua maioria raros, de momentos marcantes da trajetória de Ayrton Senna (com destaque óbvio para sua espetacular vitória no Brasil em 1991), o documentário dirigido pelo inglês Asif Kapadia constrói um retrato empolgante e emocionane do homem que viveu menos do que gostaria – é particularmente doloroso ver o próprio Senna falando sobre planos que tinha para um futuro que não veio -, mas que soube fazê-lo de forma intensa como um herói das pistas instantaneamente transformado em mito depois daquele fatídico 1 de maio de 1994.

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    Fugindo um pouco da estrutura usual que caracteriza documentários sobre personalidades – no filme, todos os testemunhos, memórias e opiniões sobre Senna são dadas através de voice over ou pelo próprio -, o filme tem dentre seus muitos méritos, a coragem de não tenta fazer um retrato imaculado de seu protagonista. Assim, o Ayrton que vemos no filme é, mais do que um cara apaixonado pela velocidade e pela incansável busca da perfeição, um homem que teve que aprender, em meio a erros e acertos, a equilibrar seu talento notório nas pistas com a difícil habilidade política que o mundo da F1 exigia.

    Nesse panorama, a rivalidade entre Senna e Alain Prost (exposto como um piloto de caráter no mínimo questionável em várias passagens) ganha atenção especial, já que é justamente através da relação conturbada e explosiva dos dois que temos a chance de conhecer os bastidores do circo da F1 com tudo de bom e de ruim que ele sempre teve, como dirigentes muito mais fiéis a interesses pe$oais do que ao desenvolvimento pleno (e principalmente seguro) de um esporte que desperta tanta paixão mundo afora.

    Vibrante como registro histórico, Senna é uma bela homenagem à memória da personalidade inesquecível e que por tantos domingos nos fez ter orgulho de ver a bandeira verde e amarela tremulando no alto do pódio após cada corrida vencida com o tema da vitória tocando ao fundo. Que saudade, Ayrton!

    Cotação:

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

3 Blu-Rays essenciais direto da Amazon

Três Blu-Rays que considero essenciais para qualquer coleção estão com ótimos preços na Amazon UK. Falo das latas de Band of Brothers (R$38!), The Pacific (R$80) e da recém lançada Trilogia De Volta Para o Futuro (R$66). As duas primeiras e elogiadas produções da HBO, tem opção de legenda em pt-br. Já a trilogia estrelada por Marty McFly, embora só traga legendas em pt-pt, custa quase 1/3 do preço praticado no lamentável box nacional e tem arte infinitamente mais bem elaborada. Aqui, aqui e aqui, você vê vídeos que mostram esses BDs em detalhes. Comprando os 3 juntos, o frete mais barato para o Brasil sai por R$19!