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sábado, 14 de fevereiro de 2009

A estreia de Dollhouse, a nova série de Joss Whedon

Texto com comentários do ep. 1x01 Ghost exibido no EUA no dia 13 de fevereiro

Estreou ontem nos EUA, a esperada e por que não dizer, precocemente badalada Dollhouse. Indo direto ao ponto, a série não é horrível como eu temia, mas também está longe de ter um primor de premissa. Uma agência que molda e apaga personalidades/habilidades a seu bel prazer em prol de missões específicas? Pode ser que se torne interessante dentro de alguns episódios à medida em que a trama evolua um pouco mais, mas julgando por esse primeiro episódio que não foi o primeiro a ser produzido (o piloto original foi descartado pela Fox) ficou parecendo mais coisa da falecida releitura da Mulher Biônica que fracassou na temporada 2007/2008 do que algo novo.

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    Não sei dizer se essa leve decepção foi provocada pelo hype excessivo criado durante os meses que antecederam a estreia da série, mas a verdade é que embora reconheça alguns bons elementos com potencial de fazer a nova cria de Joss Whedon vingar (Eliza Dushku convence como protagonista Echo, Tahmoh Penikett, o Halo de Battlestar Galactica também aparece bem como o agente do FBI que pode expôr o programa Dollhouse, a ação é bem equilibrada...), o fato é que por enquanto continuarei com um pé atrás.

    Dito isso, Dollhouse pode até fracassar na audiência (as noites de sexta -feira nos EUA nem sempre são escolhas sábias), afundar-se num jogo pouco atraente mesmo para o fiel público de Whedon ou perder-se num gênero indefinido entre ficção com toques de espionagem, mas para fazer justiça, posso dizer que lá no fundo há algo gritando, 'Hey! Eu posso fazer essa série ser realmente boa'. Só espero que não leve mais do que 2 ou 3 episódios para descobrir o que é isso, porque não sei se minha paciência será tão duradoura e condescendente.

    E você, já viu a estreia de Dollhouse? O que achou?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A estréia da nova série da Globo 'Ó Pai, Ó'


Antes da opinião, uma confissão: não conheço a peça de teatro nem vi o filme que foi feito a partir dela e que serviu de base para essa produção do núcleo de Guel Arraes na Globo, portanto não posso dizer se a transposição para a tv foi fiel ou não ao material original. Dito isso, há pelo menos uma coisa que posso dizer sem medo de errar: Ó Pai, Ó é surpreendentemente divertida e ao ousar fugir do formato tradicional explorando uma ambientação diferente (a história se passa em Salvador), consegue criar com situações e pessoas bastante comuns, a justificativa perfeita para risos fáceis em torno de assuntos sérios, mas que são explorados de um jeito muito bem humorado.

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    Embora Mercado Branco - episódio que serve como uma espécie de piloto da série -, não dedique tempo algum em fazer apresentações partindo do pressuposto de que o público já conhece aqueles personagens, não tive dificuldades em me conectar àquele universo cheio de malandros e gente simples que tenta ganhar a vida da melhor forma possível. Não sei se houve intenção de construir histórias isoladas, mas me parece bastante razoável que seja assim já que essa é uma fórmula que simplifica tudo de um jeito bem eficaz (A Grande Família faz isso há anos muito bem, aliás).

    O elenco heterogêneo e muito talentoso aparece como um dos grandes trunfos de Ó Pai, Ó (expressão baiana que significa "olhe para isso, olhe"). Lázaro Ramos aparece à vontade no papel de Roque, um sujeito sonhador e honesto que deseja se tornar um cantor de sucesso. Seu arqui-rival, digamos assim, é Queixão (o sempre ótimo Matheus Nachtergaele), um trambiqueiro profissional invejoso e que faz de tudo para se dar bem em cima dos outros. Essas duas figuras, vivem em torno do bar de Neusão (a atriz Tânia Toko), uma homossexual durona, porém divertida e que acaba quase sempre servindo de conselheira para as pessoas que vivem nas redondezas de seu comércio que fica no Pelourinho. Além deles, há diversos outros personagens que ajudam a compor um cenário bem curioso e que sustentado por acontecimentos do cotidiano, transformam a série numa comédia despretensiosa, engraçada e que merece ser vista.

    Ó Pai, Ó começou a ser exibida no dia 31 de outubro na Globo.


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Comentários sobre a estréia de MY OWN WORST ENEMY


Exibido no dia 13 de outubro nos EUA

My Own Worst Enemy, drama de espionagem que estreou na última segunda-feira, dificilmente será a grande surpresa da temporada 2008/2009. Falta à ela o ineditismo que faça com que o público se sinta genuinamente atraído a ponto de se conectar com mais facilidade à história, o que, porém, não significa que não existam bons motivos para acompanhá-la. A série consegue criar um universo fantástico aparentemente exagerado, mas não menos curioso. Tem muita ação, uma boa dose de conspiração no meio e um protagonista carismático que lembra alguns dos bons momentos da Sydney Bristow de Alias e até do Jason Bourne do cinema.

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    Contudo o que a torna a série divertida, também pode se tornar seu maior problema, ou para não fugir do tema, inimigo. Na metade do episódio piloto a sensação de déjà vu é evidente e isso inevitavelmente pode ser suficiente para diminuir o impacto e o envolvimento com a trama. Sendo assim, creio que o maior desafio de MOWE será o de conseguir ao longo dos próximos episódios agregar ou introduzir conceitos novos aquele fantástico mundo de espionagem, algo que Alias fez muito bem quando estreou.

    E se boa parte do sucesso daquela série vinha da protagonista feita por Jennifer Garner (então uma desconhecida) é inegável que MOWE possa se beneficiar do mesmo expediente. A diferença é que Christian Slater já é um nome estabelecido na indústria e não tem muito o que provar, além do fato de ser capaz ou não de segurar uma série que gira totalmente em torno de seu personagem ou melhor, personagens.

    Eu poderia dizer que My Own Worst Enemy é uma série sobre um espião com dupla personalidade, mas prefiro dizer que é uma série sobre um cara absolutamente normal que leva uma vida pacata num subúrbio americano ao lado da família e que de repente descobre que tudo o que sabe sobre si próprio é uma grande farsa. Esse homem se chama Henry Spivey e ele é uma personalidade inventada/programada que é ativada como disfarce através de um implante na cabeça de Edward Albright, um super agente da secretíssima organização governamental chamada Janus.

    Mas, por que alguém usaria como disfarce uma identidade civil que não o permitiria se esconder de ninguém mais do que ele mesmo? Essa talvez seja a maior pergunta da trama e que o piloto apenas esboça responder. Será que Edward se submeteu a tal procedimento/experiência para conseguir fugir de um trauma do passado? Se for essa a resposta, está aí um bom argumento que pode ajudar a conferir complexidade ao personagem. Sobretudo, quando um erro do sistema, digamos assim, ocorre e as duas personalidades começam a interagirm provocando uma série de situações inusitadas nos momentos mais inoportunos e que de certa forma dão graça à produção. Como destaquei antes pode não ser "A" série da temporada, mas tem potencial para suprir um gênero que de tempos em tempos tenta se reiventar. Se MOWE conseguirá atingir esse feito é difícil dizer, mas o fato é que seguirei acompanhando os próximos passos para ver onde ela chega.

domingo, 12 de outubro de 2008

Comentários sobre a estréia de LIFE ON MARS


Episódio 1x01 - Out Here in the Fields (Piloto)

Exibido no dia 9 de outubro nos EUA

Quando vi a primeira versão do piloto americano de Life on Mars que vazou em junho, critiquei a falta de inventividade da série por ter caído na armadilha de se limitar a copiar o conceito da produção original sem expandí-lo. Outros grandes pecados evidenciados naquele piloto, vinham do fato da história se passar num ambiente (Los Angeles) que tirava o ar soturno da série inglesa, além da diminuição da força e até mesmo descaracterização daqueles personagens marcantes. Daí veio uma mudança de produção (David E. Kelley então produtor abandonou o projeto), renovação de elenco com a entrada de Harvey Keitel e Michael Imperiolli e uma mudança de locações, saía Los Angeles e entrava Nova Iorque, uma cidade cujo passado combina muito mais com o mote e o clima da série matriz. Restava portanto saber se esse novo piloto conseguiria superar os equívocos cometidos antes lançando bases sólidas para uma releitura daquela bizarra história envolvendo o detetive Sam Tayler além de expandir o conceito de forma original. Por isso, fiquei muito surpreso quando vi esse novo piloto, que embora ainda não escape de copiar várias sequências da versão inglesa (e isso é compreensível para dar início à história), acerta o tom com um ritmo mais cadenciado e com personagens bem mais bem desenvolvidos e interessantes.

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    A história continua sendo a mesma. Sam Tyler (Jason O'Mara) é um detetive do presente investigando um caso que envolve um serial killer e que após sofrer um acidente acorda em 1973. Lá ele precisará se adaptar à uma realidade bem diferente da que estava acostumado e terá que ganhar seu espaço no meio de policiais com métodos pouco ortodoxos como o durão Gene Hunt (Harvey Keitel rivalizando com a intepretação original de Philip Glenister) e o sarcástico Ray Carling (Michael Imperioli de The Sopranos) que na versão americana ganha mais detaque que naquela da tv inglesa. A também doce Annie, ganha uma boa retratação com Gretchem Mol (substituindo Rachelle Lefreve que atuou no piloto anterior) que equilibra bem aquele o conceito da mulher frágil que busca seu espaço numa sociedade machista. E se antes não me simpatizei com o trabalho de Jason O'Mara (o único sobrevivente da limpa no elenco) como Sam Tyler, agora posso dizer que ele conseguiu equilibrar mais a dose reflexiva e explosiva que transformam o protagonista numa figura complexa e ao mesmo tempo carismática.

    Isso tudo porém, talvez não funcionasse se a ambientação do ano de 1973 não fosse bem feita. E para nossa sorte, o trabalho de produção da série é digno de palmas já que ela traduz com muita eficiência o clima daquela década. Todas as cenas da Nova Iorque de 1973 convencem e imediatamente nos conectam ao mesmo desespero e à mesma dúvida que toma conta de Tyler tentando entender o que lhe aconteceu (a cena em que ele contempla as torres gêmeas é repleta de sutilezas que exprimem bem esse sentimento). Igualmente curioso, é notar que também existam indicações de que o cenário da época envolvendo escandâlos políticos (o Watergate) ou mesmo o impacto que a longa guerra do Vietnã provocou na sociedade, também devem ser incorporados à trama que tem como maior desafio encontrar um caminho novo e que consiga convencer a audiência de que o mistério sobre o que está acontecendo com Sam Tyler (ele viajou no tempo, está sonhando ou num coma?) possa ter outras camadas tão interessantes e criativas quanto aquelas da série inglesa.

    Life on Mars US começou bem, reunindo ingredientes que tem tudo para render uma boa receita. Resta saber se os responsáveis por essa versão terão coragem de explorar algo inédito como explicação para tudo ou cederão à tentação de copiar o chocante desfecho da original. A resposta para isso ainda não tem data para acontecer, mas até lá pretendo acompanhar a série, e você, pretende fazer o mesmo?

Preview: Comentários sobre a estréia de CRASH



Episódios 1x01 "Arteries" e 1x02 "Crossroads"

Com exibição prevista para o dia 17 de outubro nos EUA


Crash, filme que venceu o Oscar 2006 ainda divide opiniões até hoje. Para uns a produção escrita e dirigida por Paul Haggis (Menina de Ouro) conseguiu explorar uma narrativa inovadora, envolvente e com profundidade, enquanto para outros o filme é pretensioso demais nunca atingindo um resultado final consistente. Particularmente gosto de Crash pois acredito que sua iniciativa de contar uma história com personagens multi facetados conseguiu escapar da visão manequeísta que seria uma armadilha fácil a ser explorada. Sendo assim, fiquei bastante curioso quando soube que aquele universo ganharia novas luzes, agora na tv como série. Pena que a expectativa acabe frustrada por uma transposição que inicialmente não traz o mesmo apelo emocional e dramático do filme estrelado por Brendan Fraser, Sandra Bullock, Don Cheadle, Ryan Phylippe e Matt Dillon.

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    Assim como ocorria no filme, a série Crash explora histórias aparentemente sem ligação de um grupo bastante heterogêneo de pessoas num ambiente repleto de esteriótipos, muito preconceito e racismo. Mas enquanto o filme conseguiu dar ritmo aos acontecimentos além de torná-los interessantes, a série falha em fazer o mesmo, optando por histórias e personagens menos interessantes, salvo raras exceções como o personagem do veterano Dennis Hopper que faz Ben Cendars, um produtor musical solitário em processo de auto-destruição.


    Falta à série aquela mesma sensação de intensidade ou mesmo o senso de que de alguma forma aquelas histórias podem ter impactos reais ao se cruzarem. Além disso, há pelo menos um personagem na série que parece demais com aquele de Matt Dillon., o que diminui o tom de novidade prometida por ela. O policial Kenny, também é um oficial da lei com moral dúbia e ética contestável como aquele feito por Dillon e que não hesita em abusar do poder que lhe foi conferido no dia a dia das ruas de Los Angeles. Os outros personagens também não parecem ter a mesma força daqueles do filme. O detetive Axel, por exemplo é rasteiro demais para que nos importemos com sua conduta questionável de caça a membros de uma gangue coreana. Já a história da família Emory (cujo convívio forçado com o sogro expõe uma crise no casamento de Christine e Peter) é pouco atraente a ponto de nos deixar curiosos sobre o que vem pela frente, embora admita que talvez esteja concetrado ali o núcleo que trará uma discussão sobre racismo. Além destes, há ainda um personagem latino que passa maus bocados para tentar entrar ilegalmente nos EUA e cujas motivações são obscuras e o paramédico coreano cujo passado com a mencionada gangue o colocará no caminho do detetive Axel que deve mudar sua vida para sempre.

    Embora seja óbvio que eu não tenha sido fisgado pela série, confesso que provavelmente voltarei a conferir os próximos episódios sobretudo por conta da história do personagem de Dennis Hopper, que à frente de um elenco de desconhecidos tem a história mais interessante de todas conferindo complexidade a um homem irrascível, o que de certa forma já garante algum peso e importância à série. Se só a história dele será suficiente para segurar a série, só o tempo dirá. E você, já deu uma conferida em Crash?

Comentários sobre a estréia de ELEVENTH HOUR


Eleventh Hour 1x01 "Ressurection"

Exibido no dia 9 de outubro nos EUA

Essa poderia ser a série que disputaria com Fringe o título de melhor drama com toques sci fi da temporada, mas analisando apenas o episódio que serviu como piloto, parece que a disputa infelizmente já começa desigual. A nova produção de Jerry Bruckheimer (franquia CSI) é uma tentativa da rede CBS de misturar um gênero que domina, o investigativo, ao de ficção que por sinal, poucas vezes ganhou espaço na grade do canal. Sem dúvida uma boa idéia, não? Eleventh Hour, porém, não é original e é baseada numa série britânica de mesmo nome que teve Patrick Stewart (o Prof. Xavier de X-Men) como protagonista mas que não passou de 4 episódios. A trama gira em torno de Jacob Hood, um consultor científico do governo americano que investiga ao lado da agente Rachel Young, casos estranhos envolvendo uso indevido da ciência. Soa familiar?

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    Se você já assiste Fringe, certamente deve ter notado a semelhança. Porém, faltam a Eleventh Hour alguns elementos que tornam Fringe mais interessante e que na minha opinião, seriam fundamentais para que essa série pudesse ser mais atraente. O primeiro seria explorar um caso realmente diferente e incomum (esse primeiro episódio explora clonagem, um tema já bem batido tanto na tv quanto no cinema) e segundo seria construir um protagonista mais complexo, menos didático e sobretudo mais natural, já que embora não comprometa, o trabalho de Rufus Sewell (Tristão & Isolda) soa artificial demais em certos momentos me desconectando da histótia. Outro ponto que me incomodou nesse episódio de estréia foi a personagem Rachel Young que trabalha com Jacob. Pode ser que eu me engane e a personagem ainda traga algum aspecto interessante à trama ou mesmo à dinâmica entre os dois, mas tenho a leve impressão de que só caberá à ela o papel insosso de ser segurança particular do consultor cientista durante as investigações, o que diminui a força da trama.

    É óbvio que ainda não condenarei a série, muito menos a classificarei como um equívoco absoluto, mas se os próximos episódios não buscarem um caminho diferente e mais original, duvido muito que Eleventh Hour (que já tem 13 episódios programados) tenha chances de sobreviver numa temporada tão competitiva quanto essa. E você que já viu a série, o que achou dela?

    P.S. Eleventh Hour estréia em novembro no Warner Channel

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A Estréia Bem-Sucedida de The Mentalist

The Mentalist é uma das estréias mais bem-sucedidas da temporada. Exibida nas noites de terça-feira pelo canal americano CBS, a série impressionou ao ultrapassar a marca de 15 milhões de telespectadores nos dois primeiros episódios, ocupando as primeiras posições entre os programas mais vistos da semana. E esse bom começo rendeu frutos, pois a emissora garantiu mais 6 episódios, além dos 13  inicialmente previstos para a temporada.

Esses primeiros dados nos levam a imaginar que The Mentalist é espetacular. Mas, com base nos dois primeiros episódios exibidos, parece ser só mais um mais drama policial mediano, com uma trama central sem graça, sem nenhum atrativo extraordinário como um roteiro espetacular, atores renomados  ou interpretações memoráveis.

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    Em resumo, a série gira em torno de Patrick Jane (interpretado por Simon Baker), consultor independente de uma a agência de investigação da Califórnia que tem a peculiar habilidade de observar e interpretar as pessoas. No passado, ele ganhava a vida fingindo ser sensitivo em programas de televisão, quando então foi convidado pela polícia para ajudar a encontrar um serial killer.  Patrick acabou dando uma declaração que irritou o criminoso, que por sua vez se vingou de uma forma muito cruel.  Abalado com a tragédia que lhe acometeu, rompeu com o passado de charlatanismo e resolveu usar seu dom para fins mais nobres, como realmente ajudar a polícia a solucionar crimes e prender bandidos.

    Apesar do seu drama pessoal, Patrick Jane é um cara aparentemente bem-humorado e um tanto irônico, que manipula e confunde não só as pessoas que investiga, mas também os seus colegas de trabalho, em especial a sua chefe, Teresa Lisbon, interpretada por Robin Tunney (a Veronica de Prison Break). E a série é basicamente isso, o que me leva a questionar se essa excelente audiência é mérito próprio, de realmente ter  agradado e caído nas graças do público americano, ou é o efeito da estratégia inteligente do canal, que exibe a estreante logo após NCIS (cuja audiência de mais de 17 milhões de telespectadores é inexplicável, na minha opinião) e antes de Without a Trace, concorrendo diretamente com Dancing With Stars (ABC) e Fringe (FOX).

    É difícil ir além na análise tendo assistido somente dois episódios, mas é mais difícil ainda a série superar minha preferência por outros dramas policiais, como CSI, ou mesmo Medium. Como eu disse no começo, a primeira impressão é de ser apenas mais uma série de investigação policial, o que não significa necessariamente que a série seja ruim. Mas, apesar do mérito que é a boa interpretação de Simon Baker, que confere carisma ao personagem principal, o resto do elenco é inexpressivo ou foi mal utilizado. O primeiro episódio até que foi bem interessante, contando inclusive com a participação especial do vencedor do Emmy deste ano, Zeljko Ivanek. Já o segundo episódio foi entediante. Mesmo assim, vou continuar assistindo e acompanhando o desenrolar da trama e as possíveis mudanças de curso. Quem sabe eu começo a entender porque o público americano gostou tanto de The Mentalist. No Brasil, a série será exibida pelo canal Warner a partir de novembro.

domingo, 14 de setembro de 2008

FIQUE POR DENTRO: 90210 1x03, as estréias da péssima 'Do Not Disturb' e da boa 'Privileged'

90210 Ep. 1x03 "Lucky Strike"

Episódio exibido no canal americano CW em 9 de setembro

E depois de um início bem razoável, lá fui eu conferir o terceiro episódio de 90210. Admito que esse Lucky Strike foi até divertido, mas o simples fato de ter passado boa parte do tempo olhando no relógio para saber quanto faltava para terminar já não era um bom sinal. A verdade é que 90210 ainda não apresentou elementos suficientes que me prendam e a justificativa talvez ainda recaia sobre o que eu disse no comentário da estréia quando fiz referência à falta identidade da produção. Esse terceiro episódio também acabou chamando minha atenção negativamente para o trabalho da atriz Shenae Grimes que faz a protagonista Annie Wilson. Grimes infelizmente - pelo menos até aqui - tem se preocupado mais em fazer caras e bocas do que em conferir algum peso dramático à sua personagem. E sim, eu sei que essa é uma série teen onde esse aspecto geralmente passa despercebido mas basta comparar Annie com a Amy Jurgens de The Secret Life of the American Teenager para notar a imensa diferença. E se ainda não dá para fazer elogios, tenho que ser justo e reconhecer que há algumas subtramas que prometem render ao longo dos próximos episódios. Os dois principais exemplos ficam por conta da reaparição da problemática Jackie Taylor que após uma discussão com as filhas Kelly e Erin Silver, as expulsa de sua casa, e o arco dramático que envolverá Naomi depois da descoberta de que a realidade em sua família traz uma felicidade que não passa de fachada.

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    Ainda sobre a série, vale destacar que Shannon Doherty só deve aparecer em mais 3 episódios (embora exista possibilidade dela fazer outros depois) enquanto Jennie Garth já extendeu seu compromisso com a produção por mais 5 episódios além dos 6 que já havia inicialmente concordado em fazer. Será que a produção da série vai correr atrás de Tori Spelling para convencê-la a preencher a vaga de Doherty? E os personagens masculinos da série clássica, aparecerão ou não? Difícil prever mas como a Juliana sugeriu comentando comigo, é provável que o primeiro dos dois (Jason Priestley, o Brandon e Luke Perry, o Dylan) que concordar em participar de 90210 provavelmente será revelado como sendo o pai do filho de Kelly.


    A estréia da péssima Do Not Disturb

    Episódio exibido no canal Fox americano em 10 de setembro

    Se na temporada anterior tivemos a péssima Caveman, a temporada 2008/2009 já tem uma forte candidata a pior série nova. Do Not Disturb tem tudo o que uma comédia que almeja algum espaço deveria evitar. Em primeiro lugar, ela é totalmente sem graça e tenta forçar o riso sem qualquer sucesso. Fora isso, a série é exageradamente sexista, tem personagens esteriotipados demais como a gordinha inteligente, o gay que quer provar alguma coisa, a loira bonita mas burra e por aí vai... E para complicar ainda mais a situação, Jerry O'Connel parece não ter aprendido a lição com Carpoolers e mais uma vez força a barra fazendo um personagem que não tem carisma nenhum, o que por si só seria suficiente para condenar a série, já que seu personagem é um dos principais da produção. Porém o que me espantou ainda mais nesse turbilhão de equívocos foi ver o nome de Jason Bateman (Arrested Development) como diretor do piloto exibido na estréia oficial na tv americana que aliás, substitui o episódio vazado em junho e que não era menos ruim. Do Not Disturb se passa num hotel, mas a certeza que surgequando o episódio termina é que humor e criatividade são coisas que definitivamente nunca se hospederam por lá.


    Privileged - Ep. Piloto

    Episódio exibido no canal americano CW em 9 de setembro

    Vou direto ao ponto sobre mais essa nova série teen do CW. Privileged é boa, diverte, mas na minha opinião não deve ter muito futuro. Faltou alguma coisa para que eu comprasse aquela idéia de uma mulher rica e poderosa que em pleno século 21 contrata uma pessoa para dar um 'jeito' nas netas rebeldes órfãs de pai e mãe, e mais ainda com a idéia de que a contratada fosse apenas poucos anos mais velha que elas. Não li o livro (How To Teach Filthy Rich Girls) que inspirou a série, portanto não sei se a situação se repete na obra, mas seja lá como for, tenho dúvidas que a série tenha gás para explorar essa história. Sobre os personagens, a novata Joanna Garcia dá mostras de carisma e transforma sua personagem Megan Smith numa figura bem simpática, enquanto a veterana Anne Archer aparece muito bem como Laurel Limoges, a ricaça de um império de cosméticos que a contrata. As netas por sua vez, não brilham mas tão pouco comprometem. Além disso, Privileged consegue aguçar a curiosidade de se ver alguém sem rumo ganhando da noite pro dia a oportunidade de viver num mundo de sonhos cheio de luxos e facilidades. E se ainda não vi nenhum grande destaque na trama - tirando talvez os segredos do passado de Megan -, reconheço que o roteiro desse piloto pelo menos foge dos clichês batidos e geralmente óbvios para séries teen, o que já é um bom sinal.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

SONS OF ANARCHY: Hamlet sobre duas rodas (Comentário do ep. Piloto)

Episódio exibido no dia 03 de Setembro nos EUA
Criada por um ex-produtor de The Shield, estreou na semana passada no FX americano a série Sons of Anarchy. A produção conta a história do grupo de motoqueiros que dá nome à série e que faz de tudo para proteger a pequena cidade em que vivem da influência e atuação de traficantes e outros criminosos. Detalhe: para financiar sua, err... proteção, os chamados Sons of Anarchy não hesitam em quebrar a lei vendendo armas para grupos de fora da cidade.

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    E se inicialmente a trama parece besta, o piloto deixa uma clara indicação de que há muito mais nessa série do que uma primeira impressão possa causar. Em primeiro lugar, há personagens bem densos - o que é sempre bom - como o de Ron Pearlman (de Hellboy 1 e 2) que faz o líder dos SoA e Katey Sagal (conhecida como a Peg Bundy de Married with Children) que faz a perigosa e maquiavélica mulher do personagem de Pearlman e também é mãe do protagonista Jax Teller (o novato Charlie Hunman), um sujeito durão e sem medos, mas que começa a se questionar se a real ideologia do grupo fundado por seu falecido pai foi distorcida com o tempo e/ou por alguém. E é justamente em cima desse argumento e levando em conta alguns acontecimentos desse piloto, que se constroem as bases para o que deve ser uma história carregada pelas influências de Hamlet de William Shakespeare, uma vez que as semelhanças são muito evidentes, o que já me diz alguma coisa sobre essa série.

    Porém (e sempre há um porém), ao mesmo tempo em que demonstra ter bom potencial, este piloto de Sons of Anarchy também dá sinais de que a série não é uma produção fácil de se ver ou mesmo atraente para qualquer um. Há muita violência e a linguagem abre mão de qualquer sutileza, fora que há certas doses de drama bastante carregados com um ar depressivo como a história envolvendo a personagem Wendy (feita por Drea de Matteo, a Adriana de Sopranos), a ex-mulher de Jax que mesmo grávida mergulha no vício e coloca em risco a vida do bebê que esperava para desespero e irritação do pai e da avó que lhe faz uma ameaça velada com ares de máfia.

    Em suma, SoA pode até não ter vida longa na tv, mas definitivamente me deixou curioso para ver o que vem pela frente. E você, já conferiu o piloto? O que achou?

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

FIQUE POR DENTRO: O final de Swingtown, o início de True Blood e a volta de Entourage

Bom, como são séries demais e tempo de menos para escrever detalhadamente sobre todas, a partir de hoje usarei o 'Fique por Dentro' também para comentários objetivos, mas não menos abrangentes sobre algumas séries da semana que já foram vistas. Esse tipo de post não substitui aqueles exclusivos e que dissecam um pouco mais minhas impressões sobre determinado episódio seja lá da série que for, mas ao mesmo tempo acredito que será uma boa forma de manter você que nos visita (e tem curiosidade de saber, é claro), mais ou menos atualizado sobre tudo o que ando conferindo na telinha. E como este (e qualquer outro blog) só tem graça se houver uma troca de idéias, desde já deixo meu convite para que você também expresse suas opiniões sobre as séries que acompanha. Combinado? Então vamos ao que interessa.

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    ADEUS, OU QUEM SABE ATÉ LOGO, SWINGERS

    Terminou na última sexta feira dia 05 de setembro nos EUA, a temporada de estréia da série Swingtown. Tida por muitos como uma tentativa frustrada de falar de um tema espinhoso e pra lá de polêmico, a série que estreou no chamado mid season da tv americana foi perdendo pouco a pouco a audiência, que não embarcou na idéia de ver casais dos anos 70 experimentando a liberdade (e sobretudo a libertinagem, é claro) sem que nada demais fosse mostrado. Eu, particularmente, consegui curtir a série no que ela fez e entendendo a limitação de ser exibida numa emissora aberta por lá, a CBS, me diverti com a novelinha de relacionamentos confusos e de descobertas surpreendentes nas vidas dos três casais principais da trama. E se a série não voltar, e acredito que não volte, pelo menos serviu de entretenimento enquanto durou, levantando questões interessantes e que ainda encontram eco nos dias de hoje, como a independência das mulheres, a abertura do diálogo familiar e coisas do tipo que eram impensáveis nos idos dos anos 60 e início dos 70. Sendo assim, Take It to the Limit fez uma boa reunião desses temas, encerrando algumas brechas da trama e deixando várias outras situações em aberto envolvendo a crise entre Bruce e Susan, a ascensão de Janet como colunista de jornal abrindo espaço para uma independência que ela nem mesmo sabia que queria, a mudança de rumo do mais libertino dos casais, os Dekker que agora aguardam a chegada de um novo membro na família e obviamente a decisão de Susan de se entregar na aventura de se envolver com Roger, simplesmente o marido de sua melhor amiga. Se algum dia saberemos que desdobramentos terão esses ganchos eu não sei, mas se a série parar por aí já me dou por satisfeito.


    SOBRE O QUE É TRUE BLOOD AFINAL?

    Foi isso que fiquei me perguntando depois de ver o episódio piloto da nova série de Allan Ball (Six Feet Under) que estreou no último domingo, 7 de setembro ,na HBO americana. Pode ser que eu me engane e acabe gostando, mas confesso que não consegui comprar a idéia que a série parece pretender explorar. Sei que ela é baseada em uma coleção de livros chamada Southern Vampire Mysteries, mas a iniciativa de tentar fazer humor em cima de mistérios que usam vampiros que saíram do anonimato para viver junto aos humanos, depois que o sangue sintético (o Tru Blood) foi criado, me soa um tanto confusa. Eu até embarquei na idéia dos dentuços vivendo entre nós harmoniosamente e tal, mas qual vai ser o propósito da série? Mostrar o envolvimento amoroso de uma garçonete (Anna Paquim) - que inexplicavelmente lê mentes -, com um vampiro com pinta de mau ,mas que vira alvo de traficantes de sangue dessa, digamos, raça? Bom, posso ter interpretado tudo de uma forma superficial demais (e sinta-se à vontade para argumentar), mas julgando por este piloto tenho sérias dúvidas de que a série possa engrenar. Fora isso, vamos combinar que passar mais de 50 minutos ouvindo aquele sotaque caipira enrolado da Lousiana além de ter que engolir alguns personagens bem chatinhos, definitivamente não parece ser tarefa simples.


    ENTOURAGE: BOA COMO SEMPRE

    Se tem uma coisa que eu adoro em Entourage é essa capacidade de transformar cada episódio numa grande epopéia nervosa mas, muito engraçada. Há sempre alguma coisa importante para ser decidida na vida de Vince Chase, mesmo quando ele parece não dar a mínima para nada que a fama possa lhe trazer de bom. Fantasy Island, episódio que abriu a 5ª temporada da série, traz Vince isolando-se do mundo na companhia de Turtle e de belas mulheres em um balneário mexicano, depois do fracasso avassalador de seu último filme, Medellin. A reclusão porém não dura muito, quando então um produtor badalado entra em contato com Ari Gold (o sempre ótimo Jeremy Piven) oferecendo um papel em seu próximo filme para Chase, o que obriga o alucinado agente a buscar seu melhor cliente para uma reunião que se revela uma grande roubada. Vinnie na verdade fora usado para pressionar Emile Hirsch, ator que o produtor realmente queria para seu filme, a assinar contrato logo. Uma situação aliás, que deve ser bem mais comum do que podemos imaginar em Hollywood. E se Eric parece começar a expandir seu negócio agenciando atores novatos em busca de espaço, Johnny Drama continua sendo o mesmo de sempre achando que tem o rei na barriga e dando uma de diva nos sets da série de sucesso que estrela. Será que voltaremos a vê-lo desempregado em breve? Eu não duvidaria, até porque era sempre divertido ver as frustrações dele com testes mal-sucedidos. E por falar em Johnny Drama, já conferiu o joguinho baseado na também fictícia série de sucesso dele, a Viking Quest que está disponível no site oficial da série? Dá para brincar de ser Tavord e se for bem sucedido, ouvir o 'famoso' grito de Victory!!! Entourage voltou e a diversão está garantida com a turma de amigos mais bacana da tv.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

90210: Novidade ou só uma série reciclada? (Comentários do ep. Piloto)

Episódio exibido no dia 02 de Setembro nos EUA.
Diferente de muitos que foram conferir a estréia de 90210 motivados simplesmente pela nostalgia, assisti o piloto da série com baixa expectativa, embora, devo admitir, estivesse curioso para ver no que daria essa idéia de ressuscitar um dos clássicos dos anos 90. O resultado? Certamente nenhuma vergonha, mas sem qualquer dúvida posso dizer que falta muita coisa para que eu me apegue à produção e a justificativa é simples: falta identidade à essa releitura de Beverly Hills 90210, popularmente conhecida no Brasil como Barrados no Baile.

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    Desde os primeiros instantes do piloto de 90210 embalados pela trilha do Coldplay, fica evidente que a CBS Paramount investiu na produção da série que é de fato bem feita e não hesita em esbanjar tomadas aéreas da badalada Beverly Hills e suas várias mansões, carrões e afins, o que obviamente já confere um ar atraente para o público alvo do canal CW que reconhecidamente dedica sua grade às séries de apelo jovem como One Tree Hill, Smallville e, claro, Gossip Girl.



    E se pensaram bem na hora de 'vender' a série, infelizmente, como mencionei antes, esqueceram de conferir identidade à ela, já que a impressão que fica ao longo de todo o piloto é que os produtores não se decidiram se fariam uma releitura/refilmagem ou um spin-off da original. Peguemos a família Wilson, por exemplo que é uma cópia quase literal da família Walsh. Vindos da pequena Wichita no Kansas, são aqueles que terão que se adaptar a um mundo totalmente diferente (embora Harry, o pai, já tivesse morado em BH). E se antes tínhamos os dois irmãos Brandon e Brenda, agora temos Annie e Dixon, sendo que ele na verdade foi adotado pelos Wilson oito anos antes. Além dessa semelhança, fica bem implícito que o personagem Ethan traz aquela mesma aura de bad boy incompreendido do Dylan McKay feito por Luke Perry na série original. Dito isso, deveríamos condenar 90210 como uma produção preguiçosa e sem criatividade? Ainda é cedo para dar uma palavra definitiva mas fica óbvio (pelo menos para mim) que o 'desconfiômetro' tem que permanecer ligado desde já.

    Tirando essa constatação, reconheço que a série também abre espaço para elementos realmente novos como o inseguro professor Matthews, a introdução da maquiavélica Naomi (a bela AnnaLynne McCord que fez a marcante Eden na 5ª temporada de Nip/Tuck) ou ainda a ótima Tabitha Wilson (a avó louquinha de Annie e Dixon) que traz um tom cômico bem singular à história. Contudo, o que realmente surge como atrativo principal nessa estréia é a aparição discreta da ainda bela Kelly Taylor e de Brenda Walsh. A loira que agora tem um filho de 4 anos e meio (quem seria o pai? Brandon talvez?) é uma espécie de conselheira no colégio West Beverly Hills e já conhecia Harry Wilson (pai de Annie e Dixon), que por sua vez é o novo diretor do colégio. Brenda por sua vez, retorna sabe-se lá de onde para passar uma temporada na cidade e obviamente botar o papo em dia com a antiga amiga e quem sabe, se envolver em novas confusões amorosas como fizera nas 4 temporadas que participou na original.

    De uma maneira geral, o piloto de 90210 organiza bem os cenários que deve (re)explorar como vício em drogas, abuso de bebidas, depressão, intrigas e muitos relacionamentos complicados sempre levando em conta o ambiente que explora. E se toda essa mistura ainda não foi suficiente para me convencer, pelo menos tem o mérito de me deixar minimamente curioso para ver o que vem pela frente, o que me leva a dizer que darei novas chances à série. E você, pensa em fazer o mesmo?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

RAISING THE BAR: Apenas mais uma série de tribunal?

Episódio exibido no dia 01 de Setembro nos EUA
Como fã de séries, não há um gênero sequer que passe incólume na minha tv. Quer dizer, para ser realmente sincero admito que nos últimos anos tenho dedicado mais tempo às séries de ficção científica, médicas, dramédias, comédias, investigativas e de ação do que outras, e se há um tema que acaba relagado a segundo plano nesse panorama é o jurídico. Não porque eu tenha preconceito ou qualquer coisa do tipo, mas simplesmente porque nos últimos anos nenhuma série com essa temática apareceu a ponto de me cativar e me fazer acompanhá-la com fidelidade. Dito isso, sei muito bem que há dramas jurídicos bastante elogiados como The Closer Boston Legal que mereciam minha atenção, mas à essa altura do campeonato e com a 5ª temporada prestes a começar, acho bem improvável que vá acompanhá-la num futuro próximo, pecado que de certa forma me instigou a conferir o piloto da nova série de advogados da TNT americana (que também exibe The Closer) chamada Raising the Bar, expressão que no bom português poderia ser livremente traduzida como algo que aumenta as expectativas em torno de algo ou alguém.

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    Raising the Bar - criada por Steven Bochco de Nova York Contra o Crime - mostra o dia-a-dia de um grupo de jovens promotores e defensores que se enfrentam no tribunal mas que depois do expediente digamos assim, se encontra para conversar como bons amigos que são (todos ou quase trabalham para o mesmo escritório). Mas será que só isso será capaz de dar à série um tom atraente capaz de sustentar a audiência pelos próximos episódios? Para ser justo na resposta, não posso ignorar o fato de que há pelo menos dois bons personagens na série, o que é sempre um bom sinal pelo menos para mim. Um deles é o defensor Jerry Kellerman (Mark-Paul Gosselaar de Nova York Contra o Crime), um sujeito de convicções fortes e personalidade marcante que parece nunca dar o braço a torcer quando acredita que uma injustiça (ou pelo menos uma distorção da justiça) é cometida sobretudo por quem deveria zelar pelo cumprimento igualitário e equilibrado das leis estabelecidas como é o caso da juíza Kessler (Jane Kaczmarek, a Lois de Malcolm in the Middle), uma mulher durona e que jamais aceita ser contrariada em suas decisões indicando um traço de tirania ao mesmo tempo irritante para quem vê mas não menos curioso, o que claro, já cria uma dinâmica bem interessante dentro do contexto da série.



    Fora esse elemento, o piloto de Raising the Bar explorou, é claro, o desenrolar de um julgamento. No caso abordado, um homem enfrenta o juri popular acusado de estupro depois de ter sido reconhecido pela vítima através de uma foto. A resolução do caso em si é um pouco decepcionante, não pelo veredito, mas sim pela forma com a qual é conduzida, já que depois de plantar a dúvida sobre a inocência ou não do réu no início do episódio, o roteiro investe num caminho simplório e fácil para dirimir qualquer dúvida que pudesse permanecer e aí perde-se a graça do processo jurídico que poderia ser interessante. Apesar disso, digo que a série demonstrou ter algum potencial escondido por baixo daquele emaranhando de personagens em seus relacionamentos que muitas vezes se misturam entre o pessoal e o profissional, no que aliás pode acabar rendendo frutos à história. No fim das contas, o meu veredito final é: dê uma chance, confira o piloto e julgue você mesmo. Eu ainda não sei se essa será a série que me fará olhar com mais atenção para o gênero jurídico, mas não me resta dúvida de que ela poderá agradar em cheio todos que curtem e não perdem uma série que explore o aparentemente inesgotável tema de tribunal.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

The Secret Life of the American Teenager: O Juno da tv


Depois do sucesso do filme Juno, o canal ABC Family (filiado à ABC que exibe Lost, Grey's Anatomy e etc) investe em The Secret Life of the American Teenager (algo como A Vida Secreta do Adolescente Americano), série da midseason que explora o mesmo tema daquele filme onde uma adolescente lidava com as dúvidas e medos de uma gravidez precoce e obviamente indesejada.

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    Confesso que quando soube da série, imaginei que ela fosse ser só mais uma com temática adolescente vazia e textos pobres e pouco imaginativos, mas ao assistir o primeiro episódio rapidamente percebi que a proposta era expandir o clima do filme escrito pela vencedora do Oscar 2008 Diablo Cody, mesmo não existindo qualquer relação direta entre as duas produções. Não sou louco de dizer que a série terá uma repercussão tão retumbante quanto a do filme, mas julgando pelo respeito à inteligência do público alvo que se destina, e às discussões que propõe, dá para esperar uma boa resposta da audiência.

    Ao mostrar a jovem Amy (a novata Shailene Woodley) encarando as consequências da gravidez e tendo que lidar com descobertas e o choque que a notícia vai representar em sua vida escolar e familiar, The Secret Life... consegue criar um clima envolvente e instigante muitas vezes raro às séries adolescentes. Por falar neles, ponto para série por usar adolescentes de verdade para representar aqueles personagens e mesclar bons atores veteranos para criar a ambientação familiar crível e que reflete o desenho de muitas famílias da vida real, e que, claro, confere à série uma aura mais interessante e atraente. É óbvio que há personagens clichês na série, como a adolescente desregrada e liberal e outra totalmente carola, mas até nisso dá para notar um equilíbrio que serve para o propósito do tema que inegavelmente também explora outros pontos comuns à fase das incertezas que cada um de nós (dependendo da idade) já passou ou está passando.

    Nesse período de férias, The Secret Life of the American Teenager surge como uma boa surpresa do midseason americano e uma alternativa às mesmices que os programas voltados para o público jovem geralmente oferecem. E como curiosidade, fica a informação de que o ator Jason Priestley (o eterno Brandon Walsh de Barrados no Baile) vai dirigir o nono episódio da série.

terça-feira, 8 de julho de 2008

PRETTY / HANDSOME: Comentários do Ep. Piloto

Conhecido pela controvérsia e ousadia mostrada em Nip/Tuck, o produtor e também roteirista Ryan Murphy usou o artifício para criar Pretty/Handsome, idéia que revisita o clima das duas primeiras temporada de NT com o diferencial de focar sua trama quase que exclusivamente em cima de um tema que muitas vezes serviu de mote para alguns episódios da série dos cirurgiões plásticos Sean McNamara e Christian Troy. Em Pretty/Handsome o centro das atenções recaem sobre Bob, um médico ginecologista feito pelo sempre eficiente Joseph Fiennes e que tal qual os de NT é bem sucedido na profissão mas passa por uma crise existencial (ou seria pessoal?) que começa a refletir dentro de casa.

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    Com um crescente desejo de mudar de sexo, Bob experimenta situações inusitadas e permite que a idéia ganhe formas (ele se veste de mulher, faz depilação e etc) ainda que em um primeiro momento tudo ocorra de uma forma relativamente discreta mas que ainda assim provoca suspeitas - pelos motivos errados - em sua esposa (feita pela atriz Carrie-Anne Moss, a Trinity de Matrix) que acredita que o marido possa ter um 'caso'.

    Ao conduzir os eventos mostrados e explorar de forma inteligente e sutil as nuances que evidenciam as motivações que levaram Bob a ter esse desejo, Ryan Murphy conseguiu chocar e ao mesmo tempo provocar uma simpatia pelo médico que fica dividido entre assumir o desejo ou renegá-lo em função de sua posição social/profissional ou mesmo por conta dos impactos que ele traria à sua família. Outro mérito deste piloto é sua capacidade de fugir de esteriótipos tratando com cuidado um tema que por si só é impactante e polêmico, e nisso vale uma menção especialíssima ao trabalho feito pelo desconhecido Jake Cherry, que interpreta uma mulher que vive como homem há anos e rouba a cena em uma sequência que emociona e marca o tom da série que Pretty/Handsome poderia ser.

    Pois é, poderia ser porque infelizmente ao que tudo indica Pretty/Handsome não passará de um piloto bem produzido já que segundo o The Hollywood Reporter, o Fx americano desistiu da idéia de tranformar a idéia de Ryan Murphy em outra série de sua grade. É fato que apesar das muitas qualidades deste piloto, a idéia em si - por ser pelo menos na teoria limitada àquele pequeno universo - não parece capaz de gerar uma série com várias temporadas ou mesmo de grande apelo junto ao público, mas quando paramos para analisar a quantidade de séries ruins e com temas vazios que ano após ano ganham sinal verde para uma temporada inteira, é injusto que Pretty/Handsome não tenha tipo pelo menos uma chance de provar o contrário, e olha que por trás da idéia da série tinha até um certo Brad Pitt como produtor executivo.

    Veja um clipe do ep. Piloto


    Mas conta aí, se você viu o piloto de Pretty/Handsome acha que ela merecia uma chance ou acredita que o Fx fez bem em desistir dela?

sexta-feira, 20 de junho de 2008

LIFE ON MARS US: Comentários do episódio 1x01 - Piloto

Depois do vazamento de Fringe e True Blood (série sobre vampiros da HBO), outra série nova da temporada 2008/2009, e que também chegou à rede antes da estréia foi a versão americana de Life on Mars, cujo original inglês de 2 curtas temporadas foi um sucesso de crítica.

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    O episódio Piloto dessa releitura americana traz a mesma temática de sua matriz. O protagonista da série é Sam Tyler, um detetive que investiga as ações de serial killer mas que depois de um acidente acorda no início da década de 70 onde terá que se adaptar a um mundo totalmente diferente do seu, além de tentar entender se voltou no tempo ou se o que está vivendo é apenas fruto de um estranho sonho ou de uma realidade imaginada criada em função de um coma provocado pelo tal acidente.

    Produzido sob a batuta de David E. Kelley (Boston Legal), que já pulou fora da série, o piloto dessa versão americana limita-se a copiar tudo do original fazendo pouquíssimas alterações (Maya, colega e namorada de Sam no presente ganha mais destaque e a história se passa em Los Angeles em vez da fria Manchester) mas que no fim acabam descaracterizando o clima soturno e as características dos personagens principais do original. Falando nisso, aliás, é impossível não comparar as duas versões. Na leitura americana, Sam Tyler perde muito da fragilidade e inteligência conferida anteriormente pelo ator John Simm na interpretação de Jason O'Mara (Men in Trees) que dá ao personagem um ar mais superficial e atrelado à ação do que à reflexão. Já o Gene Hunt feito por Colm Meaney (mais conhecido por seu trabalho em Star Trek: Deep Space Nine) continua sendo o tira durão e de métodos nada ortodoxos mas que não tem o mesmo humor ou presença marcante do personagem da versão inglesa.

    É difícil dizer se Life on Mars US vai fracassar na tentativa de transpor o sucesso inglês para a linguagem da tv americana, mas julgando pela notícia de que a produção está saindo de Los Angeles e se mudando para Nova York e que alguns membros do elenco podem ser substituídos, dá para esperar um piloto bem diferente desse que vazou quando a série for ao ar na ABC a partir de 25 de setembro.

    A maior armadilha para essa versão americana é a existência de um final para a matriz inglesa e que se for seguido, tirará boa parte do impacto do mistério em torno da história. Dito isso, o grande desafio aqui será encontrar ou criar um universo diferente que explore outra linha sem que no entando, a série perca sua essência, algo que deu muito certo com a comédia The Office, também derivada de uma série inglesa. Sendo assim, se Life on Mars US conseguir caminhar com suas próprias pernas mostrando identidade própria, dá para esperar coisas boas, caso contrário, lamento dizer que sua vida será curta.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

BATTLESTAR GALACTICA - Comentários do ep. 4x10 "Revelations"

Post com severos spoilers para quem não acompanha a exibição da 4ª temporada da série pelos EUA
Como fã de séries, obviamente vejo muita coisa mas poucas são as que me cativam de verdade. Entre essas, seguramente está Battlestar Galactica. Muito mais do que a temática explorada pela série e seu universo fantástico, o que realmente me torna um fã é seu constante convite a discussões que ultrapassam qualquer barreira superficial e nos desafiam - mesmo que por vezes de forma sutil - a refletir sobre questões complexas e que encontram em maior ou menor escala ressonância na humanidade.

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    Falemos por exemplo da surpreendente e chocante chegada de humanos e cylons à Terra (sim, eles encontraram o planeta e juntos!). Por mais anti-climático que aquela sequência possa parecer, foi absolutamente impactante ver o choque entre a celebração anterior pela descoberta e a posterior decepção de todos ao se depararem com um planeta aparentemente destruído por uma hecatombe nuclear que coloca em cheque todas as crenças na promessa de que aquela seria a terra prometida e a chance de um recomeço. Qual o peso dessa realidade? Estaria ali incutida a mensagem do que Starbuck disse ao Lee de que para que os filhos alcancem seu potencial os pai precisam morrer? Eu creio que sim e vou além associando-a a um tema recorrente da série que é o velho mantra de que 'isso já aconteceu antes e acontecerá de novo'.

    Será que dá para imaginar que os primeiros coloniais saíram da Terra pouco antes da humanidade ser exterminada e a partir daí espalharam-se pela galáxia por vários anos até a criação dos cylons e o começo de uma nova guerra que culminaria com o retorno ao lugar onde tudo começou? Seja lá qual for a resposta, posso dizer que adorei o fechamento para a primeira metade dessa última temporada da série. É claro que o episódio trouxe algumas resoluções de forma acelarada (vide a indetificação dos 4 cylons à bordo da nave) fugindo do padrão da série em dar respostas em um ritmo mais lento, contudo, não dá para ignorar que o peso das tais revelações renderam momentos fortes e muito emocionantes como o de Bill Adama (em atuação brilhante de Edward James Olmos) desmoronando ao saber que seu amigo de longa data, o coronel Tigh representava tudo aquilo que ele sempre mais odiou na vida.

    Fica evidente também que este episódio deixou muita coisa em aberto como por exemplo: (1) Quem é afinal o 5º dos últimos cylons e qual seu papel na trama? (2) O que aconteceu com Starbuck naquela explosão da nebulosa? (3) Qual o significado da visão da Casa de Ópera e a importância de Hera? (4) Os últimos cylons são realmente diferentes dos demais? Bom, não faço idéia de quais podem ser as respostas para essas perguntas, mas a certeza que fica desde já com a cena final de Revelations, é que a frase do romancista George Santayana, "Aqueles que não lembram seu passado estão condenados a repetí-lo" encontrará eco nos 10 últimos episódios da série que serão exibidos em 2009. Já estou com saudades, e você?

    A chegada à Terra


    Vídeo Promo do ep. 4x11


domingo, 15 de junho de 2008

FRINGE: Comentários do episódio 1x01 - Piloto

Faltando pouco menos de 3 meses para a estréia oficial de Fringe na tv americana, muitos que estavam na expectativa fazendo contagem regressiva para conferir a nova série de J.J. Abrams (Alias, Lost e etc) foram surpreendidos neste último sábado com o vazamento do episódio piloto da série. Como me incluo neste grupo e corri para assistí-lo, dividirei com você TUDO sobre o pontapé inicial da série. Para começar, respondo a pergunta que todos os fãs de séries e das criações de Abrams estão fazendo: Fringe é isso tudo mesmo que o marketing agressivo (no bom sentido) tem prometido? Sim. E vou além arriscando-me desde já a dizer que a série tem elementos muito fortes capazes não só de torná-la o maior sucesso de crítica, mas sobretudo de público na temporada 2008/2009.

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    Sem entregar muitos detalhes, o ponto de partida do Piloto de 81 minutos de Fringe mostra um incidente aéreo ocorrido no vôo 627 originado em Hamburgo na Alemanha com destino a Boston nos EUA, que culmina na bizarríssima (acredite nessa palavra) morte de todos os 147 passageiros e da tripulação em função de um estranho e misterioso acontecimento à bordo da aeronave. Segue-se a isso a introdução da agente Olivia Dunham (a atriz novata Anna Torv) cujo envolvimento com o também agente John Scott (Mark Valley, o Brad Chasey de Boston Legal) será o catalisador para que ela mergulhe de cabeça no sombrio mundo da ciência Fringe onde conhece o rebelde Peter Bishop (Joshua Jackson, mais conhecido como Pacey de Dawson's Creek) e através dele, seu pai, o excêntrico Walter Bishop (o veterano John Noble), um conceituado cientista envolvido com pesquisas avançadas e que fora mantido isolado em uma instituiação psiquiátrica pelos últimos 17 anos. Walter será o guia de Olivia para iniciar o caminho na busca pela verdade por trás dos fatos envolvidos no incidente que revelarão segredos com consequências muito mais obscuras do que ela poderia imaginar.


    Olivia Dunham, Peter e Walter Bishop

    Como já vinha sendo comentado meses atrás, a série de fato tem um quê de Lost nas entrelinhas de uma forma bem subjetiva e sutil, mas a verdade é que ela tem muito mais de Arquivo X, como aliás, o próprio J.J. Abrams já havia antecipado em entrevista. A julgar pelo piloto, Fringe captura e recicla o clima dos áureos tempos da série de Chris Carter com singular maestria, apresentando personagens que carregam uma ingenuidade movida pela curiosidade (Olivia Dunham e Peter Bishop) e uma ambigüidade (Philip Broyles, o chefe de Olivia e Walter Bishop) fundamental para nos convencer que as evidências de fato apontam que o avanço da tecnologia e da ciência pode ter caído em mãos inescrupulosas que exploram este avanço transformando-o em um perigo real, imediato e que atinge proporções de uma conspiração global de larga escala.


    Olivia e a misteriosa Nina Sharp

    Se em Arquivo X existia o Sindicato liderado pelo Canceroso, em Fringe temos uma corporação chamada Massive Dynamics que tem ligação direta com a ameaça citada no parágrafo anterior e que tem na executiva Nina Sharp, a figura sinistra e misteriosa da vez que tal qual o Canceroso, também parece ter conexões poderosas nos mais altos níveis do poder. Olhando por esse lado é inevitável não pensar que Fringe vá simplesmente tentar emular a receita criada por Arquivo X, mas a verdade é que a proposta da série me parece ser muito mais elaborada do que qualquer primeira impressão possa criar. A trama, apesar de explorar um tema sombrio (a ciência e a tecnologia sendo usadas de formas aterradoras), busca equilibrar o clima soturno (essencial para o mistério por trás daquilo tudo), criando uma dinâmica mais leve e por vezes mais bem humorada que ajuda a suavizar a narrativa e a proporcionar àqueles personagens, momentos que garantam uma exposição de suas fragilidades, medos, curiosidades e sobretudo do desejo de descobrir o que está por trás do 'padrão' mencionado tanto por Nina Sharp (a executiva da Massive Dynamics) quanto por Philip Broyles (Lance Reddick, o Matthew Abaddon de Lost) em momentos distintos do episódio.


    Philip Broyles em conversa com Olivia

    Pode ser prematuro afirmar, mas parece que J.J. Abrams acertou de novo criando outra série cuja narrativa instiga e prende do início ao fim. Contando com ótimos efeitos especiais, um elenco equilibrado (a bela Anna Torv é de fato um achado) e com personagens igualmente interessantes e que trazem a promessa de uma complexidade que pode remeter aos de Lost, o Piloto de Fringe justifica os mais de US$11 milhões gastos na produção nos presenteando com mais um agradável sopro de novidade na tv. Se os roteiros dos episódios que virão a seguir mativerem a linha deste piloto mesclando histórias que se resolvam isoladamente sem abrir mão de desenvolver um arco mitológico centrado, dá para afirmar sem medo de errar que Fringe será de fato um grande sucesso.

    Curiosidades:


    (1)
    Durante a abertura (que aliás segue a linha da de Lost expandindo-a), algumas das palavras que aparecem são as seguintes: psicocinesia (capacidade de afastar objetos com a mente), transmogrificação (transformação de um objeto em outro), inteligência artificial, teletransporte, matéria-negra (matéria que só é observada gravitacionalmente), reanimação (de um ser morto) e etc. Esses são elementos que sem dúvidas deverão ser explorados ao longo da série.

    (2) A introdução de alguns cenários ou locais segue o padrão de Arquivo X com o diferencial de que aqui se utilizam textos em 3-D que dão um charme interessante à chamada.

    (3) A Massive Dynamics deve ganhar site em breve. Atualmente o endereço tem um sugestivo "Em construção". Sobre a corporação, aliás, vale dizer que uma notícia recente ligada ao filme Transformers 2, apontava a existência de um personagem descrito como CEO (executivo) de uma Massive Dynamics em uma cena do filme. Será que há relação? Hum...

    (4) Aos 40 minutos vemos, ou melhor, ouvimos uma pequena homenagem a Lost através do uso da trilha sonora consagrada e marcante de Michael Giacchino que já foi usada em finais de temporada da história da ilha.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

9MM: São Paulo - Comentários sobre o piloto da série

Indo direto ao ponto, é fato que 9MM:São Paulo não vai provocar nenhuma revolução no gênero das séries policiais/criminais, e se a produção brasileira da Fox comente certos equívocos absolutamente evitáveis (falarei deles mais a frente), também possui acertos, e o que pode ter desagradado muita gente, certamente me atraiu. O estilo câmera na mão que dá urgência ao que se mostra, a fotografia acinzentada que reforça o tom sombrio do tema da série e a linguagem sem censura ajudam a criar o clima que a série propõe: fazer um retrato nu e cru da polícia e daqueles que tem como rotina lidar com o pior da humanidade.

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    Obviamente não dá para dizer que o fato de mostrar personagens mandando outros tomarem no * ou coisas do gênero, seja prova de coragem que dê à produção um elemento narrativo brilhante, mas dá para dizer que ao evitar floreios ou suavizações nos diálogos, a série consegue aproximar aqueles personagens ('mocinhos' e vilões) de uma dimensão mais humana em um ambiente pesado como aquele. É óbvio que há clichês como o do vilão burro que manda o velho 'fique tranquilo, nós não vamos te matar' quando está à caça de uma vítima certa para pouco depois ser morto por um comparsa, ou que há um claro exagero e desvio de tom na escolha da trilha sonora que por vezes parece saída de uma festa rave, ou ainda que há atuações que abusam da caricatura, mas se esses são elementos que incomodam, posso dizer que no geral, 9MM acaba tendo muito mais acertos do que erros.

    Falando dos méritos aliás, considero acertada a decisão de usar um elenco desconhecido do grande público e devo dizer também, que gostei da forma usada para apresentar - mesmo que rapidamente - cada um daqueles policiais e o preço que pagam em maior ou menor escala para fazer o trabalho que fazem. O delagado Eduardo por exemplo, parece ser o cara que tenta fazer a coisa certa mas que precisou recorrer à ajuda de um deputado (seu sogro?) que tem cara de ser tão sujo quanto um Maluf da vida para chegar onde chegou. A investigadora Luisa por sua vez, é aquela cuja família (na figura da filha adolescente) vai desmoronar por conta do trabalho sem que ela perceba a tempo. Já o experiente Horácio tem toda pinta de policial que passou a vida colocando a lei em segundo plano envolvendo-se com todo tipo de sujeita e corrupção, mas que com o passar dos anos e por conta da culpa, resolve tentar limpar a consciência fazendo justiça com as próprias mãos.

    Em suma, 9MM é uma série que merece ser vista sem preconceitos, já que apesar de ser brasileira (ou justamente por conta disso), a experiência final pode ser muito mais satisfatória do que decepcionante. Eu definitivamente verei o próximo episódio com a esperança de que as histórias desses personagens ganhem um desenvolvimento mais profundo e que os erros cometidos neste primeiro episódio fiquem para trás.

    9MM: São Paulo é exibida terça às 22h com reprises às 4h da manhã de quarta e 1h de sábado.