segunda-feira, 28 de junho de 2010

A estreia da 7ª temporada de Entourage


Sou grande fã de Entourage, mas depois de um 6º ano que infelizmente acabou revelando-se muito irregular, fato é que a 7ª temporada que começou no domingo, 27 de junho, na HBO americana (ainda não há data de estreia no Brasil) carrega a grande responsabilidade de dar novo gás à série antes da já anunciada transposição para o cinema depois da 8ª (e provavelmente última) temporada que será exibida em 2011.

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    Nesse panorama, mesmo que não tenha sido um episódio dos mais memoráveis (longe disso, aliás), o 7x01 ‘Stunted’ trouxe pelo menos um elemento fundamental para que Entourage recupere o status de ser uma das comédias mais relevantes da tv: deu espaço para que Ari Gold (o ótimo Jeremy Piven), agora pressionando como dono da maior agência de talentos de Hollywood (e do mundo!), volte a se destacar na trama, o que se ocorrer, é meio caminho andado para o sucesso da temporada.

    Com relação às subtramas, fora a de Johnny Drama que ainda encara o calvário de não conseguir mais emprego na tv e se sentir um peão nas mãos de seu agente (Lloyd) e de um produtor, a de Turtle (agora coordenando uma empresa que presta serviço de táxi de luxo com belas motoristas) não me parece tão interessante quanto à da iniciativa arriscada e irresponsável (para não não dizer também implausível) de Vince, que ao decidir fazer ele próprio as cenas mais arriscadas de seu novo filme dirigido por Nick Cassavetes, deve render alguns conflitos bem divertidos envolvendo Ari e Eric tentando proteger seu mais valioso patrimônio.

    Para onde essa nova temporada de Entourage vai eu não sei, mas tô na torcida desde já para que a série volte a provocar as boas risadas tão naturais em anos anteriores. Alguém comigo nessa?

Sessão 3 em 1: This is It, Sempre ao Seu Lado e Um Olhar do Paraíso



Lançado pouco mais de quatro meses depois da morte do inesquecível rei da música pop, This is It, documentário que registra boa parte dos ensaios e da preparação do que seria a última série de shows de Michael Jackson, encanta muito pela noção de grandiosidade do espetáculo que nunca aconteceu (as novas vinhetas de Thriller e Smooth Criminal, esta mesclando cenas de filmes clássicos, feitas especialmente para o show são excepcionais), mas perde força ao abrir mão de explorar um pouco mais a fundo a personalidade genial e perfeccionista do cantor e sua relação com a fama. O que This is It também faz, é evitar por completo tentar traçar qualquer conclusão sobre as circunstâncias que levaram o cantor à morte no dia 25 de junho de 2009 (18 dias antes do 1º show em Londres), funcionando assim ‘apenas’ como um último tributo a Jackson e como um registro óbvio para todos que admiravam (e ainda admiram) sua música: dificilmente voltaremos a ver um artista tão completo e tão controverso quanto ele.

This is It foi exibido na noite domingo pela Globo e vai ao ar na 4ª feira, 30 de junho, às 21h no Warner Channel

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    Sempre ao Seu Lado (Hachi: A Dog’s Tale)

    Inspirado na incrível história verídica da fidelidade de um cão da raça Akita a seu dono, Sempre ao Seu Lado está longe de ser uma obra prima, mas conseguindo ser emocionante sem ser piegas (algo que Marley & Eu já havia feito com muita propriedade), é um filme que contribui decisivamente para dar um sentido ainda mais forte à frase ‘o cão é o melhor amigo do homem’. Objetiva em sua mensagem, a produção que conta com Richard Gere no elenco, explora com tomadas criativas e eficientes (algumas sob o ponto de vista do próprio animal inclusive) a curiosa relação que se estabelece entre o cão e seu dono antes e principalmente depois que esse falece. A partir desse ponto, o foco do filme volta-se totalmente para o animal que inexplicavelmente mantém a rotina então já estabelecida de esperar pelo dono todos os dias em frente a uma estação de trem por impressionantes 10 anos(!), algo que fica explicitado numa elegante elipse, diga-se. Em suma, se você já viu o filme, sabe qual é a sensação que ele traz, mas se ainda não viu o desafio é um só: resistir às lágrimas se puder.

    Um Olhar do Paraíso (Lovely Bones)

    Ainda que visualmente tenha momentos belíssimos, graças sobretudo à fotografia, o filme dirigido por Peter Jackson (da trilogia O Senhor dos Anéis) baseado no romance Lovely Bones de Alice Sebold (Uma Vida Interrompida no Brasil), falha clamorosamente no aspecto que lhe seria mais fundamental: comover com a história da adolescente assassinada que depois de morta passa a observar (de uma espécie de limbo) a vida de sua família e de seu algoz (Stanley Tucci, apenas mediano como o serial killer que lhe rendeu indicação ao Oscar 2010). Longo demais, Um Olhar do Paraíso derrapa ao não se definir nem como drama consistente no que tange expôr os conflitos que surgem na família da vítima (Mark Wahlberg é o pai obcecado por encontrar o assassino e Rachel Weisz e Susan Sarandon aparecem apagadas nos papéis de mãe e avó respectivamente), nem como a fantasia romântica que tenta ser nas sequências que mostram a jovem e delicada Susie Salmon (Saoirse Ronan, a melhor coisa do filme) angustiada por ter tido a vida tomada de forma covarde e por ainda não se sentir pronta para seguir adiante no plano em que estava.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sonho de consumo: Os filmes de Charles Chaplin em Blu-Ray!



Demorou, mas alguns dos grandes filmes de Charles Chaplin (indispensáveis na coleção de qualquer cinéfilo que se preze) finalmente chegam ao mercado com a alta definição do Blu-Ray. Por enquanto, apenas ‘O Grande Ditador’ e ‘O Garoto’ estão disponíveis na Europa (área B), mas para agosto estão previstos os lançamentos de ‘Em Busca do Ouro’ e ‘Tempos Modernos’.

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    Segundo informações da distribuidora inglesa Park Circus (responsável pelos lançamentos), os filmes foram totalmente remasterizados mantendo a proporção original, e trazem extras bem interssantes em cada filme. O Grande Ditador, por exemplo, traz um documentário de quase 30 minutos com o cineasta Costa-Gravas e com Serge Toubiana (diretor geral da Academia Francesa de Cinema), em que discutem a história por trás da produção do filme, além de sua mensagem política. O Garoto, por sua vez, explora a relação de amizade que Chaplin estabeleceu com o ator que faz o garoto do título e, dentre outras coisas, traz uma breve introdução feita pelo biógrafo oficial de Chaplin, que conta pequenas curiosidades dos bastidores do filme. Imperdível, não? O único ponto negativo desses lançamentos é que nenhum dos extras inclui qualquer legenda.



quarta-feira, 23 de junho de 2010

A excelente estreia da 3ª temporada de True Blood



No Brasil, a diversão começa no próximo domingo às 22h pela HBO, mas para quem acompanha as séries pelo calendário americano, a 3ª temporada de True Blood já é realidade desde o dia 13, quando Bad Blood, episódio de estreia do novo ano da série, deu o belo ponta-pé inicial para a trama que promete apagar a má impressão deixada pelo encerramento da 2ª temporada e trazer muitas boas surpresas e reviravoltas envolvendo os singulares personagens de Bon Temps e seus arredores.

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    Do 3x01 “Bad Blood”, que retoma a história imediatamente após os acontecimentos do final do 2º ano (algo que já havia acontecido na transição da 1ª para a 2ª temporada), é inevitável dizer que tenha sido essencialmente um episódio preparatório e que serviu para introduzir novos elementos na narrativa (a entrada dos lobisomens na história foi excelente), além de nos situar em relação ao papel que cada um dos personagens deve ter daqui para frente.

    O melhor de tudo, é que diferente do que geralmente acontece nessas situações, o episódio ficou longe da monotonia, porque além de ser bem movimentado, trouxe ótimos momentos envolvendo os principais protagonistas em situações distintas (Eric e a rainha Sophie com o magistrado; Bill escapando de seus captores lobisomens; Sookie desesperada buscando uma forma de localizar Bill; a revoltada e agora deprimida Tara dando trabalho ao primo Lafayette; Jessica arrumando problema ao se alimentar de um humano que acaba morto; a divertida interação entre Jason e Andy, e finalmente Sam localizando seus pais).

    Particularmente gostei demais desse ‘Bad Blood’, porque logo de cara já dá para sacar que temporada manterá o nível de gore, erotização e dos bons e sempre divertidos textos que caracterizam a série, além de explorar várias boas possibilidades em sua trama. Dessa forma, mesmo que uma delas não se confirme boa o suficiente daqui a 2 ou 3 episódios, sabemos que há outras alternativas suficientemente capazes de colidirem lá na frente de forma satisfatória.

    Investindo no humor negro em várias sequências (a interação de Bill com o rei Russell, mandante de seu sequestro; a visita de Lafayette e Tara à retrógada mãe do cozinheiro gay, e até mesmo os questionamentos tolos de Jason, “papai noel existe?”, quando Sookie revela a existência de lobisomens), o 3x02"Beautifully Broken" deu sequência às subtramas iniciadas no primeiro episódio expandindo-as com boas indicações de que a diversão será elemento constante em todos os aspectos da trama.

    Nesse panorama, ao dar mais espaço para Eric e reintroduzir Godric através de flashbacks que revelam a participação dos dois vampiros na 2ª guerra mundial disfarçados de nazistas(!) na tentativa de identificar lobisomens que trabalham para outro vampiro, o episódio dá a clara noção através da proposta feita pelo rei Russell a Bill (torná-lo xerife do Mississipi), de que serão essas, as histórias que sustentarão o principal conflito a ser explorado na temporada.

    Fora isso, ao abrir espaço para uma maior aproximação de Sookie com Eric (cada vez mais atraído pela telepata e ela por ele, ainda que de forma relutante), True Blood ganha mais tensão sexual, um artifício que geralmente catalisa o desenvolvimento de cenários interessantes em torno dos personagens e solidifica o conceito de que muito mais do que uma produção sobre vampiros e outros seres bizarros/sobrenaturais, ela é antes de tudo uma excelente série sobre o impacto do relacionamento entre diferentes.

    Assim, contando com tantos personagens carismáticos, textos propositalmente exagerados, mas não menos inspirados, além dos quase sempre excelentes ganchos, só me resta deixar aquela perguntinha básica: dá para questionar o fato de True Blood ser hoje uma das melhores e mais divertidas séries da atualidade?

    Notas: 1) A série foi oficialmente renovada para a 4ª temporada que estreia em junho de 2011. 2) Ficou curioso(a) com os eventos que cercam a Operação Lobisomen mostrada no ep. 3x02? Então confira o vídeo disponibilizado pela HBO que a galera do excelente Fangtasia Brasil legendou.

Um vício chamado House, uma contribuição ao blog do Universal Channel

Por ocasião da exibição de 'Help Me', o excelente final da 6ª temporada de House, fui convidado pela assessoria do Universal Channel para escrever um texto para o blog que o canal dedica à série. A brincadeira já está no ar e por isso deixo aqui o convite para que passem por lá e confiram minha breve opinião sobre a série, que apesar da recente irregularidade, ainda considero bem acima da média da maioria e uma das minhas favoritas.

"Help Me" vai ao ar às 23h dessa quinta-feira, dia 24 de junho no Universal Channel.

‘Na Forma da Lei’, a nova série da Globo



Para quem tem costume de assistir séries, é de se comemorar a tentativa da Globo de expandir e popularizar esse segmento em sua grade. Por outro lado, para quem é fã do formato, é de se lamentar que a quantidade ainda esteja longe de ser traduzida em qualidade, algo que a novata ‘Na Forma da Lei’ infelizmente comprova logo de cara.

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    Salvo raras exceções (caso da já veteraníssima A Grande Família e de Força Tarefa, que depois de uma irregular temporada de estreia voltou muito mais madura em seu 2º ano), fato é que parte dos consagrados realizadores por trás dessas novas séries nacionais ainda continuam presos aos piores vícios das novelas, quer seja pela superficialidade dos textos ou simplesmente pelos fracos roteiros.

    Na Forma da Lei, série (ou seria mais apropriado chamá-la de minissérie?) da Globo que já teve dois episódios exibidos (vai ao ar toda 3ª feira às 22:50), é o resumo (im) perfeito de como uma boa ideia pode ser transformada num rascunho mal acabado de história, situações e principalmente atuações terríveis fruto de uma direção preguiçosa.

    Escrita por Antônio Calmon (que tem no currículo a excelente Armação Ilimitada) e com direção geral de Wolf Maia, a produção gira em torno de um grupo de amigos que se lançam numa cruzada por justiça, depois de testemunharem um assassinato covarde cometido pelo filho de um poderoso e corrupto senador. E se a premissa parece interessante, sobretudo pelo potencial de se tornar um thriller carregado de drama e suspense com direito a cenas de tribunal e etc, a verdade é que o resultado na tela se revela decepcionante.


    A promotora Ana Beatriz e a delegada Gabriela


    O juiz Célio, o advogado Edgard e o jornalista Ademir

    Carregada de referências pop e frases de efeito (o que está longe de ser um demérito quando usado com parcimônia), Na Forma da Lei comete no entanto um pecado imperdoável: praticamente todos os seus personagens são figuras desinteressantes e caricatas. Assim, se de um lado estão os destemidos, porém não menos ingênuos paladinos da justiça (imagens acima), do outro aparecem os‘vilões’ dignos de um filme B muito ruim (só falta a risadinha diabólica em determinadas situações).


    Maurício e José Carlos Viegas: os vilões da trama

    Em maior ou menor grau, a questão é que o elenco parece fora do tom na série. Nisso, destaque negativo para as caracterizações que Marcio Garcia e Luana Piovani dão a seus personagens porque enquanto o outrora galã transforma seu Maurício Viegas (o assassino que catalisa a trama) num arremedo de sociopata que adora fazer cara de olhacomosoumau, Piovani simplesmente não convence como uma delegada federal, já que tudo o que fala soa forçado e artificial (o que de certa forma é culpa do texto, claro).

    E se episódio de estreia já fora pontuado por sequências fracas como a da formatura (que podia ser emocional, mas no fim ficou apenas piegas) ou aquela do finalzinho que mostrava o grupo de amigos (todos jovens e muito bem sucedidos em suas carreiras) se reunindo no túmulo de Eduardo (vítima de Maurício) para celebrar a 1ª vitória da batalha deles contra os Viegas (pai e filho), o 2º episódio confirmou que o jogo de gato e rato que sustentará a série não tem força para instigar como thriller ainda que reserve algumas raríssimas surpresas.

    Focando-se na história que traz o competente Osmar Prado na pele de um deputado corrupto que poderia expor o esquema de desvio de verbas assistenciais perpetrado pelo senador José Carlos Viegas, o episódio evidencia de forma curiosa a personalidade do personagem feito por Luís Melo (aparentemente fadado a só fazer vilões). Nesse contexto, quando Viegas tenta demover o incontrolável filho Maurício de agir de forma radical, isto é, mandar matar para salvar tudo o que a família ‘conquistara’, o senador chega a dizer, “Posso fazer coisas erradas, mas ainda tenho meus valores”, uma definição acertada para um homem tomado pela contradição e pelo mau-caratismo.

    Por falar em contradição, impossível não comentar sobre a relação entre o advogado Edgard (Henri Castelli) e seu pai, o também advogado criminalista, Dr. Mourão (José Wilker), que muito ligado aos Viegas, se frusta ao ver o filho (que ele diz ser talentoso) se bandear para o lado da ética e da moral, evento que alimenta o conflito entre os dois e gera frases de efeito do tipo, “O melhor cliente quase sempre é culpado... e rico.”

    E se as situações destacadas nos dois parágrafos anteriores não comprometem de forma decisiva, o mesmo não dá para dizer do protagonismo dado às figuras de Maurício e de Ana Beatriz (Ana Paula Arósio), porque enquanto o primeiro não convence na imagem do psicopata que o personagem tenta vender, afinal, ele não parece inteligente e frio, e é apenas passional e sem limites, a segunda (que no passado teve um envolvimento amoroso com o vilão) tem reações infantis e desproporcionais à figura de uma promotora pública de respeito como é descrita pelos colegas. E isso, acredite, pesa muito numa trama que gira justamente em torno dessas duas figuras.

    Como fã de séries, sinceramente torço para que a iniciativa de expansão das produções nacionais não perca o gás. Dito isso, para quem se acostumou a ver séries do nível de uma Law & Order SVU ou mesmo da encerrada Damages, é muito difícil ignorar os equívocos cometidos nesse início de Na Forma da Lei em nome da diversão pura e simples.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Um balanço sobre a minissérie ‘The Pacific’ da HBO



Destacando as nada sutis diferenças em relação aos eventos europeus da 2ª guerra mundial, The Pacific chegou ao fim no domingo, 13 de junho, aqui no Brasil via HBO. Em seus dez capítulos, vimos um retrato marcante e sobretudo emocionante dos principais conflitos ocorridos naquela parte do mundo e que raramente ganham atenção nos livros de história ou nos muitos documentários disponíveis nos History Channels da vida.

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    Essencialmente apoiada na mesma estrutura narrativa de Band of Brothers, The Pacific teve pelo menos duas boas diferenças em relação à sua antecessora: concentrou o foco das ações sob o ponto de vista de 3 personagens e encerrou-se evidenciando o impacto que a experiência exerceu nas vidas de alguns dos homens que sobreviveram à guerra e voltaram para casa, mas que jamais veriam o mundo com os mesmos olhos.

    Tecnicamente excelente em sua reconstituição de época, fato que ajudou a corroborar a ideia de ser um documento histórico imperdível (algo que comentei ainda no início da exibição da produção), The Pacific teve como grande mérito a capacidade de equilibrar com eficiência os momentos de ação com aqueles mais pessoais. Afinal, mais do que nos conflitos em si, era na bagagem de vida que traziam e na dependência que se estabelecia entre eles, que surgiam os laços de camaradagem que definiriam a trajetória de cada um daqueles homens durante a guerra.

    Nesse panorama, enquanto o capítulo 3, “Melbourne”, fez uma pausa na ação para mostrar o breve período de descanso dos fuzileiros na Austrália (após a intensa campanha de tomada em Guadalcanal) além do curto envolvimento amoroso que Robert Leckie (James Badge Dale) teve naquele país, o 4º, “Gloucester/Pavuvu/Banika" concentrou-se no desgaste físico e mental crescente encarado pelos fuzileiros que tinham não nos japoneses, mas no ambiente inóspito seu pior inimigo até então.

    Já o capítulo 5, “Peleliu Landing”, foi o que introduziu definitivamente a figura do franzino Eugene Sledge (Joseph Mazzello), que como parte ativa da batalha mais sangrenta até ali, testemunha a total perda de humanidade que outros combatentes (como Shelton) já tomavam como algo natural. Foi também nesse quinto episódio, e já de volta aos EUA, que John Basilone (Jon Seda), então um herói de guerra por conta de seus feitos em Guadalcanal, reapareceu com maior proeminência atuando a contragosto numa turnê pelo país para vender bônus de guerra ao lado de estrelas do cinema do porte de Virginia Grey (Anna Torv, a Olivia de Fringe).

    Peleliu Airfield” por sua vez, a 6ª parte de The Pacific, foi a que trouxe as cenas mais intensas e bem orquestradas dos combates vivenciados pelos grupos dos quais Leckie e Sledge faziam parte. Nas sequências que seguiram a missão dos fuzileiros de atravessar uma ‘réles’ pista de pouso, vimos o horror intensificado pelas mortes e pelo sofrimento provocado pela combinação de calor e sede constante, além de testemunhamos o momento que culminaria na despedida forçada de Robert Leckie, que ferido em combate, dava adeus ao Pacífico.

    E quando o capítulo 7 veio narrando a tomada das monstanhas de Peleliu, a minissérie deu foco ao que os veteranos dizem ter sido uma das campanhas mais duras daquele 1944 quando tiveram imensa dificuldade de avançar sobre um terreno até então controlado com muita vantagem pelos japoneses, que atuando sob uma rede de túneis bem elaborada, inflingiram inúmeras baixas na ofensiva liderada pelos americanos. Ainda desse “Peleliu Hills”, nome do capítulo, destaque para a curiosa atuação de Sledge, que mesmo mostrando incrível fragilidade física, manteve-se como observador arguto e equilibrado (pelo menos até ali) conseguindo sobreviver às mais impensáveis situações, e também para o retrato dos japoneses, que sem jamais se renderem, encaravam o lema de viver ou morrer como máxima absoluta de combate.

    E se não dá para falar no teatro de guerra do Pacífico sem mencionar a batalha de "Iwo Jima" (que, registre-se, rendeu dois belos filmes dirigidos por Clint Eastwood em 2006), nada mais coerente que a produção da HBO capitaneada por Tom Hanks e Spielberg tenha dedicado uma pequena parte do oitavo capítulo para mostrar justamente o início daquelas ações. E se as batalhas em si ficaram em segundo plano ganhando espaço apenas no finalzinho, a curiosa trajetória que mostraria o casamento de John Basilone, seu retorno voluntário ao Pacífico e sua consequente morte em combate na ilha de Iwo Jima, serviram para justificar de vez o status de herói de guerra que o sargento ganhou na História.

    Okinawa”, a 9ª e penúltima parte de The Pacific, foi a que expôs a desumanização de Sledge (“Não viemos aqui para matar japas”?, indaga ele a certa altura depois de ser reeprendido por um superior por ter matado um inimigo desnecessariamente) e que particularmente mais me chocou com as cenas de camponeses/pescadores sendo massacrados no meio do conflito. Nesse contexto, destaque para a cena que serviu como o toque de despertar dos limites para Sledge na qual ele teve que decidir o que fazer quando encontrou uma japonesa ferida mortalmente segurando seu bebê aos prantos dentro de uma cabana.

    E finalmente chegamos a “Home”, último capítulo da minissérie que serviu de epílogo das trajetórias daqueles que sobreviveram e tiveram em maior ou menor grau, severas dificuldades para se readaptatem na vida normal. E se Leckie sequer esboçou qualquer reação quando soube que a guerra havia se encerrado (afinal, para ele não havia absolutamente nada a se comemorar), a recompensa de estar em casa se traduziu no romance e posterior casamento com a bela Vera e na chance de trabalhar como jornalista, fato que mais tarde abriria as portas para uma carreira literária quase que inteiramente dedicada à história militar. Seu primeiro livro, aliás, ‘Helmet for My Pillow’, serviu de base, ao lado de outro livro, ‘With the Old Breed’ (escrito por Eugene Sledge), para os roteiros da minissérie. E como falei em Sledge, não menos curioso foi ver como a experiência de guerra trasnformou para sempre o franzino menino que embarcou cheio de entusiasmo patriótico e voltou como um homem marcado por traumas que o atormentariam para sempre, mas que também definiram sua personalidade por longos anos até sua morte em 2001.

    Ainda que tenha sido emocionalmente inferior em relação a Band of Brothers (talvez por conta da falta de uma figura vitimizada facilmente identificável como a dos judeus na Europa), The Pacific no entanto manteve no mesmo apuro técnico de sua antecessora, os bons elementos que fazem dela uma obra indispensável para quem se interessa pelo tema ou simplesmente quer ter a sensação do impacto que conflitos daquela magnitude representaram. Inquestionavelmente feita como homenagem para veteranos, The Pacific consolidou-se também como importante registro histórico de um período sombrio da nossa humanidade, o que para uma produção com tamanha exposição está longe de ser pouca coisa.

terça-feira, 15 de junho de 2010

'The Event', a melhor série nova da temporada 2010/2011?



Ainda é muito cedo para dizer qual pode ser a melhor ou mesmo a pior nova série da temporada 2010/2011, mas já tem jornalista lá fora apontando que The Event, aposta da NBC capitaneada por ex-produtores de 24 Horas, The 4400 e Friday Night Lights, tem tudo para se transformar na nova sensação da tv. Sinceramente tenho lá minhas dúvidas, porque embora seja fã de tramas conspiratórias, não sei se algo tão grande quanto o bom trailer acima aponta, teria força para sustentar uma temporada inteira na tv aberta. Seja lá como for, com um elenco que tem bons nomes como o de Blair Underwood (In Treatment), Zeljko Ivanek (Damages), The Event pode até não se confirmar como essa maravilha toda que apontam precocemente, mas também duvido que vá ser uma bomba total.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Saudades de Battlestar Galactica? O game online vém aí!

Em tempos de E3, viciados em games ficam absolutamente ansiosos pelas novidades que em breve chegam nas mais diversas plataformas. E mesmo não me considerando um gamer hardcore, confesso que adoro passar umas horinhas de vez em quando dando uns tirinhos nos ótimos CoD e Bad Company ou mesmo me aventurando no excelente Uncharted 2 no Ps3. Contudo, se há um game que particularmente desperta muito meu interesse já há alguns meses, esse game é Battlestar Galactica Online.

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    Até então, pouco se sabia da produção além do fato de ser estruturada de forma colaborativa e ser, como o nome já indica, online dividindo jogadores entre cylons e humanos. Pois bem, no fim da última semana, a Bigpoint, empresa que desenvolve games online (e da qual a Universal é dona de 35%), não só divulgou o excepcional trailer teaser do jogo, como deu mais alguns detalhes da brincadeira que será disponibilizada no site do SyFy no último trimestre deste ano.


    Além de grandes sequências de batalhas espaciais, Battlestar Galactica Online trará missões de exploração/conquista e elementos da narrativa da inesquecível série encerrada em 2009. Cylon ou humano: que lado você vai escolher?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Blu Ray – Ultimate Matrix Collection (6 discos) em promoção!

Na madrugada dessa quinta-feira, a Amazon colocou em promoção o imperdível Box de Blu Ray ‘Ultimate Matrix Collection’, que além da trilogia completa em altíssima definição (com comentários em áudio de críticos e filósofos e bastidores de cada filme), traz também os curtas Animatrix (também em hi def) e mais o The Matrix Experience, que através de documentários, discute a mescla de filosofia e ciência/pseudociência exploradas nos filmes e mais todo o merchandising envolvido em torno da obra. São mais de 30(!) horas de material extra. O box contém 6 discos, sendo 4 em Blu Ray com os filmes e o Animatrix (todos com áudio e legendas em pt-br) e outros 2 de DVD dedicados ao The Matrix Experience (que infelizmente não tem legendas em pt-br).

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    No Brasil, há um box em Blu Ray com a trilogia sendo vendido por R$159,90, contudo, a edição nacional não contém os curta do Animatrix e muito menos o Matrix Experience. Assim, se você é fã da obra dos Wachowski e colecionador como eu, vale muito à pena investir pouco mais de R$90 (na cotação de hoje) + o valor do frete para ter o ‘Ultimate Matrix Collection’ na estante. São horas e horas diversão garantida!

    Atualização de 14 de junho: O preço voltou à faixa tradicional dos US$70, mas fique de olho pois a Amazon faz promoções esporádicas desse belíssimo box.