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sábado, 12 de março de 2011

Fringe – Ep. 3x16 “Os”

Episódio exibido no dia 11 de março nos EUA


Duuude em Fringe! Um dos destaques do episódio "Os"

Lá se vão quase dois meses desde o último post dedicado a Fringe por aqui, assim, como é bom ver um episódio que dá vontade de voltar a escrever algumas poucas linhas tortas de novo sobre a série. De lá para cá, 5 episódios foram exibidos e, confesso, um certo desânimo bateu, afinal, depois da ótima trama que metade dessa 3ª temporada construiu, o excessivo foco dado ao até então conflituoso romance entre Peter e Olivia (e até mesmo certas incongruências na trama) parecia esvaziar toda grande mitologia apresentada, e que por tabela, reduzia o choque dos dois universos a uma solução boba da linha ‘quem vai ficar com Peter’.

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    Nesse panorama, “Os” surge para aliviar a barra dos roteiristas que, recorrendo a mais um bom caso da semana envolvendo um cientista arriscando tudo para ‘salvar’ um ente querido (lembram do excelente “White Tullip”?), parecem ter retomado as rédeas da trama presenteando-nos ao final do episódio, com mais uma surpreendente e vibrante virada na trama com toques sci fi carregados de sobrenatural...

    Aliás, falando logo do final do episódio, é incrível como a Anna Torv vem se revelando cada vez melhor apagando qualquer impressão ruim que seu trabalho no início da série pudesse deixar. Como se já não bastasse a ela ter que fazer duas Olivias com claras diferenças, agora também caberá à ela a tarefa de personificar ninguém menos que William Bell com direito até a uma notável imitação da voz marcante de Leonard Nimoy. Assim, quando nós ainda nos acostumávamos com Bolivia, eis que agora teremos Bellivia...

    Graça à parte, sinceramente não faço ideia de como essa virada influenciará o restante da trama da temporada, mas tô curiosíssimo para ver, por exemplo, como Walter reagirá frente à constatação de que sua teoria de que a alma é energia e não pode ser destruída ou morrer, se provou verdadeira. Por falar no velho Bishop, outro que merece destaque sempre em qualquer texto que fale da série é John Noble, ator de muitos recursos e que com Walter consegue fazer rir e emocionar como poucos, vide a cena de seu personagem com Nina Sharp na qual se revela frustrado por não poder contar com a ajuda de William Bell naquele momento e temeroso em não conseguir consertar o erro que colocou seu universo em risco.

    Sobre o caso da vez, uma constatação óbvia: toda vez que a série investe numa história que realmente explora o conceito da tal ciência de fronteira, ou seja, algo que desafia a lógica racional, é quase certo que teremos um bom episódio. Nesse “Os”, que trouxe Alan Ruck (o eterno Cameron de ‘Curtindo a Vida Adoidado) como um cientista decidido a encontrar uma forma de devolver a capacidade de andar a seu filho paralítico, Walter (e quem assiste, claro) fica intrigado ao ver um lei física se quebrando frente a constatação da existência de composto químico extremamente leve, mas que formado por elementos absolutamente densos, deveria ser pesado.

    De resto, o que esse bom episódio também deixa na lembrança (principalmente para quem é fã de Lost) é aquela divertida conversa de abertura que Walter teve com um segurança da Massive Dynamics feito por ninguém menos que Jorge Garcia, o saudoso Dude. Afinal, quem diria que numa conversa informal Walter confessaria que desde que se tornou dono da empresa, a coisa mais brilhante que criou foi um cupcake de... bacon?!!!

    Fringe voltou! \o/

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fringe – Ep. 3x10 “The Firefly”

Episódio exibido no dia 21/01 nos EUA


Não sei você, mas um dos grandes atrativos de Fringe para mim, mais até que sua excelente e já sólida trama sci fi, é o contínuo desdobramento da conflituosa relação entre pai e filho experimentada por Walter e Peter. Tratada com muita sutileza, não é exagero dizer que ela é em muitos momentos a pedra fundamental para o próprio desenvolvimento da mitologia da série além de ser responsável por momentos emocionantes em uma produção essencialmente de ficção.

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    Em ‘The Firefly’, episódio que marcou o retorno da 3ª temporada lá fora, o Observador (guardião da fronteira entre os universos) reaparece de forma marcante testando os limites de Walter, que conhecendo seu ídolo musical, Roscoe Joyce (participação especialíssima do veterano Christopher Lloyd), vivencia o peso da culpa de ter alterado o curso natural das coisas ao descobrir que (in)diretamente fora responsável pela precoce separação de um pai e seu filho, que no melhor estilo Fringe tiveram a chance de se re-encontrar anos depois de forma breve em uma circunstância bastante singular.

    Nesse contexto, ainda que não dê para dizer que o encontro de Walter e Roscoe (que rendeu ótimas cenas entre John Noble e Lloyd) realmente tenha sido o catalisador definitivo para que o pai de Peter vislumbre a possibilidade de ter que assistir um eventual sacrifício de seu filho em prol de algo maior, parece notória a percepção de que esse será um elemento ainda mais forte e proeminente nos episódios que virão. E daí surge a dúvida: será mesmo que na hora H, Walter conseguirá fazer o que precisa como agora imagina o Observador?

    E Olivia nessa história toda, que ainda penitenciando-se pelo que perdeu (ou deixou de ganhar) em sua relação com Peter durante o tempo em que esteve do lado de lá, como reagirá – sendo ela também um instrumento importantíssimo na equação da história – quando o eventual momento decisivo se fizer presente? Que reflexos do que ela sabe e experimentou ganharão forma na trama e no papel que Peter teoricamente tem a desempenhar na guerra dos dois mundos?

    Sempre instigante, Fringe continua sendo a série que levanta as perguntas mais interessantes e que episódio após episódio prova sua maturidade tanto como envolvente sci fi de alta qualidade (alô episódio Marionette!) quanto como drama consistente, rico e complexo, o que sempre me leva a uma única e irreversível constatação: que prazer ser fã dessa série!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Californication – A estreia da 4ª temporada



Hank Moody é um sujeito deplorável. Talentoso, mas preguiçoso. Pai carinhoso, porém desleixado. Apaixonado pela mãe de sua filha, mas um mulherengo incorrigível. Em suma, o tipo de cara por quem muitos sentiriam desprezo, mas que construído com carisma e muitas sutilezas por David Duchovny ao longo das 3 temporadas anteriores de Californication, tornou-se mais um desses personagens bad boys da tv que a gente ama odiar ou odeia amar.

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    No quarto ano de Californication que começa nos EUA no domingo, 9 de janeiro, Hank tem que responder na justiça pelo crime inadvertido que cometeu (transar com Mia, então uma adolescente de 16 anos) ao mesmo tempo em que tenta reestabelecer o abalado convívio com a filha, Becca, e recuperar a confiança de Karen, que no entanto não parece disposta a esquecer a lambança do escritor.

    Em Exile on Main St e Suicide Solution, os dois episódios que abrem a temporada, a tagline do pôster – “Todos Contra Hank Moody”- é corroborada em diversas situações. Vemos Karen remoendo a ferida da ‘traição’ e dizendo que não sabe do que Hank é capaz de fazer. Temos Becca encarando a realidade da descoberta de que seu pai não é o cara que ela idealizava. E temos o próprio Hank dividido entre a certeza das burradas que fez e as tentações e vícios do dia a dia.

    É tudo muito dramático de fato nesse início de temporada, mas como se trata de Californication, não demora muito para que os risos surjam na interação de Hank com Charlie, nas situações insólitas (cena de abertura do ep 4x02, Suicide Solution, é fenomenal), ou mesmo com os tipos esquisitos que aparecem em participações especiais (Rob Lowe, surge como um ator psicopata e totalmente tosco cotado para interpretar Hank num filme baseado no livro ‘escrito’ por Mia).

    Dando mostras de que ainda tem muito gás, Californication retorna mostrando um Hank mais melancólico e reflexivo, mas não menos irresponsável (e divertido, claro), e refazendo o convite para que acompanhemos por mais 12 episódios, as desventuras do escritor que se auto define como uma ‘criança no corpo de um homem.’ E dá para não concordar?

‘Episodes’, a nova série de Matt ‘Joey Tribbiani’ LeBlanc



Um exercício sobre os bastidores da indústria hollywoodiana, um flerte com a metalinguagem e uma divertida caricatura. Assim é Episodes, nova comédia do canal Showtime que estreia no próximo dia 9 nos EUA e que tem como um de seus principais atrativos Matt LeBlanc como ele mesmo tentando fugir do aparentemente inescapável estigma de ser sempre lembrado ‘apenas’ como o Joey de Friends.

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    A premissa de Episodes? Logo após ganhar mais um BAFTA, casal de roteiristas ingleses (Sean e Beverly) se muda para Los Angeles atraídos pela chance de ganhar muito dinheiro adaptando sua bem sucedida série para a tv americana. Inicialmente maravilhados com Hollywood, não demora muito para que os dois logo se vejam perdidos num ambiente onde tudo soa falso (a mansão onde passam a viver retrata bem isso) e onde o conceito de sua série fica severamente ameaçado pelas nada brilhantes ideias de um executivo ‘ixxperto’ e do astro narcisista feito por LeBlanc.

    É verdade que não há sequências hilariantes no dois primeiros, er..., episódios de Episodes, mas é fácil perceber que o humor da série se baseia muito mais nas situações em si do que em frases engraçadinhas ou gags, algo que fica muito explícito, por exemplo, na reação de Sean e Beverly, quando ao final do primeiro episódio, recebem a notícia de que Matt LeBlanc fora escalado para ser o protagonista da versão americana da série.

    Aparecendo apenas por breves segundos no episódio de estreia, LeBlanc só dá as caras mesmo no segundo, quando surge tudo blasé em seu primeiro encontro com Sean e Beverly, para pouco tempo depois se dizer fã do trabalho dos dois ganhar a confiança de Beverly por alguns instantes e passar a rasteira no casal sugerindo ao presidente da emissora que os contratou, severas mudanças estruturais na série que ele protagonizaria.

    Prematuro cravar que Episodes vá vingar ou mesmo que vá fazer por LeBlanc o que Californication faz por David Duchoviny, mas considerando esse início e a ideia de explorar os bastidores de Hollywood sob a perspectiva de quem produz, dá para dizer que o Showtime parece ter encontrado seu Entourage. O que não é pouca coisa.

    Notas:
    - A abertura da série é bem breguinha, mas ao mesmo tempo sintetiza bem o conceito de uma boa ideia que se perde no caminho de uma adaptação para outra cultura.
    - Se usada com parcimônia, a piada com o porteiro do condomínio onde Sean e Beverly moram pode render momentos bem divertidos como aquele que encerra o segundo episódio.
    - Curioso ver o LeBlanc de cabelo grisalho, não? Dá até para esquecer um pouco que ele já foi o Joey. Ou não?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Final da 5ª temporada de Dexter decepciona e confirma: série tem que acabar logo


Não se envergonhe, Dexter. No geral, a temporada foi de fazer chorar mesmo

Quando escrevi empolgado sobre o episódio de estreia da 5ª temporada de Dexter, julgava que um investimento no impacto que a morte de Rita pudesse trazer, aliada à crescente (e até natural) mudança do comportamento psicológico do protagonista da série, seriam elementos essenciais e inescapáveis para que a narrativa continuasse instigante, complexa e inteligente. Contudo, com poucos acertos, irregular demais em muitos momentos e medíocre em tantos outros, o quinto ano de Dexter, que prometia tanto, chegou ao fim de forma covarde resolvendo seu dilemas de maneira apressada, implausível e absolutamente decepcionante.

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    Como já disse antes, não tenho problema algum com relação à acentuada mudança no perfil de Dexter. Para uma história que conta com um protagonista tão singular quanto ele dividido desde sempre pela escuridão e pela humanidade que fingia existir, mas que jurava desconhecer, espera-se, que o conflito se dilua até o ponto em que ele precise confrontar sua natureza e escolher que caminho seguir. Por conta disso, ver o psicopata frio e calculista dando espaço para a figura de um ‘mero’ justiceiro que deixa brechas para ser pego e que sobretudo se importa com outras pessoas, seria um salto importante e necessário rumo ao desfecho que a história pede no meu entendimento.

    O grande problema dessa temporada e sobretudo desse último episódio, foi a noção de que os roteiristas da série não tem coragem de dar o passo seguinte. Sejamos realistas: o que os novos responsáveis pela produção não parecem entender, é que um final feliz para Dexter seria tão desonesto quanto a possibilidade de o aceitarmos como um psicopata infalível e carismático para sempre. Nesse panorama, o final da temporada foi extremamente covarde como já destaquei antes, porque não fez nada do que poderia para dar início a um fim digno e realmente interessante à série, como por exemplo, permitir que Debra descobrisse o segredo do irmão abrindo caminho para uma discussão bem mais ampla sobre a natureza dele.

    Porém, o fato mais irritante vem da percepção que o preguiçoso roteiro de Chip Johannessen e Manny Coto (ambos ex-produtores e roteiristas responsáveis por alguns dos episódios mais esquecíveis de 24 Horas), deu resoluções estapafúrdias e rasteiras aos principais conflitos da trama. Jordan Chase era o tardio antagonista manipulador e inteligente da vez? Ah, de uma hora para outra transforme-o num sujeito que aje por impulso e que de forma tola se deixa pegar para virar a última vítima. Lumem matou sua sede de vingança? Então é hora de ignorar qualquer envolvimento maior que ela pudesse ter com Dexter e fazê-la simplesmente dizer que seu dark passanger tinha sumido. Quinn sabe que Dexter não é quem parece? Faça-o calar-se por amor a Debra e ainda agradecer ao protagonista pelo favor de ser inocentado de um crime que ele sequer cometeu.

    Resumindo, Dexter teve uma temporada para se esquecer. Superficial, desinteressante e sobretudo desonesto com os fãs e com brilhante protagonista defendido de forma incansável por Michael C. Hall, o quinto ano da série conseguiu uma lamentável proeza: a de me fazer, como grande admirador da série, desejar que a 6ª temporada seja também a última.

    Outras observações:

    - E a babá, hein? Alguém sabe para que serviu todo aquele suposto mistério que os primeiros episódios tentaram construir em torno dela?
    - Aliás, incrível como de uma hora para outra Dexter simplesmente abandonou a preocupação que tinha com o comportamento de Harrison ou com um possível trauma que ele pudesse carregar, não?
    - Hum, então no fim das contas o caso do Santa Muerte só serviu para Debra constatar que as coisas nem sempre são preto e branco? Ohh..
    - E a LaGuerta que de figurinha mais insuportável da temporada de repente se transformou na chefona amiga e compreensível da Polícia de Miami?
    - Por falar no departamento comandado pela mulher de Batista, será que ele mais uma vez vai se confirmar como o mais incompetente da história das séries? Ninguém vai sequer questionar o conteúdo das ligações entre Quinn e Liddy que poderiam expor Dexter de vez?

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

The Walking Dead – Balanço da 1ª Temporada



Seis episódios e até logo*. A temporada de estreia de The Walking Dead veio, bombou na audiência da tv a cabo americana, causou burburinho entre os fãs de séries e do gênero zumbis, claro, mas não escapou da controvérsia. Para uns, o hype foi exagerado, para outros (e me incluo nesse time) uma das melhores e mais ousadas novas produções da tv.

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    Fato é que ainda que tenha tomado um rumo diferente do material de origem, a adaptação comandada por Frank Darabont provou ser consistente com uma narrativa que sabiamente abriu mão da ação ininterrupta, para focar-se mais no comportamento e nas relações que se desenvolviam entre os sobreviventes de um evento que devastou a humanidade.

    Corajosa, a série jamais amenizou a violência inerente da luta diária que se estabelece entre não infectados e zumbis, mas tampouco fez do grafismo de corpos em decomposição ou cabeças explodindo seu carro chefe. Dessa forma, em escala muito mais relevante, o que sempre esteve no centro da história foi a discussão do que fazer ou como agir quando uma situação absolutamente inesperada muda tudo o que conhecemos.

    No mundo de The Walking Dead os governos ruíram, as leis formais já não servem para mais nada e o único imperativo gira em torno das certezas (ou falta delas) que cada um carrega na hora de definir limites entre o que seria moralmente certo e errado a se fazer num mundo radicalmente novo e, sobretudo, mortal. Considerando esse cenário, o que a série buscou e mostrou nessa leva inicial, muito mais do que o começo da angustiante jornada de Rick, Glen, Shane, Lori, Andrea, Daryl e cia, foi evidenciar como o homem reage quando o mundo como conhecia se dissolve e a decisão de seguir em frente tentando sobreviver ou desistir de tudo se faz urgente.

    Quando TS-19, sexto e último episódio da temporada termina, a sensação de que não há esperanças de um amanhã menos catastrófico é evidente. De certa forma aliás, o encerramento desse ano de estreia da série traz um tom sombrio forte com sobreviventes sucumbindo à pressão por um lado e outros partindo numa fuga para lugar nenhum. Assim, o que para uns significou um desfecho apático de uma produção tão badalada, para outros foi só mais uma prova incoteste da ousadia de seus realizadores, que abrindo mão de ganchos chocantes, comprovam: com um tema tão apocalíptico quanto esse, o buraco em The Walking Dead é realmente bem mais embaixo.

    * A 2ª temporada de The Walking Dead estreia no final de outubro de 2011 nos EUA.

    Observações/perguntas do final de temporada:
    - E o sussurro ao pé do ouvido envolvendo Jenner e Rick, hein? Será que o cientista revelou ao ex-policial que ele era corno a localização de uma outra base com potencial de parar o processo de contaminação?
    - Aliás, quem arrisca um palpite que aponte para onde foram Rick e cia depois da explosão do CDC?
    - E o Merle maneta, cadê?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dexter - Eps 5x09 e 5x10 "Teenage Wastland" e "In the Beginning"

Comentários de episódios exibidos nos EUA nos dias 21 e 28 de novembro

Seja lá qual for o desfecho da trama, a 5ª temporada de Dexter será para sempre lembrada por sua grande irregularidade. Quer seja pela história em si, ou pela dinâmica (ou falta dela) entre os personagens, fato é que muita coisa realmente não deu liga em boa parte da temporada. Agora, daí a acusar a série de ter pulado o tubarão, como alguns tem feito, porque seu protagonista distanciou-se demais daquela imagem de psicopata frio e que tinha o desprezo por sentimentos humanos como sua guia mestra vai uma grande diferença.

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    Menos ou mais interessante, o Dexter que vemos agora é inegavelmente bem diferente daquele que conhecemos cinco anos atrás. E que bom que é assim, visto que se a história evoluiu, nada mais natural que o cara que a move se modifique ganhando novas nuances e se tornando, com o passar do tempo, mais falível e por tabela mais humano, algo que os episódios mais recentes evidenciam com clareza.

    Enquanto "Teenage Wastland", nono episódio da temporada, mostrou Dexter tentando e conseguindo se reaproximar da então rebelde Astor ao passo em que também trazia Liddy colocando Quinn (dividido pelos sentimentos que nutre por Debra) contra a parede por conta das descobertas cada vez mais sinistras que fazia de Dexter, o décimo episódio, "In the Beginning" expôs de vez um assassino psicopata que coloca seu interesse pelos 'vilões' de lado porque passa a se importar com a vítima em primeiro lugar.

    Assim, embora à princípio pareça uma forçada de barra dos roteiristas apostar num envolvimento mais íntimo entre Dexter e Lumen, vale lembrar que aproximação dos dois é mais fruto de dores que buscam expurgar do que de um interesse romântico natural. Além disso, é interessante notar que o relacionamento dos dois fez com que Dexter ficasse mais descuidado, chegando inclusive a dar uma brecha que permitiu a Liddy testemunhar e registrar as atividades noturnas pouco ortodoxas da dupla ao mesmo tempo em que Jordan Chase, o antagonista tardio, se colocasse um passo à frente das ações de Dexter e sua agora cúmplice, Lumen.

    Com a sexta temporada praticamente confirmada, é essencial que a série ouse num desfecho para esse quinto ano. Considerando isso, já disse e repito que não espero um final feliz para Dexter, e dessa forma, estou curioso para ver que tipo de encerramento esse quinto ano terá, visto que o cenário é dos mais complicados e os riscos de Dexter ver seu segredo vindo à tona maiores que nunca.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

The Walking Dead - Ep. 1x03 “Tell it to the Frogs”

Episódio exibido no dia 14/11 nos EUA

Se tem uma coisa que invejo demais em um roteirista talentoso é sua capacidade de criar conflitos interessantes entre personagens ao mesmo tempo em que os apresentam de forma objetiva abrindo caminho para desenvovimentos maiores posteriormente. Com isso em mente, pode até ser que a coisa mude depois, mas por enquanto – e para nossa sorte - dá para dizer sem medo que os roteiros de The Walking Dead (que só melhora, diga-se) vem seguindo fielmente uma cartilha que sempre soa infalível.

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    Com poucos zumbis aparecendo, o que comprova a ideia de que eles são ‘reles’ coadjuvantes da história, “Tell It to the Frogs”, 3º episódio de The Walking Dead, retoma o tom mais intimista que caracterizou a estreia da série para explorar o reencontro repleto de pequenos choques entre os sobreviventes de Atlanta e aqueles do acampamento dos arredores da cidade e, sobretudo, claro, o de Rick com o filho Carl e sua esposa Lori, cujo envolvimento com o seu melhor amigo ele ainda desconhece.

    Mas, mais do que isso, o episódio também expande, através das ações de Shane (impondo-se frente o 'rebelde' Ed) e de Rick (que resolve voltar para resgatar Merle JogosMortais), o conceito de que num cenário tão absurdamente impensável como aquele, não há espaço para o cada um por si, para comportamentos abusivos e irracionais, e muito menos para a quebra de valores morais. E isso meus amigos, diz muito sobre os caminhos que a série parece seguir e sobre o que trata sua história.

    É verdade que até agora só vimos 3 episódios (de um total de 6 dessa 1ª temporada), mas posso dizer sem qualquer receio de me arrepender, que The Walking Dead já tem cadeira cativa na minha lista de séries favoritas. Será que tô sozinho nessa?

    Em tempo, vale registrar de novo que comecei a fazer comentários em áudio sobre a série lá no Seriaudio (onde já falo sobre Boardwalk Empire), portanto se palavras apenas não forem suficientes, dá uma passada por lá e não deixe de conferir ;)

Dexter – Ep. 5x08 “Take It”

Episódio exibido no dia 14/11 nos EUA

Como é bom voltarmos a ver um episódio de Dexter movimentado, carregado de tensão e que ainda entrega um gancho digno de uma reação a la fu... tudo e agora?!, não? É verdade que ainda há coisas aqui e ali na trama que me incomodam, mas com roteiro aparentemente mais focado e objetivo, a ideia de que essa 5ª temporada como um todo ainda tem salvação me parece plausível.

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    Teve de tudo um pouco em “Take It”, mas os destaques acabam girando em torno de 3 pontos: LaGuerta revelando-se como uma grandessíssima fdp egoísta (ao passo que Batista abraça uma postura de fidelidade a colegas e valores); Dexter encarando/estudando Jordan Chase, o guru picareta que pinta como seu grande antagonista e posteriormente eliminando Cole sob o testemunho de Lumen e, claro, a cena final em que vemos o Robocop Liddy flagrando o passeio de barco de Dexter.

    À essa altura, obviamente estou ansioso para ver o iminente confronto entre Dexter e o principal agressor de Lumen, contudo, acredito que o foco por enquanto tende a cair mais sobre a possibilidade real de vermos o protagonista sendo exposto, afinal, como policial em Miami, é razoável esperar que Liddy associe o fato de Dexter estar jogando sacos suspeitos no fundo da baía de Miami com o não tão antigo caso do Bay Harbor Butcher, certo? Pois é, só resta saber o que ele tentará fazer com a informação que tem. Chantagear Quinn por mais dinheiro e tentar obter algo de La Guerta, talvez?

    Quanto à cada vez maior aproximação entre Dexter e Lumen, penso que seria um erro enxergar qualquer traço de atração romântica ali, afinal, o que Dexter sempre buscou foi alguém que pudesse vê-lo como ele realmente é que aceitasse o que ele faz sem julgamentos morais. Fora isso, por mais que nos simpatizemos pelo personagem e tal, no fim a gente sabe que por conta de sua natureza trágica e consciente, Dexter não pode ter um final feliz, né? Ou pode?

    Nota rápida:

    - E aquele papo da Debra dizendo que não sentia nada por ter matado Carlos Fuentes e perguntando ao Dexter se ele achava que pessoas ruins não merecem viver, hein? Seria o primeiro passo para uma futura conversa do tipo, “ei irmãzinha, preciso te contar uma coisa: mato pessoas ruins e também não sinto nada por elas.”?

domingo, 14 de novembro de 2010

Fringe - Ep. 3x06 marca o início do fim da série?


O gosto dos americanos é mesmo bastante esquisito. Ao mesmo tempo em que dão audiências altas para séries ruins, ignoram boas produções, que com números baixos no Nielsen (o Ibope de lá) tem que conviver com a ameaça de um futuro incerto. Fringe está passando por isso agora, já que atingindo índices ridículos na Fox, vê cada vez mais aumentadas as chances de que sua 3ª temporada seja também a última. Ainda que seja lamentável, o fato é o seguinte: para quem dá a canetada, ou seja, os executivos dos canais, de nada adianta ter 'só' uma série madura e que está em sua melhor forma em termos criativos. Se não der audiência que renda retorno financeiro, é bye bye sem dó.

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    Cenário sombrio à parte - que no caso de Fringe existe em parte por culpa da Fox que colocou a série no dia/horário mais competitivo da tv americana -, a verdade é que não vale à pena ficar esquentando cabeça pensando se a série ganhará ou não uma próxima temporada. Particularmente, prefiro curtir a série enquanto ela existe e me divertir ao máximo com a cada vez mais empolgante trama de idas e vindas entre universos paralelos e seus conflitos crescentes.

    Em "6955 kHz", sexto episódio da temporada, que trouxe até pequenas referências a Lost através dos números, a história do 'nosso lado' envolveu um caso de amnésia coletiva provocada por uma transmissão de rádio. O que descobrimos mais tarde, é que a coisa toda, além de apontar a existência prévia de uma civilização avançada (será que é de lá que vieram os Observadores, aliás?), fazia parte do plano de Walternativo para revelar a localização de 38 pontos espalhados pelo mundo que escondiam partes do dispositivo, que em teoria pode destruir, através de Peter, o universo que conhecemos.

    Acrescente à essa mistura o fato de (B)Olívia começar a levantar suspeitas (pelo menos Nina Sharp já deve ter algumas, certo?) ao mesmo tempo em que dá sinais de estar genuinamente envolvida com Peter - e até a se importar com os acontecimentos do lado de cá -, e temos o panorama perfeito para o iminente choque que se dará quando Olivia conseguir encontrar uma forma de voltar para casa, como o gancho final do episódio parece apontar.

    Além desses fatores, me parece inegável que a trama caminha para a construção de um panorama que obrigará Peter a encarar um dilema e tanto. Afinal, embora ele diga ter esperança de que não precise escolher entre um universo ou outro, acho improvável que esse pedaço da trama não ganhe novos desdobramentos ao longo dos próximos episódios. Ainda mais quando há um elemento tão tragicamente instável na equação chamado Walter Bishop, não é mesmo?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

The Walking Dead – Ep. 1x02 “Guts”

Exibido no dia 7/11 nos EUA e no dia 9/11 no Brasil


Conflitos entre personagens/sobreviventes, muita ação, violência e vísceras de zumbis para dar e vender. Em suma, “Guts”, segundo episódio de The Walking Dead foi um prato cheio para quem gosta de produções diferentes e que não abrem mão da ousadia e do uso de cenas mais gráficas para causar impacto.

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    Fato é que, mesmo com apenas dois episódios, já sou fã da série e de tudo que ela inevitavelmente carrega, afinal, muito mais do que sangue e cenas fortes, já é evidente para mim que o que a produção realmente busca na complexidade da situação absurda de um mundo inteiramente novo, é explorar as reações e as relações que se estabelecem dentre aqueles que lutam para sobreviver.

    Eu não sei você, mas particularmente fiquei tenso por boa parte do episódio vendo o cerco se fechando em torno de Rick e aquele pequeno grupo de sobreviventes em Atlanta. Isolados como estavam e com a necessidade de tomar medidas extremas e totalmente arriscadas (cobrir o corpo com vísceras de um zumbi não deve ser das coisas mais agradáveis a se fazer, certo?), a sensação era a de que qualquer coisa podia acontecer de ruim a qualquer momento.

    Nesse panorama, em meio a conflitos de interesses pessoais, vide a briga ocorrida na cobertura do prédio, e guardadas as devidas proporções, claro, esse encontro do Rick com os sobreviventes ali de Atlanta, de certa forma emula aquele climão do início de Lost onde ninguém se conhecia ainda e brigas e disputas eclodiam a todo instante num terreno absolutamente novo e cheio de surpresas e perigos a todo instante.

    Com isso, não estou dizendo que The Walking Dead será o novo Lost, até porque esperar por algo assim ou cobrar que alguma produção nova o seja é uma grande besteira. Por enquanto, da série só espero que continue me envolvendo como fez nesses dois episódios iniciais e que seja sempre autêntica no que propõe. Se fizer isso, certamente me terá como espectador e fã não só nesta temporada de estreia, mas também na 2ª que chegará em 2011 com 13 episódios já confirmados.

    Outras observações:

    - Não tenho a menor dúvida de que na ausência de um vilão com rosto definido, caberá a Merle, o encrenqueiro que ficou abandonado à própria sorte no alto do prédio, o papel de antagonista da história nesse primeiro momento. Ou alguém acha que o cara não vai encontrar uma forma de se libertar e de buscar vingança contra os que o deixaram para trás?
    - E a Laurie Holden (a loirinha, Andrea), hein? Continua com o mesmo rosto dos tempos de sua Marita Covarrubias, a informante de Fox Mulder em Arquivo X, não?

    Em tempo, vale registrar que a partir dessa semana, além dos rápidos comentários que já faço em áudio sobre os episódios de Boardwalk Empire, também vão pintar os de The Walking Dead lá no SERIAUDIO. Não deixe de conferir ;)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dexter – Ep. 5x07 “Circle Us”

Episódio exibido no dia 7/11 nos EUA


Como ensina o ditado popular: antes tarde do que nunca. Depois de uma primeira metade só razoável (com exceção, claro, do episódio de estreia), a 5ª temporada de Dexter finalmente parece esquentar de vez.

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    O que esse “Circle Us” evidenciou de forma irrefutável, é que para a série ser realmente boa, não adianta apenas colocar o excelente protagonista andando de um lado para o outro refletindo sobre seu dark passanger ou sobre um posssível trauma irreversível no pequeno Harrison. Para Dexter ser realmente aquela série empolgante e cheia de possibilidades, é necessário que a narrativa invista no desenvolvimento de um propósito e que apresente um antagonista que desafie o personagem, que faça-o agir com perspicácia (nesse episódio ele até incrimina uma vítima, o Boyd, para se aproximar dos algozes de Lumem), correr riscos, e que, consequentemente, obrigue-o a se expor como ele tem feito de forma mais decisiva.

    E sim, é fato que algumas subtramas continuam sofríveis (alô LaGuerta, alô Quinn!), mas se antes a simples chance de vermos Dexter nutrindo algum interesse maior por Lumem parecia uma grande forçada de barra dos roteiristas, a partir desse sétimo episódio, a perspectiva ganha elementos mais interessantes, afinal, embora os dois sejam figuras trágicas e que, em escalas diferentes, usam a dor e a raiva para buscar uma paz que jamais virá com as mãos sujas de sangue, agem por razões bem diferentes. Considerando isso, se Dexter acredita no que faz por conta de um senso torto de justiça, Lumem confia nele, o apoia e incentiva (algo que de certa forma ele sempre buscou) motivada pela vingança pura e simples. Em suma, diferenças nem tão sutis e que faltalmente devem culminar num conflito maior daqui a pouco, sobretudo com o iminente confronto que se dará entre eles e Jordan Chase, o verdadeiro lobo em pele de cordeiro que finalmente deu as caras na trama.

    Quanto ao caso do Santa Muerte? Ah, que ele sirva para nos livrar de LaGuerta,pelo menos, lá pro fim da temporada.

domingo, 7 de novembro de 2010

Sons of Anarchy – Ep. 3x09 “Turas”

Episódio exibido no dia 2/11 nos EUA


Já falei aqui da grande admiração que tenho por Sons of Anarchy, contudo, confesso que a atual 3ª temporada demorou a engrenar para mim. Não que a trama estivesse desinteressante nem nada, mas a questão é que até a ida do Samcro para Belfast, a história em Charming, por mais que trouxesse alguns conflitos interessantes como a fuga de Gemma e seu encontro com o pai ou mesmo a separação de Jax e Tara, estava morna. Agora já na fase irlandesa (a música de abertura ganhou até arranjos com gaita de fole), a série voltou a ter a intensidade das temporadas anteriores com todo clima de conspiração constante, violência crescente e personagens divididos por dilemas bem mais envolventes.

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    Não vamos fingir que somos vítimas aqui.” A frase dita por Jax a Gemma em dado momento do nono e mais recente episódio, “Turas”, traduz bem porque Sons of Anarchy é tão distinta e essencial. Embora acabemos nutrindo simpatia pelo Samcro e seus membros, a série jamais tenta retratá-los como figuras de moral e ética inquestionáveis. Assim, ao concentrar sua trama atual na incansável busca de Jax pelo filho sequestrado, a produção e seus roteiros nos lembram a todo instante que os motoqueiros estão bem longe de ser mocinhos e que por isso pagam altos preços pessoais em função das escolhas que fazem através do clube.

    Nesse panorama, o envolvimento do Samcro com o contrabando de armas e com o IRA (representado tanto em seu braço político com Jimmy, quanto religioso com o padre Ashby) ganha nuances bem curiosas, já que ao colocar os Jax, Clay e cia no meio de uma disputa de poder sangrenta e cheia de reviravoltas e traições, ainda encontra espaço para conflitos e descobertas familiares impactantes. As mesmas aliás, que tendem a aumentar ainda mais a tensão e o desgosto que Jax tem com os rumos que o clube tomou e que culminaram no sequestro de Abel e com a necessidade (de proteção) que ele enxergou de terminar seu relacionamento com Tara, que por sua vez se transforma em peça chave no gancho do episódio em Charming. Ou seja, a série continua imperdível e a reta final desse terceiro ano promete fortes emoções que mal posso esperar para experimentar.

Fringe – Ep. 3x05 “Amber 31422”

Episódio exibido no dia 4/11 nos EUA


De todas as séries que vejo atualmente, a trama de Fringe em sua 3ª temporada é fácil uma das melhores. A ‘culpa’ disso, claro, deve-se muito à narrativa envolvente e absolutamente madura da produção, mas sobretudo aos seus personagens, que muito mais desenvolvidos e complexos, tornaram-se figuras bem mais interessantes.

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    Em “Amber 31422”, de novo fomos levados para o lado de lá onde a equipe Fringe investiga um curioso incidente ocorrido numa área de quarentena de âmbar, ao passo que Olivia, cada vez mais atormentada pela dúvida de sua identidade, se submete a testes que acabam culminando num dos ganchos mais instigantes da temporada até aqui.

    Fato é que de forma muito inteligente, o roteiro deste episódio acabou amarrando o dilema da investigação da vez – a breve troca de identidade de um homem preso no âmbar com seu irmão gêmeo – com o próprio tormento vivido por Olivia, que motivada pelas ‘visões’ de Peter, literalmente mergulha no experimento de Walternativo onde acaba encontrando uma verdade que então julgava impossível: a de que ela realmente não pertence àquele lugar.

    O que veremos daqui para frente permanece uma incógnita, mas a certeza de que o conflito de Olivia, e sua consequente necessidade de tentar esconder o que descobriu de Walternativo, constituirão a principal base do que acontecerá na trama do lado de lá é irrefutável. O que Olivia fará daqui pra frente? Tentará voltar pro lado de cá ou pelo menos estabelecer alguma comunicação com Peter, talvez? E se conseguir, que tipo de ação ou reação provocará do 'nosso' lado? Que venham os próximos episódios!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Com protagonista nota 10, 5ª temporada de Dexter é nota 7. Pelo menos por enquanto...

Com spoilers para quem não acompanha a série pela exibição americana

Depois da excelente e densa estreia do quinto ano de Dexter, não escrevi mais nada sobre os quatro episódios subsequentes. O real motivo da ausência de posts específicos portanto, além da escassez de tempo, vem de uma única e (para mim) pesarosa verdade: a temporada ainda não empolga. Sim, Dexter continua facilmente no meu top 5 de séries (onde figura desde sua estreia), mas fato é que pelo menos nesse arco inicial, a falta de um bom antagonista (como ocorreu nos melhores anos da série, o 1º e o 4º) atrelada às subtramas desinteressantes (crise de confiança no casamento de Batista e LaGuerta, por exemplo) tem minado a consistência e a regularidade da história, que ainda se mantém acima da média, mas podia ser bem melhor.

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    Derrapadas narrativas à parte, Dexter continua sendo um protagonista absolutamente fascinante. Complexo, contraditório, inteligente e agora menos frio e mais humano, e talvez por isso mais suscetível a erros que antes não cometia, o personagem segue sustentando o peso e a importância que a série ganhou. O Dexter viúvo e pai, agora é um cara mais frágil e que mesmo sem perceber racionalmente, busca cada vez mais a conexão (sem interesses românticos, claro) com alguém que aceite o que ele é e faz.

    Nesse panorama, a relação que ele passa a nutrir com Lumen (Julia Stiles), a jovem que acidentalmente acaba salvando da tortura de um maníaco, ganha contornos curiosos, visto que Dexter constantemente se vê dividido entre a necessidade de manter-se fiel ao código (algo que fica evidenciado nas ‘aparições’ de seu pai) e o desejo de entender a dor da moça e servir de suporte para que ela siga seu caminho, algo que por tabela garantiria a manutenção de seu anonimato.

    Nesse contexto, é inegável que a temporada vai bem, porque desenvolvendo ainda mais o protagonista, expande nosso interesse em torno de tudo o que acontece com ele. Da preocupação justificada em relação ao que o trauma vivenciado pelo bebê Harrison poderia representar (estaria o menino ‘condenado’ a se tornar um psicopata como ele?), passando pelo esforço que Dexter faz para conquistar a confiança da misteriosa babá (ela guarda algum segredo?) ou ainda pela ameaça que a investigação de Quinn pode representar, tudo caminha para a concretização de bons conflitos mais à frente.

    Só é pena, como eu disse antes, que as subtramas que serviriam de apoio para a história central tenham se revelado tão pouco inspiradas até aqui. E ok que os assassinatos de Santa Muerte, além de trazerem o gore de volta à série, fatalmente acabarão atraindo a atenção de Dexter, mas acho que, por enquanto, isso é muito pouco. A própria Lumen, decidida a buscar vingança contra seus agressores em Miami, não parece ter força suficiente para sustentar papel maior que o de funcionar como possível catalisador de exposição de Dexter para Quinn eventualmente. Sobre isso aliás, é razoável assumir que o nada orgânico envolvimento do detetive com Debra só vá servir mesmo como base de um conflito maior quando (e se) ele realmente conseguir ligar os pontos associando Dexter a Kyle Butler e consequentemente a Arthur Mitchell, o Trinity.

    Dito isso, cá entre nós, é querer demais que a essa quinta temporada realmente esquente logo fazendo jus ao protagonista que tem?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Fringe – Eps. 3x02-03-04

Com spoilers para quem não acompanha a 3ª temporada pela exibição americana


Sou fãnzaço de Fringe, mas confesso que por mais empolgante que a trama do universo alternativo pudesse parecer quando se tornou realidade para a história base da 3ª temporada, duvidei que a produção pudesse continuar equilibrando arco mitológico com os chamados casos da semana de forma satisfatória. Pois bem, agora passados quatro episódios, as dúvidas se foram e a certeza de que mitologia e eventos específicos mais fechados podem funcionar em perfeita harmonia está mais que evidente corroborando o óbvio: Fringe é uma das poucas séries imperdíveis da atualidade.

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    Alternando episódios entre o ‘nosso’ universo e o de lá, a narrativa tem se revelado bem fluida com os acontecimentos dos dois lados que funcionam de maneira orgânica e instigante. Assim, se o segundo episódio, “The Box” trouxe a revelação de que Walter passa a controlar a Massive Dynamics (cuja tecnologia deve ter papel fundamental para a guerra iminente entre os mundos), “The Plateau” e “Do Shapeshifters Dream of Electric Sheep?”, terceiro e quarto episódios respectivamente parecem indicar o que deve ser o principal conflito da trama: o eventual apego das Olivias com o universo que não o seu.

    Nesse cenário, o que mais tem chamado minha atenção até agora, além das sempre brilhantes e divertidas tiradas de Walter, é a construção do papel que não só a Olivia original desempenhará eventualmente do lado de lá onde parece cada vez mais convencida de ser quem não é, mas também o de sua contraparte vilã, que ciente de tudo e movimentando as peças do tabuleiro conforme sua missão pede, pouco a pouco parece também fadada a confundir-se com a persona que tenta fingir ser.

    Sendo assim, o grande momento da temporada deve se dar quando os dois universos voltarem a se chocar de forma mais direta. Com isso, imagino que em breve o plano de Walternativo de usar Olivia como ferramenta encontre obstáculo numa ação do Philip Broyles de lá (que parece disposto a questionar as motivações de seu chefe), ao mesmo tempo em que os riscos da falsa Olivia ser exposta cresçam à medida em que o relacionamento com Peter ganhe mais peso.

    Mais consistente do início ao fim de cada episódio, Fringe parece ter encontrado a sua fórmula ideal nesse início de terceiro ano. O ritmo dos episódios está melhor, os personagens ficaram mais interessantes (destaque para Olivia, claro, conforme já destaquei antes) e a trama em si parece muito mais madura e objetiva. Se a sequência da temporada irá sustentar essa conquista eu não sei, mas conto os dias para que o próximo episódio chegue logo. E você, faz o mesmo?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dexter - Ep. 5x01 “My Bad”

Episódio exibido no dia 26/9 nos EUA


Emocionalmente exausto. É assim que “My Bad”, episódio que abre a 5ª temporada de Dexter, te deixa após pouco mais de 50 minutos de duração. Sensível já no resumo que faz da trajetória de Dexter até aqui (e do que Rita significou para as mudanças no personagem), essa estreia do novo ano da série é uma montanha russa de sentimentos complexos, muitas vezes contraditórios e não menos impactantes. Um brilhante retorno de uma série idem.

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    Retomando a trama imediatamente após os eventos que encerraram a temporada anterior, ‘My Bad’ mostra um Dexter em estado de profunda anestesia mental e baixíssima resposta emotiva ou mesmo racional. O personagem que reencontramos ao longo do episódio não segue métodos e não sabe disfarçar seus sentimentos. Aqui ele é um sujeito transtornado, confuso e que sente o peso do mundo caindo em suas costas com uma culpa que se traduz até mesmo por uma ação ingênua como a do momento em que diz a um policial recém chegado à sua casa que teria sido ele, Dexter, o responsável pela morte de Rita.

    Nesse panorama, somos todos levados como meros e angustiados passageiros numa viagem que expõe Dexter em todas as nuances de sua psiquê, quer seja pelo período em que ele simplesmente se fecha reprimindo qualquer reação ou pelos instantes em que, não mais suportando o peso dos acontecimentos mais recentes, se entrega à uma fúria selvagem que culmina numa estranha catarse evidenciada pela cena em que ele mata um homem de forma intempestiva.

    E é essa mesma catarse que posteriormente encontra eco no emocionante discurso que Dexter faz durante o funeral de Rita. Palavras que ficam ecoando após o fim do episódio e que traduzem bem o que o fato de tê-la encontrado e sua abrupta e violenta perda significam para o personagem: “Eu nem era humano quando a encontrei.” E dá para discordar?

    Outras observações:

    - 68 mortes. É esse o histórico de Dexter depois do assassinato que comete no episódio.
    - Breve destaque para Masuka, o eterno alívio cômico da série na cena em que vê o corpo de Rita na banheira: “Sempre a imaginei nua, mas nunca dessa forma.”
    - Não acho que Quinn vá se tornar um Doakes 2.0 esmiuçando a vida Dexter, mas já estou curioso para ver qual será o desfecho dessa subtrama até porque um possível envolvimento dele com Deb certamente há de complicar as coisas ainda mais.
    - Mesmo sem qualquer violência, a cena em que Dexter conta o que aconteceu com Rita de forma seca para Astor e Cody é desde já, das mais chocantes da série pelo que representa.
    - O impressionante trabalho do casal Michael C. Hall e Jennifer Carpenter. Não faço ideia do que o futuro reserva para eles como atores, mas já dá quase para dizer que Dexter e se Debra são os papéis de suas vidas tamanha força e complexidade que conferem a eles.

The Event - Ep. 1x01 'I Haven't Told You Everything'

The Event será a nova série sensação da tv ou apenas mais uma grande decepção? Para tentar responder, a partir de hoje contamos aqui no Dude News com a colaboração do leitor Romulo Oliveira, que também já conferiu o primeiro episódio dessa que era uma das séries mais esperadas do início do fall season (o período mais quente da tv americana) e divide suas primeiras impressões sobre a produção que chega à tv a cabo brasileira através do Universal Channel no próximo dia 18 de outubro.



Com um piloto incrivelmente bom, com muito suspense, confusão na nossa cachola, muitas perguntas, e tudo mais o que uma boa série de ficção/suspense merece (e deve) ter, The Event estreou na Fall Season 2010 com tudo em cima, e agora resta esperar pra ver se irá se tornar a “nova” Lost, ou um grande FAIL como FlahsForward.

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    Com um episódio sem nenhuma resposta e muitas perguntas, ficando assim, um pouco difícil de entender de prima (e é isso que eu, particularmente, gosto em séries), resolvi fazer um review pelas histórias dos personagens e os acontecimentos que os cercam.

    Presidente Elias Martinez

    Vemos o presidente, querendo mostrar ao público uma certa operação secreta da CIA, que mantém prisioneiros em uma instalação secreta no Alaska. Não se sabe quem são esses prisioneiros, ou o que eles podem revelar, mas com “quase” toda a certeza, isso tem haver com “O Evento”. E nesse “núcleo”, a pergunta que ficou é “quem é Sophia, e qual é o papel que ela tem na história?”. Bom, isso não sabemos, mas desde já, podemos afirmar que é importantíssimo! (Pelo menos por enquanto!).

    Michael Buchanan

    Depois do seqüestro de suas 2 filhas, e a morte* (?) de sua esposa, o vemos se “tornar” um terrorista, provavelmente, sendo coagido por um “grupo” que não sabemos quem é, mas que provavelmente deve estar com suas filhas. E sendo “coagido”, seqüestra um avião, e parte diretamente pro seu alvo, a casa do presidente em Miami, onde ocorrerá (ou melhor, ocorreria) a declaração de Sophia sobre os prisioneiros!

    * Não podemos afirmar ao certo que quem morreu foi a senhora Buchanan, pois só vemos uma mão feminina ensangüentada no chão, mas ao mesmo tempo, vemos uma “seqüestradora” entrando na casa ... ficando assim, mais uma pergunta no ar.

    Sean Walker

    Vemos o casal Sean e Leila indo para um cruzeiro, o qual é parte do plano de Sean pra pedir sua amada em casamento, plano que é frustrado com o afogamento* (?) de Vicky, gerando assim uma “amizade” entre Sean, Leila, Vicky e Greg. No outro dia, Sean vai mergulhar sozinho com Vicky, pois Leila ficou de porre, e quando volta, descobre que ela sumiu, e não há nenhum cadastro no cruzeiro em seu nome ou no nome de Leila.

    Dias depois, vemos Sean no avião, primeiramente com a aparência de um terrorista, mas depois descobrindo que ele queria impedir a ‘missão’ de seu sogro, Michael.

    * Dá pra ficar no mínimo desconfiado com o lance do afogamento, e particularmente acho que Vicky e Greg tem algo haver com os acontecimentos que culinaram no desaparecimento de Leila.

    -------

    E depois que todas as histórias se entrelaçam, achamos que está tudo caminhando para um final “lógico”, mas prestes a acertar seu alvo, o avião some no ar e terminamos o episódio querendo arrancar nossos cabelos por conta do diálogo entre Sophia e o presidente Elias:

    -They saved us! (Eles nos salvaram!)
    -Who? Who saved us? (Quem? Quem nos salvou?)
    -I haven’t told you everything! (Eu não te contei tudo!)

    Em suma, um grande episódio Piloto para uma série que já me conquistou. Agora nos resta esperar pelos próximos episódios e torcer pra que The Event siga o “caminho” de Lost e não o de FlashForward!

    Ps. Pra mim, como brasileiro, muito legal ver uma citação de São Paulo na série! Já que o avião tinha destino Miami/São Paulo.

    *****

    E você, compartilha dessa empolgação inicial do Romulo ou ainda vai aguardar mais alguns episódios para formar opinião? Eu por enquanto tô no segundo grupo...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Fringe – Ep. 3x01 “Olivia”

Episódio exibido no dia 23 de setembro nos EUA

Acompanho e gosto de muitas séries, mas admito que com o fim de Lost, não são muitas as produções que me deixam realmente ansioso pelo próximo episódio. Fringe, no entanto, faz parte dessa seleta lista porque embora tenha tropeçado no início, soube superar equívocos no processo de construção de uma trama sci fi instigante, envolvente e com mistérios bem singulares que jamais abriu mão do que considero o aspecto mais essencial para qualquer boa narrativa: o desenvolvimento de seus personagens, que com o passar do tempo se transformam em figuras com aflições e angústias ricas o bastante para despertar nosso interesse.

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    Olivia”, episódio que abre a 3ª temporada da série reune tudo de melhor que a produção tem a oferecer: ação com equilíbrio (vide as cenas que marcam a fuga de Olivia, por exemplo), vislumbres de um mundo imaginário e que com a inserção definitiva do universo alternativo na trama ganha cores ainda mais vibrantes (quer seja pela tecnologia mais avançada ou pelo aspecto retrô que marca o lado de lá) e, claro, o conflito que se estabelece em seus personagens.

    Quase que totalmente focado no que acontece com Olivia Dunham depois dos eventos que a deixaram presa do lado de lá, o episódio mostra a tentativa perpetrada por Walternativo (é realmente mais fácil chamá-lo assim, né?) de usar a agente como possível arma na guerra entre os universos e a consequente confusão que se estabelece na cabeça dela, que vitimada por testes e em processo de fuga, passa a experimentar memórias e ligações com coisas e pessoas desse universo alternativo que pertencem à outra Olivia, que como sabemos, acabou se infiltrando no ‘nosso’ universo ao se juntar a Peter e Walter.

    Movimentado por conta das sequências que mostram Olivia buscando uma forma de poder retornar para o lado de cá, o episódio dá uma bela chance à Anna Torv de crescer no papel, oportunidade que ela agarra com precisão conferindo, através do trauma e do conflito emocional que se estabelece (destaque para o encontro com a mãe do lado de lá que ela já não tinha mais aqui), nuances novas à personagem que são muito bem vindas. A Olivia que vemos agora, embora confusa, surge muito mais interessante que aquela figura por vezes apagada de outrora, o que certamente faz com que a série como um todo ganhe muito na complexidade e no interesse que nutrimos por seus personagens.

    Como o cenário que se estabelece na trama irá colidir lá na frente eu não sei, mas se tem uma coisa que esse retorno de Fringe já indica para mim com muita força é que uma empolgante temporada se apresenta no horizonte. Alguém duvida?

    Outras observações

    - Durão e aparentemente implacável, Walternativo é um retrato diametralmente oposto do Walter que conhecemos, o que a exemplo de Anna Torv, dará a John Noble oportunidades de explorar caracterizações ainda mais relevantes para seus personagens.
    - Além do 11 de setembro não ter ocorrido do lado de lá como ocorreu aqui, conforme já sabíamos desde o final da 1ª temporada, outras curiosas diferenças foram mencionadas no episódio: 1) John Kennedy ainda era vivo e Tom Cruise é um astro da tv!
    - E a Massive Dynamics, hein? Exclusividade do lado de cá?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Entourage – Ep. 7x10 ‘Lose Yourself’ (Final de Temporada)

Episódio exibido no dia 12/9 nos EUA e ainda inédito no Brasil


A casa caiu para Ari Gold e Vince Chase no encarramento da 7ª temporada de Entorage. E se para o primeiro o baque se reflete na família, para o segundo o buraco é mais embaixo envolvendo uma carreira comprometida por vícios e falta de limites. De certa forma, ‘Lose Yourself’ nem pareceu episódio de Entourage. Os risos foram escassos, porém não ausentes graças a Ari, claro, mas o tom foi mais sério e até depressivo, afinal, foi o momento de vermos a bomba relógio que a temporada vinha preparando, explodir!

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    Ainda que a irascibilidade de Ari exposta durante a temporada tenha sido um dos fatores fundamentais para a porrada que leva, é inegável que foi o exagerado foco dado aos negócios em expansão em sua agência em detrimento da atenção dedicada à família, que fez a Sra. Gold pedir um tempo ao marido, que agora vai encarar a realidade de que nem tudo se resolve com promessas e presentinhos caros.

    Sobre Vince, a encruzilhada que ele encara e que dá o gancho para a 8ª e última temporada da série foi absolutamente coerente com o arco experimentado pelo personagem esse ano. A verdade é que o circo estava se armando desde o primeiro episódio e o que vimos desde então foi só uma crescente rotina regada a muitos exageros, perda total de limites, vício e um relacionamento conturbado com a estrela pornô Sasha Grey, que mostrou um Vince absolutamente diferente daquele astro gente boa que liderava a Entourage formada por seu irmão Johnny e os amigos Turtle e Eric.

    ‘Lose Yourself’ foi um episódio atípico para uma série encarada essencialmente como comédia, mas foi uma aposta sensata de seus realizadores que parecem querer entrar no ano de encerramento da produção dando uma mensagem clara: os tempos hão de endurecer para Vince, Ari e cia, mas Entourage ainda renderá uma última e imperdível piada na telinha. 2011 e a 8ª temporada estão logo ali.