"Isso não acaba aqui". A forte promessa feita por Miguel Prado no penúltimo episódio da temporada, foi a senha para que eu criasse uma grande expectativa para o final desse ótimo 3º ano de Dexter, mas talvez ela tenha sido também uma das razões para o meu (levíssimo) desapontamento com o desfecho da temporada. E não me entenda mal. Gostei muito de ver praticamente todas as pontas soltas da trama se fechando, bem como aquelas que já armam parte do cenário que deveremos ver na próxima temporada (o segredo de Rita, a possibilidade de Deb descobrir quem era a mãe de Dexter, ou pior ainda quem era o irmão dele), mas não posso negar que fiquei com a sensação de que algo estava fora do lugar, ou simplesmente não aconteceu.Leia mais...
Obviamente, em termos de desenvolvimento do personagem, esse encerramento de temporada aproximou muito mais o Dexter de um ser humano de verdade com emoções genuínas do que daquele serial killer frio que sabemos que ele também é. A cena em que ele realmente sente a necessidade de escapar do Esfolador porque queria se casar com Rita e porque seria pai, foi brilhantemente executada e o perdão de Dexter seguido pelo 'choro' de Harry funcionou como a metáfora perfeita para expôr esse lado novo do personagem. Além disso, tivemos ainda aquela cena bacana em que Dexter, então incomodado pelo fato de Rita aparentemente esconder um segredo de seu passado (um casamento anterior ao com Paul), finalmente percebe que todos tem segredos e que ele não poderia cobrar nada dela já que ele próprio guarda um. Até aqui tudo ótimo, mas aí... Bem, aí quando penso sobre os outros aspectos desse final, a coisa fica parecendo como uma jogada de efeito no futebol daquelas que vem cheia de firulas, tabelinhas, passes perfeitos, mas que não terminam em gol.
Peguemos por exemplo a Deb arriscando a promoção para ficar com Anton. Ok, foi bacana ver a dinâmica daquela cena entra ela e La Guerta (tomara que tenhamos mais disso na 4ª temporada), mas aí quando acontece a cena dela com o Anton a coisa sai do trilho porque a química entre os dois simplesmente não me convence, o que inclusive me leva a imaginar que quando a próxima temporada começar, já deveremos ver Deb solteira novamente. Outro ponto que me incomodou nesse final: a resolução do duelo entre Dexter e o Esfolador. Pode até ser besteira minha, mas achei que a situação foi resolvida de uma maneira simplória demais. E não digo isso porque queria ver um banho de sangue, mas porque gostaria de ver mais daquele embate psicológico interessante que poderia ter surgido em uma cena mais elaborada, como por exemplo naquela em que Dexter conversa com o traumatizado Ramon Prado. Seria pedir muito?
Minha maior restrição com relação a esse encerramento de temporada, foi seu tom novelesco. Tudo funcionou de um jeito certinho demais com as peças se encaixando direitinho, casais se consolidando, um casamento celebrado e por aí vai. Isso não soa como Dexter e de certa maneira me fez até lembrar do final da 1ª temporada de Californication que acabou de um jeito bem parecido. É óbvio que eu não quero ver o Dexter sempre fazendo as mesmas coisas até porque imagino que o maior desejo inconsciente do público seja o de vê-lo numa jornada que culmine numa redenção pessoal em que ele simplesmente pare de matar ou perca o desejo de fazê-lo. O que me intriga à essa altura, é que tendo ainda pelo menos duas novas temporadas pela frente, a forma como a nova perspectiva de Dexter foi construída nesse final, deixou no ar a dúvida de como será que os roteiristas da série equilibrarão esse jogo entre o Dexter cada vez mais humano e aquele monstro. Que ameaças ou dilemas nosso serial killer favorito enfrentará agora além do fato de ser um pai de família com um hobby pra lá de incomum?
Bem, sejam lá quais forem as surpresas reservadas para o futuro da série, uma coisa tenho que admitir sobre esse final de temporada: os caras conseguiram me surpreender de novo. Pode não ter sido do jeito que eu esperava, mas tão pouco serei injusto a ponto de negar que o que vi na telinha foi algo totalmente inesperado, o que prova (mais uma vez) a aparente inesgotável capacidade da série de envolver o espectador de uma forma original e instigante como poucas sabem fazer. E isso, definitivamente é mais que suficiente para me manter como fã incondicional do programa. Que venha a 4ª temporada!
Notas:
- No fim das contas, parece que não havia mistério algum em torno do Quinn, não é? Será que ficamos imaginando perguntas onde não havia nenhuma ou isso ainda será explorado na temporada que vem?
- A temporada veio e se foi sem que em nenhum momento La Guerta tenha demonstrado esforços para passar a limpo a história que incriminou Doakes como sendo o Bay Harbor Butcher.
Entrevista com Michael C. Hall exibida após o episódio (com legendas)
Nesse segmento que foi exibido pelo canal Showtime logo após o final da temporada, o ótimo Michael C. Hall fala sobre os maiores atrativos que o levaram ao personagem e comenta sobre a mudança de tom pela qual Dexter passou ao longo da temporada (assassinatos espontâneos, a necessidade de dominar o código e etc) além de falar quais serão os desafios do personagem para a sequência da história.
Fala, Davi!
ResponderExcluirEu entendo os motivos pelos quais você não curtiu tanto o fim de Dexter, mas eu gostei bastante...
O lance sobre o Esfolador é que não havia como ter embate psicológico - tudo porque, de fato, George King não tinha lá uma mente brilhante. Intimidava com o facão e pronto. Por isso mesmo tomou uma surra de Dexter, que o pôs no bolso na base do argumento...
Eu só fico agora esperando "o" gancho da temporada. Que tipo de história surpreendente os caras ainda têm na manga pra nos dar? Como você disse, que venha a quarta temporada! ;)
abração!
Achei bom esse ultimo ep, apenas bom. Acho que os roteristas sacrificaram um ultimo episódio que podeia ser melhor em troca de um penultimo que surpreende pela morte do Miguel
ResponderExcluirEu não acredito que ele vá se tornar cada vez mais humano, pelo contrario. Acho que na próxima temporada ele deverá voltar a se tornar o assassino frio que tem que fingir seus sentimentos da primeira temporada. Acredito nisso por que, nas vezes em que ele tentou estabelecer uma relação mais próxima com alguém - Lila e Miguel - deixando-os conhecer, um mais abertamente enquanto a outra apenas em parte, sua natureza, as coisas não terminaram muito bem.
O que pode gerar um conflito na cabeça do serial killer é o fato de que ele terá um filho e a relação dele com Rita
Já estou ansioso para a próxima temporada
FRACO, pra resmumir.
ResponderExcluirPQP, que final tosco de novela, acham que somos burros pelo visto. A morte do skinner foi ridicula, ainda com um comentário ridiculo "-ele teve a face esfolada", retrucado por outro mais idiota da Deb.
-Nos mostraram o skinner pela primeira vez numa cena comum e chata, e acabou igual.
A temporada começou morna mesmo, oq salvava era a atuação do Miguel Prado na trama.
Que bela merda foi, não sei se fui mal acostumado com as duas primeiras, mas essa podia ir pro lixo.
Salve grande CA! Teu argumento sobre o Esfolador é muito válido e sem dúvida concordo que o cara não era tão cerebral quanto Miguel, mas como uma das grandes ameaças desde o início da temporada, achei o desfecho do embate entre ele e Dexter insosso ainda que perfeitamente plausível.
ResponderExcluirAbel, é óbvio que respeito tua opinião, mas mesmo tendo restrições sobre esse final estou muito longe de ter achado a temporada ruim. No geral a considero excepcional e com poucos pontos negativos e muitos outros positivos como por exemplo, toda a história do Miguel que sem dúvidas ganhou peso na belíssima atuação do Jimmy Smits.
Mike, eu já acredito que por mais que Dexter tenha se decepcionado ao tentar tentar mostrar um pouco do que é de verdade para Lila e Miguel, ele sabe (ou está aprendendo) a distinguir aqueles que só se aproximam dele por desejarem lhe tirar algo ou obter alguma vantagem. O relacionamento dele com Rita por exemplo não me parece tão passional ou carregado de interesses escusos e nisso eu acredito que ele tende a se aproximar sim da figura mais humana que mencionei, ainda que seja claro que ainda vejamos seu lado monstruoso vindo à tona em algumas situações.
Abração a todos!
eu adorei toda a 3o temporada
ResponderExcluiradorei o final e achei excelente finale, pq me suspreendeu de maneira positiva, e teve sim o tal sangue no final, no vestido de Rita, mastrando que nao será facil administrar o casamento esposa e filho com a vida de serial killer, mas com certeza ele dará um jeito, pq afinal de contas Rita o ama e compreende ele(o trabalhao que ela penasa que é um só)
acho que a 3o tempora de Dexter foi a melhor até agora, por isso foi indicada ao globo de ouro de melhor série esse ano e michal c. holl como melhor ator, espero que levem,
agora é espera a proxima temporada de Damages pq Dexter só em outubro do ano que vem.
Uma verdadeira classe, com cabeça, tronco e membros.
ResponderExcluirÉ a definição de Dexter, uma das melhores séries da actualidade, a par dos episódios frenéticos de Prison Break.
Uma terceira temporada mais calma, sem uma história que empolgasse como as anteriores, mas também era difícil, uma temporada que assenta na construção e desenvolvimento de uma das melhores personagens dos últimos tempos.
A destacar três coisas, muito discretamente a "investigação" de Deb que certamente se for bem estruturada poderá vir a dar belos frutos mais tarde, nomeadamente com o descobrimento que o ITK era irmão de Dexter... a história em aberto de Quinn que poderá dar que falar mais tarde também...
...e principalmente o brilhantismo de não apenas Michael C. Hall por todos os motivos e mais alguns, mas também pela melhor personagem secundária da série até à data, Jimmy Smits que fez um trabalho excelente como actor secundário e "inimigo" de Dexter, e também dos magníficos flashes proporcionados por James Remar.
Foi o melhor final que podia ter dado? Não! Será que dava para termos um melhor final que a temporada 1 e 2? Dificilmente!
O que acontece é que as nossas expectativas estavam demasiado altas, ainda assim, em momento algum Dexter desapontou, e nesse aspecto nem a minha série preferida (LOOOOOOOOST) consegue tal coisa.
Olá, Davi! Concordo plenamente com o seu comentário. De certa maneira foi mini decepcionante, mas nem por isso ruim. A verdade é que ficamos pessimamente acostumados com os finais eletrizantes das outras temporadas, mas esse fechou o arco dessa temporada muito bem. Acho que a principal lição do Dexter é que nem tudo é branco e preto... pode sim ser cinza (vide a conversa final dele com o Ramon). O maior exemplo disso é que ele acabou aceitando o Harry de uma forma real, não mais endeusada, como se o pai fosse um sujeito perfeito (visão do início da 1a temporada) ou como se fosse um mentiroso e dissimulado (como na 2a temporada). Tudo isso serviu para o Dexter se aceitar de uma forma melhor e perceber que todos têm falha, todos mentem, todos têm seus segredos, mas nem por isso são menos merecedores de uma relação emotiva... já merecedores da confiança completa dele... bom, acho que a sensação de liberdade que o Dexter teve ao "matar" o Harry e transformar o Código em Dexter's Code fez com que ele ficasse meio cego e arrogante, tanto que caiu na lábia do Miguel com uma facilidade até estranha para os padrões de Dexter. Acho que quase perder a vida funcionou como um wake up call para ele. Dexter sabe que hoje o Código do Harry é fundamental para a sobrevivência dele como marido, pai e perito e principalmente do Dark Passenger. E é melhor que sirva mesmo, porque estou morrendo de saudades do Dexter justiceiro.
ResponderExcluirSabe que eu também achei que essa relação da Deb com o Anton não deu a mínima liga? Torço para que tudo já esteja terminado na próxima temporada.
Em relação a outra coisa que você comentou... também achei meio papo furado a "verdade" sobre o Quinn e espero que a próxima temporada possa trazer surpresas em relação a isso.
Duas coisas que não gostei: a Laguerta não fuçando a história do Doakes do BHB e a história do Skinner. Quando o Dexter traçou o perfil do Skinner pra Deb eu achei que a história iria engrenar e ir para um lado interessante e tal... mas achei ridículo que, no fim, a motivação do cara era mesmo só pegar o dinheiro dele de volta com o Freebo. Nada glamouroso para um criminoso tão cheio de estilo.
Bom, apesar de não ter amado incondicionalmente essa temporada, Dexter continua sendo, na minha opinião, uma das melhores séries de todos os tempos, porque tem um argumento totalmente incomum (a visão e a narração de um serial killer), um roteiro "matador" e um elenco excelente. Por isso aguardo com ansiedade e curiosidade a próxima temporada.
sobre quem não gosta do lado subjetivo de dexter:
ResponderExcluirquerem o q? querem serial killers?....se querem vão assistir CSI.....aff gente e***túpida
o que mais enriquece a série é o seu lado sentimental/subjetivo o fato de ele ser perito e serial é muito mais plano de fundo....subjulgando a ação ao diálogo
algo muito mais sólido e "anti-mesma-coisa"
essa temporada optou mais pelo lado sentimental/subjetivo de dexter
ResponderExcluirpq desde a 1ª temp qdo ele começa a se tornar um humano ele começa a criar e sentir novas emoções...
e nós acompanhamos isso desde o início da série.....e nunca deixaremos essa parte de lado
pq, além de enriquecer a série...faz com q ela passe de uma-série-pseudo-policial-com-serial-killers-com-polícia-americana-mega-expetacular
por isso q eu amo essa série sem limites
e prezo mto pelo lado subjetivo
assim passamos de um expectador pra alguém dentro de sua mente
o que nos torna parte de dexter
choreibjs
até próxima temporada....
enquanto isso LOST *-*
abraços dudes
Olá Davi,
ResponderExcluirEu gostei muito da season finale de Dexter, não fiquei decepcionada, ela encerrou a terceira temporada de forma bem coerente. A temporada que começou com o anúncio de uma gravidez, terminou em um casamento, com Dexter cada vez mais seguro do caminho que deseja seguir. Não teve toda a ação e o suspense dos episódios finais das temporadas anteriores, mas nem tinha como tê-los, visto que o tema central foi diferente. Destaque para as cenas paradoxais, quando Dexter veste sua cara de mau(conversa com Ramon e Skinner) ou quando ele nada mais é do que um homem querendo iniciar uma nova etapa da própria vida(conversa com Harry). Vida esta que terá pólos que se opõem e se harmonizam simultaneamente, magistralmente ilustrada por algumas gotas de sangue a manchar um vestido de noiva.
Nesses três anos e 36 episdódios de Dexter acho incrível a evolução do personagem Dexter Morgan. E o melhor, com o telespectador podendo acompanhar o passo-a-passo desse caminho através do grande trabalho desse brilhante ator chamado Michael C Hall, a quem eu aplaudo de pé.
Michael C Hall transmite a complexidade de Dexter Morgan com olhares, gestos, caras e bocas, porque, afinal, Dexter é formado por nuances. Ironia, sarcasmo, fúria, afeto...tudo construído com muita competência pelo Michael. Uma narração construtiva, não caricata, isso é o que mais me atrai nesse seriado e me faz querer vê-lo sempre mais, embora a trama central de hoje não seja tão eletrizante quanto a de outros tempos.
Estou muito curiosa para ver o que os roteiristas guardam pra nós, agora que Dexter é um "homem de família" e já que ficaram algumas pontas soltas, o que não ocorreu nas temporadas anteriores (vide Debra e sua investigação sobre a "informante"). É um grande prazer acompanhar essa série(que pra mim só encontra concorrente à altura em Lost) e a mente de Dexter Morgan.
abs.
Bom galera, comecei a assistir Dexter hoje. Comprei o box da 1ª temporada. To gostando...
ResponderExcluirAinda não tem o box da 2ª temporada pra vender, neh? Andei procurando e não achei.
Vou tentar assistir as três temporadas pra acompanhar os comentários aqui no Dude News.
Valew