ATENÇÃO: Esse post contém comentários de séries ainda inéditas no Brasil até essa data.
A quatindade de séries novas que chegam na recém iniciada temporada é enorme (até março de 2010 cerca de 30 chegam à tv). Novatas dessa leva,
Melrose Place e
FlashForward já ganharam minha atenção
aqui e
aqui respectivamente, mas como será humanamente impossível dedicar posts maiores a todas elas, farei uma coisa um pouquinho diferente aqui para cobrir essas estreias. Sendo assim, a partir de hoje surgirão posts como esse: curtos(?)e objetivos nas primeiras impressões que as mais diversas produções que surgem deixam.
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A cerca de dez dias atrás, eu disse no twitter que Glee era uma série fraquíssima. Não retiro totalmente o que disse, porém faço uma ressalva: a série misto de dramédia com musical tem sim algumas (poucas) qualidades, mas, no contexto geral definitivamente não é uma produção que me atraia e que eu vá acompanhar.
Criada por Ryan Murphy (Nip/Tuck), Glee teve seu episódio Piloto exibido ainda em maio desse ano nos EUA, logo após a final da 8ª temporada de American Idol, no que – justiça seja feita -, foi uma jogada inteligente da Fox americanaà época.
Tendo estreado oficialmente no dia 9 de setembro, a série resgata o humor ácido e o tom de crítica social tão peculiar de Murphy, mas infelizmente não convence com uma trama rasteira concentrada nos esforços de um professor que pretende reerguer o coral da escola (o Glee Club) composto por um grupo bastante heterogêneo.
Na essência, o que realmente falta à série além de carisma para seus personagens, é foco na história que se quer contar. Assim, se a trama é concentrada no coral, qual a lógica de se inserir (ainda no terceiro episódio) uma subtrama na qual o professor resolve praticamente largar seus pupilos à própria sorte e tentar alguma coisa como líder de um grupo de cantores à capela (Os Acafellas)?
Críticas à parte, sei que a série já tem muitos fãs e não será surpresa se ao fim da temporada ela alcançar o status de ser uma das grandes estreias. Contudo, o que é apreciado por uns, não necessariamente o é por outros, e assim, despeço-me de Glee desejando boa diversão para quem for acompanhá-la.
Obs.: Embora boa parte dos números musicais conte com as vozes dos próprios atores (alguns inclusive oriundos da Broadway), não adianta nada fazer montagens elaboradas, mas que deixam a clara impressão de dublagem.
Tendo como um de seus criadores e produtores o dublê de galã e marido de Demi Moore, Ashton Kutcher, The Beautiful Life (que estreou no dia 16 de setembro) segue a sina da maioria das séries da CW: razoavelmente badaladas antes da estreia, pequenos fracassos depois dela.
Centrada em Nova York onde explora o concorrido universo de modelos profissionais, TBL mostra (ou tenta mostrar), que num mundinho de fachada tão glamourizada como aquele, quem não sabe se impor sofre com a insegurança e com as pressões naturais que cobram um preço alto tanto para quem busca espaço quanto para quem já o teve.
Nesse ambiente, dentre agentes manipuladores e modelos dispostos a pagar qualquer preço pelo sucesso (pelo menos cinco aparecem em destaque), a grande protagonista é Sonja Stone. Interpretada por Mischa ‘Marissa’ Barton, Sonja é uma modelo já veterana com toda pinta de problemática em busca de uma carreira que já parece esvaziada.
Recheada de gente bonita, TBL é essencialmente direcionada ao público jovem e que naturalmente se interessa em conhecer os bastidores de um mundo visualmente atraente, porém repleto de intrigas e mentiras, o que me faz lembrar de outra série com temática parecida também da CW: Gossip Girl. De quem aliás, dá para dizer que TBL seja uma espécie de prima mais velha, porém não menos superficial e descartável.
Inspirada por uma série de livros nascida em 1991, The Vampire Diaries, nova produção da CW, inegavelmente deve sua chegada à tv ao sucesso (de público) da série de filmes Crepúsculo e à True Blood da HBO, ambas, também originadas a partir de livros centrados no universo vampirístico.
Se não chega a ser tão equivocada quanto Crepúsculo, tampouco pode se esperar dessa adaptação a cargo de Kevin Williamson (Dawson’s Creek), a complexidade explorada por True Blood por exemplo. Assim, o que sobra dela no fim é apenas mais uma série teen sem qualquer novidade que não a de ter dois irmãos vampiros (em rixa milenar) brigando pelo amor de uma mesma garota.
Dito isso, há um problema sério e decisivo na série: seu trio de protagonistas é desinteressante e apagados demais. Dessa forma, nem Elena, a mocinha fragilizada, nem os irmão vampiros Stefan (o bonzinho) e Damon (o ‘vilão’ feito por Ian Somerhalder, o Boone de Lost) parecem ter a força suficiente para manter o apelo que a trama pretende ter.
O veredicto final portanto é esse: embora use artifícios absurdos para, por exemplo, explicar porque seus vampiros podem andar tranquilamente em plena luz do dia (basta – pasmem - usar um anel específico), The Vampire Diaries não chega a ser uma imensa bomba, o que não significa dizer que eu vá acompanhá-la, afinal, com tanta produção melhor, não há tempo a se perder com mais uma série teen igual a outras tantas que já passaram pela tv.