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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A estreia da nova versão dos ThunderCats


Thunder! Thunder! ThunderCats Ho!!!

De volta à televisão, agora em traços anime, estreou no último dia 29/7 no Cartoon Network americano a nova versão dos ThunderCats, que se pega emprestado o mote central da original, altera outros elementos daquela investindo agora num tom mais sério e sombrio (que em alguns aspectos remete até a produções como O Senhor dos Anéis ou mesmo a recente Game of Thrones) que, a julgar pelo episódio duplo de estreia, tem boas chances de agradar novas e velhas gerações.

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    Mesmo sendo basicamente uma aventura, a história agora tem um perfil mais épico e menos ingênuo. Assumidamente um reboot, essa nova versão dos ThunderCats aposta em mudanças, que se não chegam a ser tão radicais, trazem possibilidades novas interessantes em termos do que a trama pode explorar. Thundera agora não é mais um planeta de onde Lyon-O e sua trupe de felinos humanóides fugiram, mas sim um reino dentro do próprio Terceiro Mundo, que se vê ameaçado quando um antigo mito (Mumm-Ra) prova ser mais do que isso e uma secular rixa (dos felinos contra os lagartos) fica desequilibrada quando uma traição toma forma.

    Resguardados em suas características mais essenciais, todos os principais personagens do desenho original ressurgem nessa nova versão, ainda que alguns apresentem sutis e importantes diferenças, casos de Lyon-O (agora um adolescente em vez de um adulto que cresceu rápido demais) e Tygra (que agora além de ser irmão adotado de Lyon-O, é visto por quase todos no reino como o sucessor ideal do rei). Dos demais, vê-se um pouco das habilidades de Cheetara e da sabedoria de Jaga (a versão Yoda dos felinos), além das aparições da dupla WilyKit e WilyKat, de Panthro e de Snarf, que agora (in)felizmente não fala.

    Contando com temas aparentemente mais ricos e com seus personagens mais famosos numa roupagem ainda mais interessante, o prognóstico para a nova versão dos ThunderCats é boa. Se ela se tornará um sucesso, são outros quinhentos, mas que o cartão de visitas é bom, ah isso é.

    Ainda não viu, mas ficou curioso? Então confira o trailer.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Falling Skies – Episódio Piloto

Cinco dias após estrear nos EUA, o drama de aventura Falling Skies chegou, nessa sexta-feira, 24, ao Brasil através dos canais a cabo TNT e Space (este exibindo a série dublada). Com a assinatura de Steven Spielberg, a produção narra a luta de humanos sobreviventes de um ataque alienígena que dizimou 90% da população mudial e acabou com toda a infraestrutura do planeta. Já viu isso antes sob alguma outra forma? Pois é, eu também.

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    O episódio duplo que serve como Piloto da série segue à risca a velha e tradicional cartilha de introduzir o cenário e seus personagens, o que é mais que natural. O problema é que mesmo tendo pouco mais de 80 minutos de duração, a série falha em apresentar uma trama que realmente empolgue, já que com poucas sequências de ação convincentes e dramas demasiadamente rasteiros, não traz nada de realmente novo.

    O início do episódio, por exemplo, faz uma rápida recapitulação dos eventos ocorridos desde a chegada das naves alienigenas usando simples desenhos acompanhados pela narração de crianças. Contudo, o que poderia ser um bom artifício – já que o impacto dos acontecimentos sob a perspectiva dos pequenos teria tudo para nos envolver mais -, acaba soando mais como economia de um orçamento (ou limitação dele) que seria destinado a montar grandes planos que revelassem como o caos se instaurou.

    Quando a história realmente começa, o planeta já é uma terra de ninguém com os humanos organizando-se em grupos de resistência. Um deles, o que ganha o foco da trama, é o 2º Mass, que tem no professor de história Tom Mason (Noah Wyle, o eterno Dr. John Carter de ER) e no capitão Weaver (Will Patton) suas figuras mais proeminentes ao lado da médica Anne Glass (Moon Bloodgood).

    Fugindo e tentando se manter vivos como podem à caçada perpetrada pelos alienígenas, os humanos parecem presas fáceis frente o poderio dos invasores (note, por exemplo, a imponente nave estacionada sobre o centro de Boston que lembra aquela do bom filme Distrito 9), mas não demora muito para percebermos que eles parecem não querer usar toda tecnologia que detém, visto que mesmo dotados de sensores de calor em suas muitas naves patrulha, eles tem dificuldade para encontrar os grupos de humanos concentrados a poucos quilometros de distância.

    Mesmo com problemas (o ritmo fica lento demais em dado momento e os conflitos que surgem são pouco interessantes), a estreia de Falling Skies não chega a ser um desatre, total, mas considerando toda a expectativa gerada por ser a nova investida de Spielberg na tv com esse gênero depois da ótima Taken de 2002, não dá para negar que a série vai precisar melhorar muito nos próximos episódios se quiser ganhar qualquer relevância. Caso não consiga, não será só o céu que cairá, mas a audiência e a paciência de quem não quer ver mais do mesmo...

    Falling Skies é exibida aos domingos nos EUA e às sexta-feiras na TNT e no Space a partir das 22h.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Game of Thrones Ep. 1x05 – ‘The Wolf and the Lion’

Episódio exibido no dia 15/5/11 nos EUA

Não é à toa que o ditado diz que o apressado come cru. Se dependesse da crítica de muitos em torno do ritmo inicial de Game of Thrones, a série tinha que ter começado a 80 por hora sem se importar com uma introdução e um desenvolvimento equilibrado da trama e de seus personagens. E se assim fosse, agora que chegamos ao quinto episódio, ninguém ia realmente se envolver ou se importar com os confrontos que a narrativa trouxe à tona em várias frentes e que pavimentam o caminho para a grande disputa que tomará forma na capital dos Sete Reinos de Westeros.

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    Nesse ótimo ‘The Wolf and the Lion’ a ação toma forma em várias frentes como, por exemplo, a que coloca Catelyn sendo salva por Tyrion, personagem cada vez mais interessante, diga-se, e a maquinação aliada às conversas de canto especulando sobre assassinatos e mudança no poder ganhando força. Resumidamente, muitas cartas importantes são reveladas. A se destacar: o rei Robert admitindo a perda do sentido de seu reinado num papo franco com a fria Cersei; Ned abdicando do posto de braço direito do rei por não concordar com sua postura beligerante e, pra ele, irracional, e Jaime Lannister confrontando o agora ex-Mão do rei por conta da captura de Tyrion numa breve, porém empolgante briga envolvendo os dois no final do episódio.

    Ação e conspiração à parte, um aspecto fundamental que esse quinto episódio privilegia é o da tensão constante presente em cada uma das subtramas, o que faz com que os destinos e revelações envolvendo cada um daqueles personagens ganhe uma percepção diferente. Sendo assim, mesmo que ainda guardemos dúvidas sobre as reais intenções do inteligente Tyrion (o ótimo Peter Dinklage), não dá para ignorar a importância que seu personagem ganhou frente o turbilhão de conspirações que envolve Lannisters e Starks no centro do poder. Ou ainda perceber que o rei Robert, mais que um fanfarrão tolo, é hoje apenas uma sombra do homem que 17 anos antes lutara por mudança e que cegado pelo poder, acabou consumido por tudo de ruim que tentara expurgar do antecessor que ajudou a derrubar ao lado de Ned, a quem agora chama de traidor.

    Por já conhecer o livro, já imagino que tipos de surpresas ainda estão resevadas para a 2ª metade dessa temporada de estreia, o que não me deixa menos empolgado e ansioso pelo próximo episódio. Não sei se você tá na mesma ou se andava achando a série paradona demais, mas seja lá como for, depois desse quinto episódio deve concordar quando ouvir alguém dizendo que Game of Thrones é A série do momento, certo?

    Em tempo, reforço o convite para que visitem o Seriaudio onde tenho comentado em podcasts rápidos de cerca de 10 minutos, cada um dos episódios da série.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

The Office e a bela despedida de Michael Scott

Uma semana após ‘Goodbye Michael’, episódio que marcou a saída de Steve Carell de The Office e a consequente despedida de seu personagem, o sem noção Michael Scott, a sensação natural para quem curte a comédia é a de um inevitável vazio e de dúvida: a produção vai conseguir sobreviver e se renovar sem um de seus mais importantes protagonistas? A resposta só descobriremos depois, mas a certeza de que Carell contribuiu muito para que The Office tenha se mantido sempre em evidência mesmo em seus períodos mais irregulares é inegável. Assim, nada mais justo que destacar o episódio que selou sua partida de forma simples, divertida e não menos emocionante. Ou vai dizer que entre um riso e outro seus olhos não ficaram no mínimo marejados também?

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    Das surpresas do episódio, a mais interessante acabou sendo justamente a postura do Michael. Diferente do que normalmente faria, em sua despedida ele, apesar das brincadeiras (os presentes que distribuiu e o momento em que ria da reação de Oscar foram ótimos), sempre manteve tudo num tom discreto demais para o seu padrão. Não vimos, por exemplo, aquele oba oba tão característico de outrora. Além disso, em várias sequências ele se revela frágil e inseguro com a decisão de partir, fazendo com que até pudessemos enxergar Michael e Carell se confundindo naquelas cenas em que o ator parecia estar realmente tão emocionado quanto o personagem.

    Fazendo pequenas reconciliações com cada um dos outros funcionários da Dunder Mifflin (seus momentos com Dwight e com Jim foram sem dúvida alguns dos mais marcantes), Michael partiu de forma bem humorada pedindo que o avisassem se os registros do ‘documentário’ fosse exibido algum dia e, seguro de sua decisão, teve ainda um último momento a la Encontros e Desencontros com Pam, com quem trocou suas últimas palavras (sem que ouvissemos) antes de dar seu adeus definitivo que veio acompanhado de risos e lágrimas do lado de cá. É estranho dizer isso, mas sentiremos sua falta, Michael.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

The Killing – Nova série do AMC é promessa de bom thriller

Série NOVA – Episódio duplo exibido no dia 3/4/11 nos EUA


É cedo para dizer se o mistério do ‘Quem matou Rosie Larsen?’ terá desdobramentos tão marcantes e surpreendentes quanto os da clássica, e sempre lembrada, Twin Peaks, mas considerando o que o movimentado episódio duplo de estreia de The Killing faz, a possibilidade existe e não deve ser ignorada.

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    Com trama ambientada na soturna Seattle (que com sua chuva aparentemente incessante e tempo fechado funciona como um elemento naturalmente sombrio para a história), The Killing gira em torno do misterioso assassinato de uma garota chamada Rosie Larsen e do impacto que sua morte lança sobre todos que se veem envolvidos nos mais diversos níveis.

    Da detetive que vê seus planos de mudança serem postergados, passando pelos pais da moça que precisam lidar com uma perda brutal e inesperada, ao político que revisita uma experiência parecida (e indiretamente vira alvo da investigação), o roteiro privilegia a perspectiva de cada um frente o ocorrido, apresentando-os com todas as suas dúvidas, dores e até mesmo eventuais dissimulações, sem que nada pareça fora do lugar ou exagerado, como evidencia, por exemplo, a cena (dos pais descobrindo o destino da filha) que encerra a primeira parte do episódio.

    Além disso, é curioso notar que a Rosie que conhecemos através da investigação inicial, surge tanto como uma filha amorosa e apegada à família (notem os detalhes no mural de seu quarto), quanto uma jovem aparentemente ligada a pessoas e situações perigosas que poderiam ou não estar diretamente ligadas à sua morte. Considerando isso, há portanto uma clara contradição entre a garota que seus pais julgavam conhecer e aquela que sua melhor amiga tenta em vão encobrir. Uma curiosidade que, a meu ver, não deve ser vista como irrelevante.

    Como thriller que antes mesmo da estreia já prometia mostrar pessoas sendo obrigadas a encarar fantasmas e segredos, não é exagero considerar quase todos os personagens como suspeitos com uma miríade de motivações. Sendo assim, a chave para que a série se confirme como uma novidade relevante, passa necessariamente pela forma como as hitórias das três frentes envolvidas (investigadores, família e suspeitos) se desenvolverão e se chocarão.

    Apresentando um quebra-cabeças que à princípio instiga pelas perguntas que produz, The Killing inegavelmente surge com a ideia de um thriller envolvente e inteligente. Resta saber se a história da série se sustentará mais pela surpresa de revelações plausíveis ou por reviravoltas exageradas que surpreendem, mas que posteriormente se desmontam pela falta de lógica.

    Por enquanto, The Killing é só mesmo o que o título desse post resume: promessa de um bom thriller. E que pode se tornar ótimo.

    Outras observações:

    - Como apontei, à essa altura quase tudo e todos podem ser suspeitos, mas uma coisa em particular chamou minha atenção: por que o gerente da campanha de Darren se antecipou sugerindo um posicionamento deste frente o ocorrido antes mesmo da revelação da polícia de que Rosie fora encontrada dentro de um carro de seu comitê?
    - Se a detetive Sarah Linden (Mireille Enos) ainda não chama muito atenção, o mesmo não se pode dizer dos pais de Rosie (destaque para Michelle Forbes como a mãe transtornada) e do político Darren que, em escalas distintas, parecem carregar sentimentos de culpa que se catalisam a partir do caso.
    - A pergunta: a morte de Rosie estaria relacionada a crime passional ou teria mais a ver com queima de arquivo encoberta pela tentativa de incriminar alguém? Palpites?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Lights Out - a tv no mundo do boxe


De forma genérica, é justo dizer que não há nada de novo na trama de Lights Out, drama do FX americano que estreou no dia 11 de janeiro. Centrado no mundo do boxe, a série narra os conflitos enfrentados por um boxeador que, após uma derrota dolorosa e controversa pelo título, teve que escolher – por conta de um problema neurológico - entre o ringue ou sua família. Ou seja, de uma forma ou de outra, você provavelmente já viu algo parecido no cinema antes, o que, claro, não invalida as boas intenções dessa produção que terá 13 episódios em sua temporada de estreia.

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    Em Lights Out, o protagonista é Patrick ‘Lights’ Leary (Holt McCallany, um rosto ainda desconhecido pela grande maioria, mas com participações em várias séries como Law & Order e CSI), um boxeador que depois de cinco anos longe do esporte, encara numa crise financeira e na sombra de se tornar algo que não queria, a encruzilhada que pode ser definitiva: voltar às lutas e garantir o futuro de sua esposa e de suas três filhas, ainda que em detrimento de sua saúde e do relacionamento que construiu em família, ou ver tudo o que conquistara em seus anos como boxeador evaporar.

    Se não chega a ser espetacular, o episódio Piloto (que traz rápidas e convincentes cenas de luta em seus minutos iniciais) cumpre bem o papel de apresentar personagens, cenários e conflitos que sustentem a trama de forma envolvente. Além disso, contando com uma edição ágil, e em dada escala não linear, o ponta pé inicial da série é sólido e interessante o bastante para alimentar nossa curiosidade. Se a série sustentará uma trama rica o bastante para desenvolver seus personagens de forma atraente ao longo de sua temporada inicial eu não sei, mas é inegável que, por dar foco a um universo inédito na tv das décadas mais recentes, Lights Out merece crédito. E que venham os próximos rounds.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

The Walking Dead é série obrigatória!


Imagine o cenário: você acorda num hospital depois de ficar internado sabe-se lá quantos dias, procura auxílio médico, mas tudo que encontra num primeiro momento são cadáveres amontoados pelo caminho em avançado estado de decomposição. Tomado pela incerteza, já que não vê nenhuma viva alma por perto, sai caminhando pela vizinhança só para descobrir que pessoas aparentemente mortas caminham livremente pelas ruas. Sim, você está num lugar tomado por zumbis. O que aconteceu, como, quando e por quê? Bom, aí só assistindo The Walking Dead, série que estreia no próximo dia 31 de outubro nos EUA via AMC (dia 2 de novembro no Brasil pela Fox) e que já nasce justificando todo hype que se criou desde que seu primeiro trailer surgiu alguns meses atrás. A série é realmente excepcional e, desde já, absolutamente obrigatória!

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    Quando repercuti a notícia de que a HQ The Walking Dead ganharia uma adaptação na tv, pouco se sabia a respeito de seu formato. À época, a única certeza era a de que Frank Darabont estaria à frente do projeto e que o presidente do AMC garantia que a série seria fiel ao material de origem. Pois bem, passado pouco mais de um ano, eis que o episódio piloto de pouco mais de 60 minutos vaza deixando uma constatação óbvia: praticamente todos os elementos mais marcantes da HQ foram de fato emulados na série. O tom de horror está lá, assim como a violência gráfica em diversos níveis. Mistérios? Claro que sim, mas no fim, em meio a efeitos visuais impressionantes e assustadoramente convincentes, o principal elemento que surge dando força à narrativa é o da mais básica luta pela sobrevivência num cenário apocalíptico inimaginável.

    Darabont, que além de ser produtor executivo da série, escreveu o roteiro e dirigiu o primeiro episódio, imprime o mesmo tom de suspense intrigante que vimos no seu excelente O Nevoeiro (The Mist, 2007). Em “Days Gone Bye”, episódio que abre a série, pouco descobrimos sobre os sobreviventes ou sobre como se organizam para passar mais um novo dia longe da fome de zumbis sempre à espreita. Se isso impede qualquer conexão imediata da nossa parte? Nem um pouco, porque conflitos e dilemas rapidamente tomam forma, quer seja através do protagonista da série, o policial Rick Grimes que busca pela esposa e filho cujo destino ele desconhece, ou de situações limites capazes de levantar questionamentos morais relevantes em torno do que vale ou não vale fazer quando se tenta sobreviver.

    Pode até soar como exagero da minha parte, mas mesmo com apenas um episódio na conta vou apostar desde já que The Walking Dead será A série da temporada. Dito isso, se você não tinha conhecimento da produção ou simplesmente não pretendia assistí-la, a hora de mudar de ideia é agora. Se já ia ver, por enquanto tenha certeza de uma única coisa: a série é mesmo do cacete!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

The Event - Ep. 1x01 'I Haven't Told You Everything'

The Event será a nova série sensação da tv ou apenas mais uma grande decepção? Para tentar responder, a partir de hoje contamos aqui no Dude News com a colaboração do leitor Romulo Oliveira, que também já conferiu o primeiro episódio dessa que era uma das séries mais esperadas do início do fall season (o período mais quente da tv americana) e divide suas primeiras impressões sobre a produção que chega à tv a cabo brasileira através do Universal Channel no próximo dia 18 de outubro.



Com um piloto incrivelmente bom, com muito suspense, confusão na nossa cachola, muitas perguntas, e tudo mais o que uma boa série de ficção/suspense merece (e deve) ter, The Event estreou na Fall Season 2010 com tudo em cima, e agora resta esperar pra ver se irá se tornar a “nova” Lost, ou um grande FAIL como FlahsForward.

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    Com um episódio sem nenhuma resposta e muitas perguntas, ficando assim, um pouco difícil de entender de prima (e é isso que eu, particularmente, gosto em séries), resolvi fazer um review pelas histórias dos personagens e os acontecimentos que os cercam.

    Presidente Elias Martinez

    Vemos o presidente, querendo mostrar ao público uma certa operação secreta da CIA, que mantém prisioneiros em uma instalação secreta no Alaska. Não se sabe quem são esses prisioneiros, ou o que eles podem revelar, mas com “quase” toda a certeza, isso tem haver com “O Evento”. E nesse “núcleo”, a pergunta que ficou é “quem é Sophia, e qual é o papel que ela tem na história?”. Bom, isso não sabemos, mas desde já, podemos afirmar que é importantíssimo! (Pelo menos por enquanto!).

    Michael Buchanan

    Depois do seqüestro de suas 2 filhas, e a morte* (?) de sua esposa, o vemos se “tornar” um terrorista, provavelmente, sendo coagido por um “grupo” que não sabemos quem é, mas que provavelmente deve estar com suas filhas. E sendo “coagido”, seqüestra um avião, e parte diretamente pro seu alvo, a casa do presidente em Miami, onde ocorrerá (ou melhor, ocorreria) a declaração de Sophia sobre os prisioneiros!

    * Não podemos afirmar ao certo que quem morreu foi a senhora Buchanan, pois só vemos uma mão feminina ensangüentada no chão, mas ao mesmo tempo, vemos uma “seqüestradora” entrando na casa ... ficando assim, mais uma pergunta no ar.

    Sean Walker

    Vemos o casal Sean e Leila indo para um cruzeiro, o qual é parte do plano de Sean pra pedir sua amada em casamento, plano que é frustrado com o afogamento* (?) de Vicky, gerando assim uma “amizade” entre Sean, Leila, Vicky e Greg. No outro dia, Sean vai mergulhar sozinho com Vicky, pois Leila ficou de porre, e quando volta, descobre que ela sumiu, e não há nenhum cadastro no cruzeiro em seu nome ou no nome de Leila.

    Dias depois, vemos Sean no avião, primeiramente com a aparência de um terrorista, mas depois descobrindo que ele queria impedir a ‘missão’ de seu sogro, Michael.

    * Dá pra ficar no mínimo desconfiado com o lance do afogamento, e particularmente acho que Vicky e Greg tem algo haver com os acontecimentos que culinaram no desaparecimento de Leila.

    -------

    E depois que todas as histórias se entrelaçam, achamos que está tudo caminhando para um final “lógico”, mas prestes a acertar seu alvo, o avião some no ar e terminamos o episódio querendo arrancar nossos cabelos por conta do diálogo entre Sophia e o presidente Elias:

    -They saved us! (Eles nos salvaram!)
    -Who? Who saved us? (Quem? Quem nos salvou?)
    -I haven’t told you everything! (Eu não te contei tudo!)

    Em suma, um grande episódio Piloto para uma série que já me conquistou. Agora nos resta esperar pelos próximos episódios e torcer pra que The Event siga o “caminho” de Lost e não o de FlashForward!

    Ps. Pra mim, como brasileiro, muito legal ver uma citação de São Paulo na série! Já que o avião tinha destino Miami/São Paulo.

    *****

    E você, compartilha dessa empolgação inicial do Romulo ou ainda vai aguardar mais alguns episódios para formar opinião? Eu por enquanto tô no segundo grupo...

terça-feira, 8 de junho de 2010

O episódio Piloto de ‘Los Angeles - Cidade Proibida’

Poucas pessoas sabem, mas o filme de 1997, Los Angeles – Cidade Proibida (LA Confidential no original), que levou Oscar de atriz coadjuvante com Kim Bassinger e roteiro adaptado a partir do livro homônimo de James Ellroy, quase gerou uma série de tv em 2000. No último final de semana, revi o filme (que é um dos meus favoritos, diga-se) e na ocasião também pude finalmente assistir o Piloto que nunca foi sequer exibido na televisão sendo relegado a bônus no disco de blu ray. E honestamente? Pelo resultado não merecia mesmo virar série.

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    Situado num período anterior ao do filme, o Piloto revisita praticamente todos os personagens que vimos na produção de 97 e explora, com pequenas variações, os eventos que culminaram na história da obra dirigida por Curtis Hanson. No elenco, nomes como Kiefer Sutherland (sim, o Jack Bauer) na pele do detetive Jack Vincennes, Melissa George (a Laura de In Treatment) como a prostituta Lynn Bracken e do veterano Eric Roberts como o cafetão Pierce Patchett além de outros menos famosos dando vida a Bud White, Ed Exley, Sid Hudgens e o Capitão Smith.


    Da esquerda para a direita: Ed Exley, Jack Vincennes, Bud White,
    Lynn Bracken, Sid Hudgens e o capitão Smith

    Dirigido com correção por Eric Laneuville (que tem 5 episódios de Lost no currículo), que resgata o clima noir da obra original com eficiência, o Piloto no entanto é apenas razoável porque falha clamorosamente ao assumir que o público já conhece os personagens de suas encarnações no cinema e com isso abre mão de desenvolvê-los. Assim, mesmo que o Vincennes de Sutherland pareça ter as mesmas caracterísiticas do personagem feito por Kevin Spacey, não convence na mesma medida como o homem dividido entre fazer o que é certo ou o que é mais fácil. Nesse panorama, duas das figuras mais interessantes e marcantes do filme são os que mais aparecem distorcidos no Piloto: o durão Bud White (Josh Hopkins, o Greysson da fraca Cougar Town) e o almofadinha Ed Exley (David Conrad).

    Com boas perspectivas à época, o Piloto de LA Confidential tinha tudo para agradar e render uma boa série, mas ao errar na tentativa de emular os bons elementos que fizeram do filme uma obra essencial na história do cinema, acabou engavetado pela HBO, que temendo os altos custos que a produção demandaria, acabou mudando seu foco para investir mais pesadamente numa outra série ‘pequena’ que começava a fazer barulho no início da década: The Sopranos.

    Nunca viu o filme? Clique aqui e assista o trailer legendado.

terça-feira, 1 de junho de 2010

'Breaking Bad', uma das melhores séries que (quase) ninguém vê

Aclamada pela crítica, ignorada por boa parte do público. A frase podia definir a premiadíssima Mad Men, mas serve também para falar de Breaking Bad, belíssima série que atualmente está em sua 3ª temporada lá fora onde é exibida pelo AMC (o mesmo de Mad Men) e que reestreia* na noite dessa terça-feira no Brasil via AXN às 21h.

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    * O Sony (que é do mesmo grupo do AXN) começou a exibir a série, mas depois infelizmente acabou tirando-a de sua programação.

    Apostando na fórmula do protagonista capaz de carregar uma série praticamente sozinho, essa produção criada por Vince Gilligan (ex-produtor de Arquivo X) nos apresenta a Walter White, um professor de química que frente uma tragédia bem particular (o diagnóstico de um câncer pulmonar terminal), resolve mudar radicalmente de postura ao abandonar a pose de cidadão ético e fiel à moral estabelecida para abraçar a oportunidade que ele julga ser a última capaz de prover sustento à sua família: tornar-se produtor de drogas usando sua expertise profissional.

    E não se engane se a premissa te parece exagerada. O atual bicampeão do Emmy na categoria melhor ator em drama, Bryan Cranston (o Hal de Malcom in the Middle), constrói seu Walter White de forma tão avassaladora, porém sem nunca esquecer de lhe conferir fragilidade, que é praticamente impossível (tal qual acontece em Dexter, por exemplo) passar incólume frente seu drama e não se pegar torcendo para que aquele cara que sai da curva da normalidade se dê bem.

    Quando a série começa, o protagonista é ‘só’ um cara de meia idade razoavelmente conformado com o sacrifício de ter que dividir-se entre as aulas na escola e as horas que passa trabalhando no caixa de um lava jato (onde por vezes ele mesmo tem que lavar/secar carros). Contudo, quando a doença surge, Walter dá vazão à raiva acumulada pela rotina miserável, e encara o que ele considera como uma grande injustiça (um câncer de pulmão sem nunca ter sequer fumado?) como um chamado para despertar e sair da linha de forma definitiva.

    Simples, porém envolvente e muito bem escrita, Breaking Bad 'brinca' com a ideia de um homem que encontra na proximidade da morte, não a justificativa para se entregar a uma depressão (que até seria compreensível, diga-se), mas sim a motivação ideal, ainda que incomum, para voltar a viver de forma intensa seu relacionamento em família, além de explorar as fronteiras que separam o cidadão comum e de bem daquele que considera na vida marginal, a chance de um recomeço com data de validade.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Estreias da Temporada 2009/2010 (Parte 3) – The Forgotten, The Good Wife, NCIS: LA, Mercy e Eastwick



Na terceira parte dessa cobertura das séries estreantes, os destaques são os dramas. Tem investigações sobre vítimas não identificadas em The Forgotten, um drama jurídico diferente em The Good Wife, spin-off com NCIS: LA, mistura de Grey’s Anatomy com Nurse Jackie em Mercy e adaptação de filme famoso em Eastwick.

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    Obs.: Todas as datas de estreia se referem à exibição nos EUA

    The Forgotten (estreou no dia 22 de setembro)

    No mundo do atualmente onipresente produtor da tv americana Jerry Bruckheimer (da franquia CSI e Without a Trace por exemplo) nada se cria, tudo se adapta. Se Cold Case mostrava um grupo policial especializado em investigações de crimes não resolvidos, The Forgotten é sobre um grupo de voluntários civis que investigam casos envolvendo vítimas não identificadas. ‘Original’, não?

    Embora todos os voluntários do grupo se envolvam naquele trabalho por alguma razão pessoal, não tem como não negar que a série força muito a barra colocando civis sem qualquer preparo para fazer investigações perigosas (a exceção é o personagem de Christian Slater que é um ex-policial). E se esse pequeno detalhe nem chega a comprometer a série totalmente, a trama e seus personagens desinteressantes apontam uma certeza quando o episódio Piloto termina: The Forgotten é só (mais) uma série bem feitinha, mas igualmente - com o perdão do trocadilho que o título permite - esquecível...

    The Good Wife (estreou no dia 22 de setembro)

    O lado bom de se ver uma série nova sem ter expectativa nenhuma, é que qualquer traço de novidade no que se vê já pode ser suficiente para ganhar seu interesse. Contudo, dizer isso de The Good Wife é ser injusto e superficial, afinal, a produção explora o mundo das séries jurídicas sob um novo prisma, mesclando o drama pessoal de sua ótima protagonista ao caso em foco.

    Contando com Julianna Margulies (a Carol de ER) no papel de Alicia Florrick, uma dedicada esposa que vê sua vida mudar radicalmente depois que um escândalo envolvendo seu marido (Chris Noth, o Mr. Big de Sex and the City) vem à tona, The Good Wife mostra o choque na vida de uma mulher que de uma hora para outra se vê não apenas obrigada a voltar a trabalhar como advogada depois de vários anos ‘aposentada’ em casa, bem como a descobrir se sua família ainda tem chance de ficar de pé. À princípio pode até parecer desisteressante, mas acredite, a série é das mais promissoras da temporada e merece os elogios que vem recebendo sobretudo pela composição equilibrada de Margulies.

    NCIS: Los Angeles (estreou no dia 22 de setembro)

    Honestamente passo bem longe de ser admirador de NCIS, a série que originou esse spin-off estrelado por Chris O’Donnell e LL Cool J, mas curioso que sou, resolvi conferir o Piloto dessa variação passada em Los Angeles. O veredicto? Embora bem produzida, NCIS: LA é, tal qual sua matriz, só mais uma série de ação repleta de exageros estéticos (a quantidade de cenas telegrafadas beira o absurdo) sem nenhuma qualidade que a faça ter algo a dizer.

    Anticlimática e previsível, a trama do Piloto nada mais é que um veículo usado para (tentar) provar que a dupla de protagonistas Sam e ‘G’ Callen (Cool J e O’Donnell respectivamente) é realmente fodona e tira de letra a missão de impedir que ameaças à segurança nacional se tornem realidade. Sendo assim, só sobra à série a capacidade de fazer rir com a personagem chamada Hatty, uma senhorinha de 1,50m que além de dar ordens e fornecer os gadgets da missão, é uma cópia idêntica da Edna de Os Incríveis. Brincadeiras à parte, a verdade é uma só: NCIS: LA fará tanto sucesso na audiência quanto a original, mas será tão dispensável quanto ela.

    Mercy (estreou no dia 23 de setembro)

    Receita para tentar emplacar uma nova série médica: pegue a fórmula de uma produção já veterana (Grey’s Anatomy), coloque os médicos como coadjuvantes, acrescente uma protagonista feminina que não por acaso seja enfermeira tal qual oa de outra série recente bem elogiada (Nurse Jackie) e pronto, você tem Mercy saindo fresquinha do forno.

    Centrada em Veronica, uma enfermeira experiente recém chegada do Iraque, Mercy nada mais é que uma cópia honesta(?) daquela mescla de casos médicos com pequenos conflitos profissionais e pessoais (leia-se romances dentro e fora do hospital). Fora isso, sua protagonista é um espelho menos complexo daquela de Nurse Jackie de quem também pega modelos para outros personagens, como por exemplo, a enfermeira novata e inexperiente (papel de Michelle Trachtenberg). Dizer que a série é pessima seria injusto, mas se aquelas que a inspiraram continuam na ativa, para que optar pela cópia?

    Eastwick (estreou no dia 23 de setembro)

    Repetindo o enredo base do filme que a originou (As Bruxas de Eastwick, produção de 1987 estrelada por Cher, Susan Sarandon, Michelle Pfeiffer e Jack Nickolson), Eastwick, dramédia sobre três mulheres que se descobrem com dons para lá de incomuns, é praticamente uma Desperate Housewives com poderes sobrenaturais.

    Divertida sobretudo graças à boa química de seu trio de lindas protagonistas (Roxie, Joanna e Kat), Eastwick no entanto tem toda pinta de ser aquele tipo de série com prazo de validade curto. Sendo assim, se você não dispensa um guilty pleasure, essa pode ser uma alternativa bem razoável dessa temporada.

sábado, 26 de setembro de 2009

Estreias da temporada 2009/2010 (Parte 2) - Cougar Town, Community, Bored to Death, Accidentally on Purpose e Modern Family



Dando continuidade à cobertura das estreias da temporada 2009/2010, falo de cinco comédias novas que chegaram à tv ao longo dos últimos dias. Tem quarentona subindo pelas paredes em Cougar Town, universitários incomuns em Community, um escritor em crise dando vida a uma fantasia em Bored to Death, uma gravidez mudando a vida de uma mulher experiente em Accidentally on Purpose e uma família moderninha cheia de tipos engraçados em... Modern Family.

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    Obs.: Todas as datas de estreia se referem à exibição nos EUA

    Cougar Town (estreou no dia 23 de setembro)

    Coitada da Courteney Cox. Será que depois de fracassar com Dirt (aquela série que buscava na polêmica o diferencial para ser sucesso), a eterna Monica de Friends não tinha alternativa melhor que não a de tentar a sorte com uma comédia tão fraca quanto essa Cougar Town? Sério. Nos vinte e poucos minutos do Piloto da série, a única sensação que ela provocou em mim foi vergolha alheia. Risos? Zero.

    Focada numa quarentona divorciada (Jules, papel de Cox), Cougar Town é um festival de equívocos, começando pelo título que na tradução literal nada mais é do que a cidade das tigrezas. Fora isso, ao optar por reduzir a personagem de Cox (que se vira como pode no papel) a uma mulher desesperada para tirar o atraso com garotões, a série torna aquela que deveria ser sua grande atração num rascunho mal feito do que poderia ser uma mulher moderna, bem sucedida, independente e engraçada.

    Além disso, vamos combinar que Jules (mãe de um adolescente apagado) não pode ter muito futuro morando num lugar onde os homens mais velhos solteiros/divorciados aparentemente tem idade mental de 12 anos e tem que conviver com amigas tão sem noção quanto ela. E não é nem que eu tivesse esperança de que a série pudesse ser boa, mas precisava ser tão ruinzinha? =/

    Community (estreou no dia 17 de setembro)

    Embora não seja assim tão engraçada quanto pretende, esta comédia centrada num grupo de universitários bastante incomum, inegavelmente tem potencial para se estabelecer como uma das boas estreias da temporada. Heterogêneo, o elenco tem no veterano Chevy Chase (o Ted Roark da 2ª temporada de Chuck) seu grande nome, mas quem aparece com destaque nos dois primeiros episódios é mesmo John McHale (mais conhecido como apresentador do programa de The Soup do E!). É dele o papel do protagonista Jeff, um advogado que após perder o registro volta para faculdade disposto a todo tipo de armação e malandragem para obter vantagens na missão de se conseguir um diploma. Tá longe de ser ótima, mas sem dúvida merece mais chances.

    Bored to Death (estreou no dia 20 de setembro)

    Se o título da série já é uma dica... Bom, nessa nova comédia produzida pela HBO e estrelada por Jason Schwartzman, sobram boas intenções, mas falta o mais essencial: a capacidade de fazer rir. Centrada num escritor em crise de inspiração que resolve sair da rotina dando uma de detetive particular, Bored to Death tem personagens até interessantes na figuras do protagonista loser, seu não menos fracassado amigo autor de HQs (Zach Galifianakis de “Se Beber não Case”) e seu editor alcóolatra (Ted Denson) com queda por maconha, mas com tramas de investigação pouco criativas e arrastadas demais, não tem jeito, quando o Piloto termina só uma sensação fica: tédio.

    Accidentally on Purpose (estreou em 21 de setembro)

    Bem diferente de sua personagem na finada Dharma & Greg, Jenna Elfman ressurge à vontade e divertida como Billie, uma crítica de cinema que após o fim de um relacionamento, vê sua vida mudar radicalmente após uma noitada animada que termina em gravidez inesperada e em envolvimento com um homem bem mais jovem que ela. Não há nada incrivelmente novo em Accidentally on Purpose, que exagera um pouco naqueles risos falsos de cena, mas que tem bons diálogos e um mote que promete render situações engraçadas, essa comédia é outra que vai ganhar minha atenção por pelo menos mais alguns episódios. E tudo graças a Elfman.

    Modern Family (estreou em 23 de setembro)

    Não sei se foi culpa da baixa expectativa, mas fato é que dentre todas as novas comédias, Modern Family foi disparada a que mais me agradou até aqui. Feita em estilo mockumentary (uma marca registrada de The Office), a série explora com ótimas e divertidíssimas sacadas, o choque de diferenças que une três núcleos de uma mesma família.

    Nesse cenário, Ed O’Neil (o eterno Al Bundy de Married with Children) surge como Jay, um sujeito de pouco humor, mas que não menos engraçado, encara seus preconceitos e os dilemas frutos de um casamento com uma mulher bem mais jovem e seu filho pré-adolescente.

    A essa mistura, soma-se também as famílias do casal de filhos de Jay, Claire e Mitchell. A de Claire (que é feita por Julie Bowen, a Sarah de Lost), segue um formato mais tradicional, e mostra a neurose de uma mãe de três filhos casada com Phil, um pai atrapalhado e tão sem noção quanto o Michael Scott de The Office. Já a de Mitchell (que tal qual seu pai é divertidamente pouco paciente), é formada por seu bonachão e divertido companheiro Cameron e por uma recém adotada bebêzinha vietnamita.

    Não sei se Modern Family conseguirá manter o mesmo gás desse início ao longo dos próximos episódios, mas se repetir as várias situações engraçadas desse Piloto (a cena do avião é ótima), tem tudo para ganhar um fã por toda temporada.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Estreias da temporada 2009/2010 (Parte 1) – Glee, The Beautiful Life (TBL) e The Vampire Diaries

ATENÇÃO: Esse post contém comentários de séries ainda inéditas no Brasil até essa data.



A quatindade de séries novas que chegam na recém iniciada temporada é enorme (até março de 2010 cerca de 30 chegam à tv). Novatas dessa leva, Melrose Place e FlashForward já ganharam minha atenção aqui e aqui respectivamente, mas como será humanamente impossível dedicar posts maiores a todas elas, farei uma coisa um pouquinho diferente aqui para cobrir essas estreias. Sendo assim, a partir de hoje surgirão posts como esse: curtos(?)e objetivos nas primeiras impressões que as mais diversas produções que surgem deixam.

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    A cerca de dez dias atrás, eu disse no twitter que Glee era uma série fraquíssima. Não retiro totalmente o que disse, porém faço uma ressalva: a série misto de dramédia com musical tem sim algumas (poucas) qualidades, mas, no contexto geral definitivamente não é uma produção que me atraia e que eu vá acompanhar.

    Criada por Ryan Murphy (Nip/Tuck), Glee teve seu episódio Piloto exibido ainda em maio desse ano nos EUA, logo após a final da 8ª temporada de American Idol, no que – justiça seja feita -, foi uma jogada inteligente da Fox americanaà época.

    Tendo estreado oficialmente no dia 9 de setembro, a série resgata o humor ácido e o tom de crítica social tão peculiar de Murphy, mas infelizmente não convence com uma trama rasteira concentrada nos esforços de um professor que pretende reerguer o coral da escola (o Glee Club) composto por um grupo bastante heterogêneo.

    Na essência, o que realmente falta à série além de carisma para seus personagens, é foco na história que se quer contar. Assim, se a trama é concentrada no coral, qual a lógica de se inserir (ainda no terceiro episódio) uma subtrama na qual o professor resolve praticamente largar seus pupilos à própria sorte e tentar alguma coisa como líder de um grupo de cantores à capela (Os Acafellas)?

    Críticas à parte, sei que a série já tem muitos fãs e não será surpresa se ao fim da temporada ela alcançar o status de ser uma das grandes estreias. Contudo, o que é apreciado por uns, não necessariamente o é por outros, e assim, despeço-me de Glee desejando boa diversão para quem for acompanhá-la.

    Obs.: Embora boa parte dos números musicais conte com as vozes dos próprios atores (alguns inclusive oriundos da Broadway), não adianta nada fazer montagens elaboradas, mas que deixam a clara impressão de dublagem.

    Tendo como um de seus criadores e produtores o dublê de galã e marido de Demi Moore, Ashton Kutcher, The Beautiful Life (que estreou no dia 16 de setembro) segue a sina da maioria das séries da CW: razoavelmente badaladas antes da estreia, pequenos fracassos depois dela.

    Centrada em Nova York onde explora o concorrido universo de modelos profissionais, TBL mostra (ou tenta mostrar), que num mundinho de fachada tão glamourizada como aquele, quem não sabe se impor sofre com a insegurança e com as pressões naturais que cobram um preço alto tanto para quem busca espaço quanto para quem já o teve.

    Nesse ambiente, dentre agentes manipuladores e modelos dispostos a pagar qualquer preço pelo sucesso (pelo menos cinco aparecem em destaque), a grande protagonista é Sonja Stone. Interpretada por Mischa ‘Marissa’ Barton, Sonja é uma modelo já veterana com toda pinta de problemática em busca de uma carreira que já parece esvaziada.

    Recheada de gente bonita, TBL é essencialmente direcionada ao público jovem e que naturalmente se interessa em conhecer os bastidores de um mundo visualmente atraente, porém repleto de intrigas e mentiras, o que me faz lembrar de outra série com temática parecida também da CW: Gossip Girl. De quem aliás, dá para dizer que TBL seja uma espécie de prima mais velha, porém não menos superficial e descartável.

    Inspirada por uma série de livros nascida em 1991, The Vampire Diaries, nova produção da CW, inegavelmente deve sua chegada à tv ao sucesso (de público) da série de filmes Crepúsculo e à True Blood da HBO, ambas, também originadas a partir de livros centrados no universo vampirístico.

    Se não chega a ser tão equivocada quanto Crepúsculo, tampouco pode se esperar dessa adaptação a cargo de Kevin Williamson (Dawson’s Creek), a complexidade explorada por True Blood por exemplo. Assim, o que sobra dela no fim é apenas mais uma série teen sem qualquer novidade que não a de ter dois irmãos vampiros (em rixa milenar) brigando pelo amor de uma mesma garota.

    Dito isso, há um problema sério e decisivo na série: seu trio de protagonistas é desinteressante e apagados demais. Dessa forma, nem Elena, a mocinha fragilizada, nem os irmão vampiros Stefan (o bonzinho) e Damon (o ‘vilão’ feito por Ian Somerhalder, o Boone de Lost) parecem ter a força suficiente para manter o apelo que a trama pretende ter.

    O veredicto final portanto é esse: embora use artifícios absurdos para, por exemplo, explicar porque seus vampiros podem andar tranquilamente em plena luz do dia (basta – pasmem - usar um anel específico), The Vampire Diaries não chega a ser uma imensa bomba, o que não significa dizer que eu vá acompanhá-la, afinal, com tanta produção melhor, não há tempo a se perder com mais uma série teen igual a outras tantas que já passaram pela tv.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

FlashForward – Ep. 1x01 “Piloto – No More Good Days”



Um livro respeitado por trás, comparações e hype antecipado. O que geralmente pode ser a receita de fracasso para qualquer produção que crie expectativas demais, acabou jogando a favor de FlashForward, nova produção da ABC que estreia oficialmente no próximo dia 24 de setembro nos EUA, e cujo ótimo episódio Piloto aparece desde já como aquele a ser batido nessa temporada.

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    A trama – a humanidade tem flashes do futuro depois que um apagão de 2 minutos e 17 segundos tira suas consciências de forma simultânea e momentânea – todos já conheciam, mas duas perguntas fundamentais permaneciam no ar: será que a narrativa seria suficientemente interessante e instigante? E os personagens, teriam força para nos conectar à uma história sustentada basicamente por suspense, muito mistério e, claro, drama? Julgando pelo Piloto a resposta para ambas é um animador sim.

    Contando com uma boa sequência de ação (a perseguição de carro que termina no apagão que logo em seguida revela o imenso caos) e uma direção equilibrada e segura de David Goyer (que co-escreveu o roteiro ao lado de Brannon Braga, também criador da série), esse episódio Piloto é impecável em praticamente todos os aspetos técnicos e criativos.

    Objetiva, a introdução dos elementos que compõem o universo da série é feita de forma eficiente, já que consegue tanto nos dar nuances de quem são aqueles personagens (com destaque para o casal Mark e Olivia Benford) quanto criar a ambientação perfeita que acolherá o grande mistério de escala global que a trama irá explorar.

    Repleto de referências à Lost (vide o outdoor da Oceanic aparecendo), série que inegavelmente serviu de inpiração pelo menos no que tange à estrutura narrativa, o que esse episódio de FlashForward faz além de mostrar os primeiros desdobramentos provocados pelo fenômeno (caos, medo e dúvida generalizada), é apontar os possíveis caminhos que serão percorridos ao longo dessa temporada de estreia.

    E é assim, de forma muito promissora que FlashForward começa sua caminhada na tv apresentando uma trama ambiciosa, mas que na essência pretende - através de seus diversos e bons personagens - explorar ‘apenas’ uma única questão fundamental: se você tivesse a chance de enxergar o seu futuro, iria fazer de tudo para evitá-lo ou para que ele se tornasse realidade?

    Outras observações:
    - Julgando por suas reações, fica a impressão de que as crianças (Nicole e depois o garoto atendido por Olivia no hospital) tiveram flashes mais claros do que os dos adultos. Assim, será que eles tem mais consciência de tudo ainda que não entendam as consequências daquilo?
    - Um canguru solto pelas ruas de Los Angeles? Um urso polar numa ilha tropical? Mera coinscidência ou outra boa referência ao Piloto de Lost.
    - Curioso que Mark (Joseph Fiennes) e outros personagens tenham dito que seus flashs passavam muito mais a sensação de serem memórias do que sonhos de um futuro, o que me leva a uma teoria preliminar.
    - E se o que todos viram foi na verdade o espelho para o futuro de um universo alternativo? Algo como ver acontecimentos diferentes baseados em ações não tomadas ou vividas antes. Afinal, como explicar que Aaron (o padrinho de Mark no AA) tenha visto algo que não poderia ocorrer dali a seis meses (sua filha viva)?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Melrose Place – Episódio Piloto

Comentário de episódio exibido no dia 8 de setembro nos EUA

Na tentativa de reforçar sua ambiciosa campanha “Tv to Talk About”, o canal americano CW estreou essa semana a releitura/continuação de Melrose Place, série que fez muito sucesso na década de 90 e era um spin-off de Beverly Hills 90210, produção que também já havia sido 'reinventada' com 90210 em 2008.

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    Centrada num grupo de moradores de um condomínio de West Hollywood, Melrose Place vende a ideia de explorar as dúvidas e dilemas de jovens em busca de afirmação pessoal e profissional. À princípio um mote interessante sobretudo pela promessa de romper com a temática extritamente teen, a nova versão de MP no entanto se revela um grande equívoco sustentado por uma narrativa preguiçosa (e nada criativa) recheada de personagens desinteressantes.

    Apresentando os jovens moradores de forma apressada e superficial, o Piloto gira em torno do misterioso assassinato de Sydney Andrews (Laura Leighton), complicada personagem da série original, que ressurge como dona do condomínio e tem relação próxima e conflituosa com alguns de seus moradores, incluindo aí a aparentemente fútil Elle, o chef Auggie (sujeito boa pinta com passado obscuro), Violet (garota com quem tem uma forte ligação) além do rebelde sem causa, David, filho do Dr. Michael Mancini (Thomas Calabro), outro personagem da primeira versão de MP que também reaparece.

    E se o ‘mistério’ inicial já soa pouco atraente logo de cara por conta da tentativa rasteira e até certo ponto óbvia de criar implicações para pelo menos três personagens (Elle, Auggie e Violet, que inclusive guarda uma relação próxima com a vítima), as demais subtramas tampouco ajudam a salvar o barco de um naufrágio iminente.

    Nesse contexto, tanto o romance do casal Jonah e Riley (absurdamente esvaziado na contraditória motivação do ‘sim’ dela ao pedido de casamento feito por ele), quanto a construção do dilema da aspirante a médica, Lauren Yung, ou a solução de Elle para afogar as mágoas (se pegar com outra mulher), se perdem num emaranhado de situações exageradamente clichês e nada envolventes.

    Tv to Talk About”, dona CW? Se depender de Melrose Place, só se for para falar mal.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

The Cleveland Show: Um spin-off tão bom quanto o original

Embora seja fã de Family Guy (Uma Família da Pesada), confesso que nunca acompanhei a animação com a regularidade que ela merece, pecado que pretendo corrigir com The Cleveland Show, spin-off da série animada criada por Seth MacFarlane e que emula os elementos que fizeram o sucesso da original de um jeito não menos criativo e engraçado.

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    A estreia oficial só ocorrerá no dia 27 de setembro na Fox americana, mas como hoje em dia quase nada escapa de ‘vazamentos’ na internet, já conferi e ri muito com o Piloto da nova animação protagonizada por Cleveland Brown, personagem que em Family Guy era vizinho e amigo do bonachão sem noção Peter Griffin. A trama, como não podia deixar de ser, é bem simples: de volta à sua cidade natal ao lado do filho adolescente, Cleveland reencontra um antigo amor da juventude ao mesmo tempo em que conhece novos e curiosos vizinhos que incluem até um urso antropomorfizado a exemplo do que ocorre com o cachorro Brian em Family Guy.

    O resultado dessa nova mistura? Mais uma animação com personagens carismáticos (os dois filhos rebeldes de Donna, nova esposa de Cleveland são ótimos) e que não abre mão de fazer piadas politicamente incorretas envolvendo sexo e sobretudo racismo, já que não dá para ignorar o fato dessa ser (se não me engano) a primeira animação na qual os personagens principais são negros.

    Obviamente ainda é prematuro dizer se The Cleveland Show terá o mesmo sucesso e reconhecimento que Family Guy tem, mas considerando que a Fox já confirmou antecipadamente a produção de 35 episódios divididos em 2 temporadas (22 na 1ª e mais 13 para a 2ª) além do fato do Piloto ser realmente muito engraçado, me arrisco a dizer que temos aqui mais uma excelente animação com potencial de ser tão boa quanto aquela que a originou.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Nurse Jackie – Comentários do Ep. Piloto

Comentário de série inédita no Brasil

Começa hoje à noite nos EUA Nurse Jackie, a série que marca o retorno de Edie Falco à tv depois do fim de The Sopranos. À primeira vista, a série pode parecer uma tentativa do Showtime (o mesmo canal responsável por Dexter, Californication e etc) em criar um House de saias. Porém, bastam poucos minutos do Piloto e fica evidente que, embora se passe num hospital e conte com uma protagonista tão singular como o Dr. House, não são os casos médicos que movimentam a história, mas sim os conflitos e dilemas que acontecem na cabeça da protagonista.

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    Criada com um brilhantismo que já lhe é peculiar, desde os tempos em que fazia a cativante Carmela, Edie Falco constrói em Jackie uma personagem real e assustadoramente humana com todas as suas qualidades e defeitos. Contando com um texto apurado e nada trivial (“Me faça ser uma boa pessoa, Deus, mas não por enquanto” é desde já uma das melhores frases do ano na tv), a Jackie de Falco cativa e provoca uma estranha simpatia, mesmo quando age de forma moralmente contestável, o que inclusive estabelece paralelos curiosos com outros personagens do canal como Dexter, Hank Moody e Nancy Botwin.

    Caso raro nas produções de tv hoje em dia, Nurse Jackie tem como grande mérito não só sua capacidade de nos envolver desde o primeiro minuto, mas sobretudo a de usar elementos já batidos e que em mãos menos talentosas resultariam apenas em mais do mesmo, para criar algo genuinamente novo e atraente. E assim, pegando carona na sugestão feita pelo USA Today para combater o marasmo que geralmente toma conta desse período do ano nas produções da tv, a receita que seguirei é simples: acompanhar uma ótima atriz num excelente papel ao longo das próximas 12 semanas.

    E aí, já viu o episódio Piloto? O que achou da série?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Mental – Comentários do Ep. Piloto

Texto com informações de série ainda inédita no Brasil

Indo direto ao ponto, a verdade é a seguinte: como série médica sobre psiquiatria e afins, Mental está muito longe de ser uma In Treatment (e duvido muito que seus criadores tivessem essa pretensão), mas como cópia de House que é, funciona e diverte no que se propõe e ‘só’ isso já vale para mim. Será que para você também?

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    Imagine a cena. Você é um profissional de boa reputação chegando para seu 1º dia no novo trabalho. Ninguém (tirando sua chefe) te conhece pessoalmente, mas quando surge uma inesperada situação que requer resposta imediata, você age de forma absurdamente bizarra, se expõe na frente de todos e controla a crise. É exatamente isso que acontece no início de Mental, nova série médica da Fox gravada inteiramente na Colombia e que estreou essa semana nos EUA. O profissional em questão? Um médico psiquiatra com métodos nada ortodoxos de tratamento. Lembrar do Dr. House aqui é inevitável, mas há uma sutil e importante diferença: ao contrário do personagem de Hugh Laurie, o Dr. Jack Gallagher (Chris Vance, o Whistler de Prison Break) não tem nada de misantropo, uma estratégia que creio eu, tenha sido escolhida para (tentar) fugir das comparações mais óbvias ainda que esso seja uma missão impossível.


    Jack Gallagher (à esquerda) apresenta seu método

    Particularmente, confesso que tinha uma expectativa muito baixa com relação à série desde a primeira vez que falei dela aqui no Dude ainda em meados de 2008. Na essência, Mental é mesmo uma cópia carbono que repete a fórmula de House com o já mencionado médico de métodos excêntricos que usa outros médicos para investigar a vida do paciente (incluindo visitas à sua casa) e que tem uma chefe (Annabella Sciorra) que acredita no seu controverso trabalho, mas precisa contornar objeções de outros membros da instituição frente os procedimentos fora do padrão de seu funcionário. O único elemento que falta na fórmula copiada em Mental é um braço direito a la Wilson, o que é compreensível uma vez que ao fugir do padrão anti social de House, Gallagher não precisa estabelecer um ponto de equilíbrio para sua aparente insanidade.

    E se não tem Wilson, Mental tem a Dra.Veronica Hayden Jones (Jackline Mackenzie, a Diana Skouris de The 4400), uma psiquiatra apegada às regras e adepta do tratamento convencional que logo entra num pequeno conflito com Jack Gallagher, que por acaso é seu novo chefe no departamento de psiquiatria do Hospital Wharton Memorial. Gallagher por sua vez, é o tipo de sujeito não tem o menor receio em peitar seus conservadores colegas argumentando que “eles não tratam só as doenças, mas sim as pessoas.” E é assim, com pequenas frases de efeito (ou defeito, dependendo do seu gosto) que Gallagher toma conta da ação não se esquivando de confrontamentos ou de respostas rápidas.

    Em sua temporada de estreia com 13 episódios, Mental irremediavelmente vai sofrer com as críticas de que mesmo fugindo das convenções, nenhum tratamento psiquiátrico pode dar resultados tão rápidos como os que serão vistos na série. Por outro lado, insistir nesse tipo de crítica é besteira pois se fôssemos cobrar verossimelhança de todas as séries, ninguém deveria assistir CSI, Criminal Minds, The Mentalist e trocentas outras produções que utilizam deste mesmo artifício. Mental não traz nada novo, mas como disse no início do texto, diverte, e isso para mim é mais que suficiente mesmo com todos os seus exageros.

    Outras observações:

    - Curiosa a dica dada no final desse ep. Piloto apontando para a ideia de que o competente e aparentemente bem resolvido Dr. Jack, na verdade tem um drama forte em sua vida pessoal envolvendo a (ex?) esposa. Vai ver que é até por isso que antes ele passou um tempo trabalhando na Somália como membro dos Médicos Sem Fronteiras.
    - É exatamente esse ponto que pode indicar uma coisa diferente no mar de inevitáveis comparações que a série terá com House: nada de possível clima de romance entre o protagonista e sua chefe.
    - Ninguém precisa ser gênio para sacar que os maiores conflitos surgirão na relação de Jack com o formalista Dr. Carl Belle (Derek Webster, ator com participação em diversas séries), certo?
    - A trama se passa em Los Angeles, mas a julgar pelo Piloto, vai ser impossível não enxergar latinos em todas as cenas externas, o que não é necessariamente ruim, mas nos desconecta da história em determinados momentos.
    - E vem cá, será que o Silas Weir Mitchell (o da direita na foto acima) não consegue aparecer como um personagem que não tenha problemas psiquiátricos? Lembra dele como o Haywire de Prison Break? Pois é.


Mental estreia (dublada) no dia 3 de junho às 22h na Fox do Brasil.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Caprica – Piloto 1x00

Comentário de produção inédita até mesmo nos EUA



Cinquenta e oito anos antes de hecatombes nucleares, perseguições e batalhas pelo espaço nos confins do universo, houve um tempo em que Caprica era ‘só’ um planeta habitado por homens cheios de conflitos éticos, morais, filosóficos e religiosos. Mergulhada numa espiral irreversível, que através do avanço contínuo da tecnologia definiria seu destino para sempre, Caprica é o berço do que vimos na recém encerrada Battlestar Galactica e, a julgar pelo piloto, vem aí uma baita série.

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    Antes de qualquer coisa, não se engane achando que Caprica seguirá a mesma linha de BSG. Tanto no conceito quanto na execução, as diferenças são gritantes. A começar pela narrativa mais condensada e por uma fotografia marcadamente distinta. Além disso, aqui não há cenas de ação cheias de adrenalina, tomadas espaciais repletas de efeitos visuais bacanas ou vários momentos de arrancar o fraking fôlego. A força de Caprica concentra-se em outro terreno: o de explorar os dilemas morais de quem tem acesso/capacidade de recriar a vida (ou continuá-la incessantemente) frente os que acreditam que as fronteiras da tecnologia já ultrapassaram qualquer barreira do aceitável moralmente.


    Daniel Greystone e Joseph Adama

    Nesse cenário, dois personagens que se unem na dor da perda de suas filhas, assumem papéis antagônicos: Daniel Greystone (Eric Stoltz) e Joseph Adama (Esai Morales). O primeiro é um cientista renomado com acesso a tecnologias de ponta que, após um breve período de sofrimento, vê numa criação de sua falecida filha Zoe a oportunidade de trazê-la de volta à vida, enquanto o segundo, temendo o desconhecido ou apegado à lei da vida, se recusa a aceitar a ideia de poder ter a filha de volta daquele jeito.

    Obviamente, há muito mais elementos subjetivos por trás dos conflitos que se desenvolvem a partir daí, mas para entender efetivamente as motivações destes personagens o melhor a se fazer é conferir como se estabelece a dinâmica relação dos dois com as mais altas rodas de poder de Caprica. Ambos à sua maneira e em escalas distintas, acabam se revelando como peças-chave no surgimento da inteligência artificial, que mais tarde se transformaria nos rôbos cylons que declarariam guerra aos homens.

    Fora esse aspecto, vale mencionar que o piloto de Caprica dá sinais de que a série vá expandir ainda mais e de uma forma mais efusiva a discussão sobre divindades que permeou boa parte de BSG. E nisso a personagem de Polly Walker (a Atia de Roma) dá mostras que tem tudo para se tornar marcante.


    Ah, e se você está aí se perguntando se é fundamental ter visto BSG para poder curtir Caprica, digo que não, mas faço uma ressalva honesta: quem viu a produção que a originou, tende a se divertir muito mais com o que a história traz e o motivo é bem simples, por se tratar de uma produção de origens, o curioso jogo de buscar referências e fazer associações com tudo o que BSG mostrou será prazerosamente inevitável e que o digam as aparições do jovem William Adama, e claro, do primeiro modelo de centurião cylon.

    O piloto de Caprica será lançado em DVD no dia 21 de abril nos EUA e deve ser exibido no canal Sci Fi americano (ou SyFy como passará a se chamar) no início do 2º semestre deste ano.