Cinquenta e oito anos antes de hecatombes nucleares, perseguições e batalhas pelo espaço nos confins do universo, houve um tempo em que Caprica era ‘só’ um planeta habitado por homens cheios de conflitos éticos, morais, filosóficos e religiosos. Mergulhada numa espiral irreversível, que através do avanço contínuo da tecnologia definiria seu destino para sempre, Caprica é o berço do que vimos na recém encerrada Battlestar Galactica e, a julgar pelo piloto, vem aí uma baita série.
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Antes de qualquer coisa, não se engane achando que Caprica seguirá a mesma linha de BSG. Tanto no conceito quanto na execução, as diferenças são gritantes. A começar pela narrativa mais condensada e por uma fotografia marcadamente distinta. Além disso, aqui não há cenas de ação cheias de adrenalina, tomadas espaciais repletas de efeitos visuais bacanas ou vários momentos de arrancar o fraking fôlego. A força de Caprica concentra-se em outro terreno: o de explorar os dilemas morais de quem tem acesso/capacidade de recriar a vida (ou continuá-la incessantemente) frente os que acreditam que as fronteiras da tecnologia já ultrapassaram qualquer barreira do aceitável moralmente.
Nesse cenário, dois personagens que se unem na dor da perda de suas filhas, assumem papéis antagônicos: Daniel Greystone (Eric Stoltz) e Joseph Adama (Esai Morales). O primeiro é um cientista renomado com acesso a tecnologias de ponta que, após um breve período de sofrimento, vê numa criação de sua falecida filha Zoe a oportunidade de trazê-la de volta à vida, enquanto o segundo, temendo o desconhecido ou apegado à lei da vida, se recusa a aceitar a ideia de poder ter a filha de volta daquele jeito.
Obviamente, há muito mais elementos subjetivos por trás dos conflitos que se desenvolvem a partir daí, mas para entender efetivamente as motivações destes personagens o melhor a se fazer é conferir como se estabelece a dinâmica relação dos dois com as mais altas rodas de poder de Caprica. Ambos à sua maneira e em escalas distintas, acabam se revelando como peças-chave no surgimento da inteligência artificial, que mais tarde se transformaria nos rôbos cylons que declarariam guerra aos homens.
Fora esse aspecto, vale mencionar que o piloto de Caprica dá sinais de que a série vá expandir ainda mais e de uma forma mais efusiva a discussão sobre divindades que permeou boa parte de BSG. E nisso a personagem de Polly Walker (a Atia de Roma) dá mostras que tem tudo para se tornar marcante.
Ah, e se você está aí se perguntando se é fundamental ter visto BSG para poder curtir Caprica, digo que não, mas faço uma ressalva honesta: quem viu a produção que a originou, tende a se divertir muito mais com o que a história traz e o motivo é bem simples, por se tratar de uma produção de origens, o curioso jogo de buscar referências e fazer associações com tudo o que BSG mostrou será prazerosamente inevitável e que o digam as aparições do jovem William Adama, e claro, do primeiro modelo de centurião cylon.
O piloto de Caprica será lançado em DVD no dia 21 de abril nos EUA e deve ser exibido no canal Sci Fi americano (ou SyFy como passará a se chamar) no início do 2º semestre deste ano.
A série é muito boa mesmo. Segue a qualidade de Battlestar Galactica. Criei uma comunidade no orkut para quem estiver interessado na série: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=85156609
ResponderExcluirFalow.
MEU COMENTÁRIO PODE TER SPOILER
ResponderExcluirSó ontem vi o piloto e corri para cá,para ver seus comentarios.No começo fiquei muito saudosa de BSG e naum tava gostanto,não tinha starback,lee,nem alirante...ai com o passar do episodio vi que a série é bacana,gosto muito dos atores principais e achei muito bom ver os primeiros cylons,suas origens.Fiquei meio confusa,mas pelo seu coment minhas ideias clarearam veja se é isso: O "programa Zoe" vai originar os cylons-centuriões que vão se rebelar,não tem nada a ver com aqueles cylons humanoides que foram uma criação dos 5 finais?Então é isso.
Falta os três últimos episódios pra eu terminar de ver Batllestar Galactica e começar Caprica :)
ResponderExcluirEstava pensando em começar a assistir, mas pensei justamente nessa questao de referências e ligações que quem assistiu Battlestar Galactica pode fazer, e pra mim isso é sensacional!
ResponderExcluirComo nao assiti BSG, acho q não vou comecar Caprica!
Muito bom o post!
Abraços!