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1. Um mundo novo intrigante e contemplativo
A criação do mundo de Caprica e de sua cultura é simplesmente soberba. Somos apresentados a uma cultura onde o paganismo é natural e a moral sexual extremamente liberal, mas onde imigrantes ainda sofrem discriminação e os monoteístas são exceção. Diferente da maioria das séries sci fi, onde a construção do mundo que se mostra é geralmente “igual a tudo que conhecemos, mas com tecnologia superior”, Caprica nos desafia a imaginar uma sociedade radicalmente diferente da nossa. Além disso, o conceito visual da cidade é de tirar o fôlego. A tecnologia com quê futurista também nào passa em branco.
2. Uma história que mostra o nascimento da Inteligência Artificial e que parece original
Muitas das histórias de ficção científica contemporâneas, da franquia O Exterminador do Futuro a Star Trek: The Next Generation, lida com o que acontece quando finalmente criamos a Inteligência Artificial (IA). Será que ela vai se levantar e nos destuir como a Skynet or vai tentar se encaixar na sociedade humana como Data? Já vimos vários exemplos de criações com IA vingativos, mas uma zelosa adolescente religiosa presa no corpo de uma máquina de matar criada por seu rico e milionário pai? O início da série não só é original, como também apresenta um monte de questões emocionais e éticas.
3. A família Adama
Raramente uma família foi tão interessante na ficção científica como a dos Adamas parece ser em Caprica. Preso entre duas culturas e equilibrando-se numa linha entre criminalidade e respeitabilidade, Joseph Adama é um personagem que tem problemas que quero conhecer. Além disso, seu irmão Sam, um pequeno gangster com coração de ouro, é outro cara que merece ser visto de perto. Aliás, essa ideia de ver mafiosos em outro planeta me ganhou.
4. Ótimas atuações
Com Essai Morales e Eric Stolz como os protagonistas Joseph Adama e Daniel Graystone, não preciso dizer que as atuações nessa série serão ótimas. (BSG também tinha isso, portanto Caprica mantém a qualidade desse aspecto da franquia.) Sasha Roiz como Sam Adama já surge muito bem, assim como Magda Apanowicz como a amiga de Zoe Graystone, Lacy. Alessandra Torresani é provavelmente o elo mais fraco como Zoe, mas é inegável que pode evoluir. Dado que essa série trata de dramas pessoais bem como de uma narrativa sci fi épica, é crucial que os personagens principais sejam capazes de mostrar emoções sutis e conflitos – e vamos combinar, que pelo início fizeram exatamente isso. No Piloto, Stolz faz um ótimo trabalho personificando um cara que é incrivelmente manipulador ainda que seja também sincero no que faz.
5. Drama que depende de elementos da trama sci fi, mas que não são completamente focados neles.
Já falei que o drama é um dos pontos fortes dessa série. Uma das coisas que já faz de Caprica uma das melhores da temporada, é o fato de que ela consegue explorar drama do tipo que esperaríamos ver em The Wire, ao mesmo tempo em que não perde a noção de que seu arco narrativo é centrado em coisas basicamente ligadas à ficção científica. Essa é uma série sobre como duas novas tecnologias – o holoband e os cylons – se unem para criar a inteligência artificial. E muitos dos dramas humanos trata dessa tecnologia também. Em outras palavras, isso é ficção alimentada por drama e ciência, o que é uma coisa rara e incrível.
Não dá para dizer onde essa série vai parar, mas considerando essas razões, penso que vale muito à pena acompanhar cada episódio.