Mostrando postagens com marcador Festival do Rio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Festival do Rio. Mostrar todas as postagens

sábado, 8 de outubro de 2011

Contágio (Contagion)

Assustadoramente claustrofóbico. Contágio, novo filme de Steven Soderbergh (Traffic, Che) é, em sua essência, um thriller internacional, mas não estranhe se durante a projeção você se flagrar tenso e com a sensação de estar vendo um filme de terror, porque em muitos níveis é exatamente isso que a produção é. Contando com um grande elenco recheado de nomes famosos (Gwyneth Paltrow, Matt Damon, Kate Winslet, Marion Cotillard, Jude Law, Laurence Fishburne, Bryan Cranston, John Hawkes e etc), o filme narra os 130 e poucos dias subsequentes ao surgimento de um novo vírus altamente contagioso que espalhando-se rapidamente pelo mundo provoca a morte de milhões de pessoas, enquanto o CDC e a OMS buscam, através de pesquisas apressadas e ações em campo de seus agentes (personagens de Kate Winslet e Marion Cotillard), não só identificar a origem da nova doença, mas sobretudo uma alternativa de cura/vacina.

Escrito por Scott Z. Burns (O Ultimato Bourne e O Desinformante), Contágio desenvolve sua narrativa num ritmo de constante de urgência, explorando, numa escala global (a ação ocorre nos EUA, Inglaterra, China, Japão...), todo o pânico, alarmismo e desespero que vai tomando conta da população nos grandes centros em meio a um mar de informações desencontradas e teorias da conspiração fomentadas por um blogueiro (Jude Law). Dessa forma, ao centrar sua história num inimigo invisível do qual todos os personagens falam e construir um retrato coerente e absolutamente plausível do caos, não demora muito para que filme, tal qual seu protagonista (a doença, claro), estabeleça o reflexo de uma situação que de fato poderia ocorrer (vide a recente pandemia de Gripe A) transmitindo assim todo o pavor e o choque que um quadro dessa gravidade poderia impor, o que, por tabela, faz com que a produção acabe se tornando muito mais aterrorizante que qualquer outra efetivamente ligada ao gênero.


Eficaz na execução e com uma estrutura que amarra suas várias ações de forma eficiente, Contágio só escorrega levemente no desenvolvimento de seus personagens que, como coadjuvantes reativos da história, acabam apresentados aos montes e de forma apressada sem que nos identifiquemos claramente com suas motivações (algo que fica claro, por exemplo, a partir da figura do blogueiro feito por Jude Law). Isso, contudo, não afeta o resultado final do filme que ao fugir da armadilha fácil de tentar criar um grande herói que surge para salvar o mundo da epidemia no último arco, humaniza as relações apresentadas durante a trama de forma coerente quer seja pelo pai (personagem de Matt Damon) - que faz de tudo para proteger a filha adolescente depois de perder a esposa (Gwyneth Paltrow) e o filho mais novo - ou pelo diretor do CDC (personagem de Fishburn) dividido pelo conflito ético e moral de usar ou não o benefício que a posição lhe dá frente a imunização então iminente.

Contágio faz parte da programação do Festival do Rio 2011 e estreia no circuito comercial no dia 28/10.

sábado, 1 de outubro de 2011

Drive, a Grande Surpresa do Ano no Cinema

Eternizado por Clint Eastwood na excelente trilogia dos dólares de Sergio Leone, a figura do protagonista que não tem nome e que com poucas palavras se revela um anti-herói de moral dúbia, ressurge com uma roupagem contemporânea em Drive, belo filme estrelado por Ryan Gosling (Diário de uma Paixão) sob o comando do dinamarquês Nicolas Winding Refn (Bronson), vencedor do prêmio de direção no festival de Cannes deste ano. Inspirado no livro homônimo do americano James Sallis, o filme narra a história de um homem que trabalha como dublê em Hollywood e que nas horas vagas, graças a seu exímio talento ao volante, faz bico como motorista para criminosos em fuga. Esse fiapo de argumento, contudo, ganha novas e interessantes camadas a partir do momento em que o motorista (Gosling) se envolve com a vizinha Irene (Carey Mulligan de Educação) e ao tentar ajudar o marido desta recém saído da prisão, descobre-se, depois de um roubo mal sucedido, sob a mira de mafiosos locais.

Num elenco cheio de nomes famosos do cinema (Albert Brookes de Taxi Driver) e, principalmente, da tv (Bryan Cranston de Breaking Bad fazendo o 'mentor/empresário' do motorista, Ron Perlman de Sons of Anarchy e Christina Hendricks de Mad Men), é mesmo Ryan Gosling que literalmente rouba a cena no filme. Em atuação minimalista e marcante em diferentes situações - repare, por exemplo, na forma como o motorista flerta de forma tímida com Irene (Mulligan) ou depois quando reage de forma selvagem em duas cenas, no quarto de um hotel e no elevador, dignas do protagonista de Dexter -, o ator confere personalidade e uma certa aura de mistério ao homem que, econômico nas palavras e extremamente frio, jamais deixa dúvidas sobre seu talento singular (o de dirigir, claro) ou sobre a natureza de suas intenções e motivações.
Em muitos aspectos, Drive é um filme reminiscente das décadas de 80 e 90, aquelas em que os thrillers, de forma geral, pareciam mais crus, críveis e envolventes ao se focarem muito mais nos personagens do que nos efeitos. Assim, quer seja pela estética quase sempre mais sombria e fria (amparada pela fotografia de Newton Thomas Sigel de Os Suspeitos) ou pela ótima trilha sonora (em tom retrô) que ajuda a pontuar o desenvolvimento da trama e as nuances de seu protagonista, Drive nos mostra, através dos olhos e das reações do motorista, uma história que surpreende ao equilibrar romance (um aspecto importantíssimo no filme) com boas sequências de ação, doses de violência chocante e personagens com quem nos importamos ao longo do filme e que, mesmo não fugindo totalmente da caricatura, revelam-se bem carismáticos.

Surgindo como a grande surpresa do ano no Cinema até aqui (pelo menos para mim), Drive, que estreou nos EUA no dia 16/9, ainda não tem data de estreia oficial definida para o Brasil, mas poderá ser visto, como uma das grandes atrações do Festival do Rio que ocorre entre os dias 6 e 18 de outubro. Interessou? Então dá uma olhada no trailer do filme.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right)

Contando com atuações inspiradas que devem render indicações ao Oscar para o trio Annette Bening, Julianne Moore e Mark Ruffalo (este, vale dizer, em um de seus melhores e mais sólidos trabalhos), Minhas Mães e Meu Pai vai figurar facilmente na lista dos melhores filmes do ano. Apoiada num humor inteligente que rende sequências divertidíssimas pontuadas por drama na dosagem certa sem nunca passar do ponto, a produção vem causando merecido furor em festivais mundo afora desde o início do ano e esteve na lista dos mais procurados na recém encerrada edição 2010 do Festival do Rio.

Leia mais...

    Na trama, equilibrada por risos fáceis e emoções em igual medida, o casal de lésbicas Nic e Jules (Benning e Moore excelentes) encara uma crise familiar catalisada pelo aparecimento de Paul (Ruffalo), pai biológico de seus filhos, Laser (Josh Hutcherson) e Joni (Mia Wasikowska, de Alice no País das Maravilhas) e que até então era um reles anônimo para todos.

    Dirigido e roteirizado por Lisa Cholodenko, o filme faz um retrato honesto e bastante humano de cada um dos seus cinco personagens principais que, encarando conflitos diversos que se chocam em dado momento, são apresentados na dimensão de suas virtudes e defeitos sem que nunca ocorram julgamentos superficiais. Nesse cenário, o filme ganha força tanto no desenvolvimento quanto no desfecho balizado por alegrias e decepções que deixam um gosto agridoce absolutamente irresistível.

    Minhas Mães e Meu Pai estreia no circuito comercial no dia 12 de novembro.

    Cotação:

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Festival do Rio 2010 – Pt 1

Ainda que uma certa frustração fique no ar em virtude da certeza de que não verei tantos filmes quanto gostaria, é sempre prazeroso sentir a atmosfera do Festival do Rio, quer seja pelo desafio de fazer a seleção dos filmes ou pela ansiedade da espera que cerca a liberação desse ou daquele filme que chega na última hora. Na edição desse ano pretendo ver pelo menos 20 filmes dos mais diversos gêneros e origens, e até agora, passados 5 dias de festival, minha lista traz sete produções vistas e brevemente comentadas logo na sequência. Aproveitando, deixo aqui meu abraço para o crítico Pablo Villaça do meu site favorito sobre cinema, o Cinema em Cena, com quem tive o prazer de encontrar em duas ocasiões e que está cobrindo o Festival do Rio pela primeira vez.

Filho da Babilônia (Son of Babylon, Iraque / Reino Unido / França / Holanda / Emirados Árabes Unidos, 2009) de Mohamed Al-Daradij. Com: Yasser Talib, Shazda Hussein, Bassir Al-Majid.

Iraque, 2003. Três semanas após a queda de Saddam Hussein, o menino Ahmed e sua avó atravessam o país tentando localizar o pai do garoto, desaparecido depois de ter sido preso anos antes pela Guarda Republicana do ditador. Repleto de sutilezas e retratando de forma crua a dura realidade de um povo oprimido, porém sempre esperançoso, o filme constrói de forma equilibrada a trajetória e as relações que se estabelecem entre o garoto e sua avó com personagens que cruzam seu caminho mudando a percepção que tem sobre sua busca. Nesse panorama, é curioso perceber como a narrativa vai se embrutecendo de forma decisiva à medida em que o fim se aproxima, com um tom sério e diametralmente oposto ao do início da projeção que dava espaço até para alívios cômicos. Nota: 8

Leia mais...

    A Vida Durante a Guerra (Life During Wartime, EUA, 2009) de Todd Solondz. Com: Shirley Henderson, Allison Janney, Ally Sheedy, Ciarán Hinds.

    Contando uma fotografia que ajuda a imprimir o incômodo de diálogos incomuns e situações constragedoras, como a cena de uma mãe (papel de Allison Janney, da série The West Wing) comentando com o filho sobre quão excitada ficara num encontro, o filme de Solondz mostra três irmãs tentando se ajustar em relações (amorosas e profissionais) confusas e carregadas por sentimento de culpa. Investindo num humor negro que, infelizmente funciona de forma irregular ao longo da narrativa, o filme coloca a fragilidade de suas protagonistas em foco, tanto pelo tom inseguro da voz de uma, ou pelas ações de outra, mas derrapa ao não saber trabalhar esse aspecto no sentido de torná-las figuras interessantes, o que acaba contribuindo para um quase completo esvaziamento de sua narrativa no fim. Nota: 6

    A Suprema Felicidade (Idem, Brasil, 2010) de Arnaldo Jabor. Com: Marco Nanini, Dan Stulbach, Mariana Lima, Jayme Matarazzo, João Miguel, Maria Flor, Elke Maravilha.

    É de se lamentar que o talento que Jabor empresta às suas crônicas não se reflita em sua filmografia que, com esse ‘A Suprema Felicidade’, infelizmente acaba de ficar ainda mais irregular. Anacrônico e pouco fluido em várias passagens, o filme que se passa na década de 40 investe numa narrativa vazia cheia de idas e vindas temporais para contar a história de Paulo (Jayme Matarazzo), um jovem que, vivenciando a relação deteriorada de seus pais (Dan Stulbach e Mariana Lima), se apoia no avô (Nanini) para tentar encontrar a tal felicidade do título na boêmia da noite carioca e na relação que estabelece com mulheres que lhe rendem paixões e desilusões na mesma medida. Com exceção de Marco Nanini, o único do elenco que escapa de um retrato unidimensional e consegue conferir alguma relevância e profundidade a seu personagem, o filme tem um resultado medíocre, que em grande parte é culpa de um roteiro capenga e de uma direção preguiçosa e equivocada. Nota: 4

    Suprema Felicidade tem estreia programada para o dia 29/10 nos cinemas.

    A Woman, a Gun and a Noodle Shop (San Qiang Pai An Jing Qi, Hong Kong / China, 2010) de Zhang Yimou. Com: Sun Honglei, Xiao Shenyang, Yan Ni, Ni Dahong.

    A intenção até podia ser boa, mas o resultado... Tentando mesclar o estilo de algumas de suas excelentes obras anteriores com um gênero novo para ele, o da comédia de humor negro, o cineasta chinês Zhang Yimou derrapa na iniciativa ao sustentar uma trama que envolve traições e vingança com personagens demasiadamente caricatos e superficiais. Adaptação de Gosto de Sangue, dos irmãos Coen, o filme falha ao não conseguir emular o tom daquela obra e por insistir de forma excessiva em gags físicas que se repetem ao longo da trama que evolui de forma pouco inspirada e nada surpreendente. Longe de ser tão divertido quanto pretende (ainda que faça rir vez ou outra), o filme revela pouca coisa realmente interessante com a assinatura de seu realizador e só não é um desastre total por conta de sequências como a que mostra alguns personagens fazendo a massa de macarrão como se fosse um verdadeiro balé e pela fotografia sempre eficiente nas produções de Yimou. Nota: 5

    Federal (Idem, Brasil, 2010) de Erik de Castro. Com: Carlos Alberto Riccelli, Selton Mello, Cesário Augusto, Christovam Netto, Eduardo Dusek, Michael Madsen.

    Ainda que só esteja chegando agora aos cinemas, ‘Federal’ foi produzido na mesma época do primeiro Tropa de Elite e teve seu roteiro (escrito por três pessoas, incluindo o diretor) explorado em laboratórios como o de Sundance ainda 2001, além de ter sido submetido à seleções de bancas de empresas estatais que liberaram o patrocínio do filme. Assim, com tanto tempo de preparo, é no mínimo constrangedor (ou assustador, como queira) que o resultado na tela seja tão ruim. Tentando construir, através de um grupo de policiais federais, encabeçados pelo delegado Vidal (Riccelli) e pelo novato Dani (Selton Mello), um retrato crítico das ações de combate ao narcotráfico em Brasília e da estrutura de corrupção que sustenta esse poder, o filme é um festival de sucessivos equívocos, quer seja pelas constantes (e nunca justificadas) mudanças de motivações de quase todos os personagens, passando por sequências de ação inexpressivas ou mesmo pelas cenas de sexo gratuitas que nada acrescentam à trama. Absolutamente falho em tudo que propõe, ‘Federal’ é facilmente um dos piores filmes policias que já vi e que ainda nos brinda com Michael Madsen (Cães de Aluguel, Kill Bill) na atuação mais canastrona de sua carreira e que só perde para a de Eduardo Dusek no papel do chefão do tráfico. Nota: 2

    Federal tem estreia programada para o dia 29/10 nos cinemas.

    Essential Killing (Idem, Polônia / Noruega / Irlanda / Hungria, 2010) de Jerzy Skolimowski. Com: Vincent Gallo, Emmanuelle Seigner.

    Tenso e absolutamente angustiante do início ao fim, ‘Essential Killing’ narra a jornada de um soldado afegão que, após ser capturado e torturado pelo exército americano, luta pela sobrevivência fugindo por regiões inóspitas da Europa, depois que seu veículo de transporte sofre um acidente. Com Vincent Gallo (Brown Bunny) em atuação memorável*, ainda que não fale uma só palavra ao longo de toda trama, o que faz com que sua interpretação dependa exclusivamente de sua expressão corporal, o filme foge da armadilha de fazer qualquer juizo de valor das ações do soldado, que mata como se fosse um animal acuado em situação semelhante. Não é definitivamente um filme fácil, mas é sem dúvida uma experiência rica e envolvente que só derrapa na motivação de uma determinada personagem, que surge como bóia de salvação do protagonista antes do derradeiro desfecho da produção. Nota: 9

    * Se o mundo das premiações fosse justo, Gallo deveria ser no mínimo indicado ao Oscar em 2011.

    Bebês (Bébé(s), França, 2009) de Thomas Balmès.

    Um delicioso turbilhão de emoções. É exatamente isso que o francês, ‘Bebês’, provoca ao longo da quase hora e meia de duração da produção que se revela absurdamente irresistível, quer seja pela forma ou pelo conteúdo. Acompanhando a trajetória de quatro bebês nascidos em lugares bem diferentes (dois nos centros urbanos de São Francisco e Tóquio e outros dois em zonas isoladas da Namíbia e da Mongólia), esse doc encanta pela simplicidade e pela elegância com que registra as mais diversas fases do primeiro ano de vida dos bebês. Sua principal virtude? Evidenciar o fato de que mesmo estando em ambientes e culturas diametralmente opostas, os quatro agem e reagem de maneiras praticamente idênticas, com divertida curiosidade e doçura frente as descobertas do mundo que os rodeia. Nota: 9

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Festival do Rio, a nova temporada de séries e o retorno do Dudecast!



Com exibição de mais de 300 filmes de diversas partes do mundo, começa na sexta-feira, 24, a 11ª edição do Festival do Rio, evento que agita salas cariocas durante 15 dias e deixa cinéfilos empolgados com opções que às vezes sequer chegam ao circuito comercial. Por conta do trabalho, verei muito menos filmes do que gostaria, mas ainda assim peguei a programação e selecionei alguns.

LEIA MAIS...

    Já na sexta-feira encaro quatro filmes, incluindo Minhas Mães e Meu Pai (filme que deve receber indicações ao Oscar 2011) e Suprema Felicidade, produção de época que marca o retorno de Arnaldo Jabor às telas. Dentre os demais que também pretendo ver estão: o novo do Woody Allen; a produção franco-germânica de 330 min, Carlos (sobre o terrorista Carlos, o Chacal); o novo do Zhang Yimou (do belo O Clã das Adagas Voadoras); o elogiado Somewhere de Sofia Coppola; a cinebiografia Gainsbourg - Vida Heróica (sobre o polêmico autor de Je t'aime moi non plus); e até mesmo a exagerada comédia de ação, Machete, de Robert Rodriguez.

    A temporada 2010/2011 chegou!

    E enfim chegamos ao período mais quente do ano na tv com o início da chamada Fall Season (Veja aqui o calendário compilado pelo Série Maníacos). Dentre retornos de veteranas e novidades, a quantidade é absurda (são mais de 80! séries no total), o que obviamente torna impossível a tarefa de (tentar) acompanhar tudo. Sendo assim, para quem curte o formato, não nos resta outra opção senão escolher algumas e deixar muitas outras pra depois.

    Além das veteranas que já venho acompanhando a mais tempo por terem estreado antes (casos de Mad Men e Sons of Anarchy), já vi e gostei bastante dos episódios de retorno de Chuck (4ª temp.) e de House (7ª temp.). Das novatas, por enquanto vi apenas FlashForward 2 The Event (cujo episódio piloto achei apenas razoável), Hawaii Five-O (divertido remake policial de uma série da década de 70 que tem tudo para ser um dos hits da nova safra) e Boardwalk Empire, a nova e ótima série épica da HBO sobre o fortalecimento do crime organizado em larga escala nos EUA em plena era da lei seca. Sobre essa última aliás, fiz um breve comentário em áudio que já está no ar lá no Seriaudio. E para falar das demais séries que também pretendo acompanhar...

    O retorno do Dudecast!

    Bom, como será humanamente impossível escrever sobre cada uma das séries que eu mais gosto (Dexter e Fringe devem ser as únicas que ganharão posts semanais), retomarei com a Juliana a gravação do Dudecast com o intuito de discutir (quase) tudo que assistirmos ao longo da semana na telinha. Mais abrangente, afinal falaremos de várias séries em cada uma das edições, o tom será o mesmo dos podcasts que gravávamos no Dude, We Are Lost, ou seja, informalidade do início ao fim sem firulas. A primera edição dessa nossa retomada já estará no ar no próximo fim de semana, portanto fique de olho e divirta-se desde já com as muitas opções que a fall season traz.

domingo, 28 de setembro de 2008

Sonho de cinéfilo realizado: Eu vi 'O Poderoso Chefão' no cinema

Falar da magnitude e da importância de O Poderoso Chefão para a história do cinema, é chover no molhado. A trilogia iniciada em 1972 sob direção de Francis Ford Coppola, definiu um gênero e imprimiu no cinema uma marca sólida que pode ser definida como sinônimo de narrativa inteligente, complexa, instigante e grandiosa que é estudada e venerada até hoje por todos que trabalham ou simplesmente gostam de cinema. Só comecei a conhecer O Poderoso Chefão quando ele já era maior de idade e eu tinha 11 anos. Foi em 1990 quando a terceira e última parte da saga dos Corleone chegava aos cinemas, que iniciei meu contato com aquela história, ainda que por total imaturidade à época não a compreendesse completamente. E se ano após ano eu ia expandindo minha relação com os filmes aprendendo a degustá-los como se fossem um bom vinho, uma ponta de frustração sempre surgia, já que por mais que eu os revisse, nunca teria a chance de experimentar a sensação de curtí-lo num cinemão. E é por isso que 2008 vai ficar marcado na minha mente como um ano especial, aquele em que eu finalmente pude ver O Poderoso Chefão na telona.

Leia mais...

    Não vou ficar aqui tecendo comentários longos sobre o filme em si, porque a obra já foi muito bem interpretada e criticada por gente infinitamente mais tarimbada e qualificada do que eu. Além disso, dizer que a história dos Corleone é um retrato perfeito de uma tragédia concentrada na trajetória de um homem bom sugado pelas circunstâncias e pelo mal que o rodeia e o corrompe, seria lugar comum. Por isso, prefiro apenas regitrar como foi prazerosa a chance de poder ouvir de novo a inconfundível trilha de Nino Rota e (re)ver o estupendo trabalho do saudoso Marlon Brando como o carismático Don Vito Corleone e de Al Pacino na figura que definiu sua carreira alçando-o ao posto de um dos melhores de todos os tempos.

    Como fã, ter a oportunidade de assistir a versão recém restaurada, foi um presentaço que a edição 2008 do Festival do Rio deu. Com imagem muito mais limpa e definida, a sensação era a de se estar vendo um filme de época feito ontem com a mais moderna tecnologia. E se o som do antigo Cinema Palácio aqui no Rio, não ajudou muito, saber que os rolos que estavam sendo exibidos faziam parte da coleção particular de Francis Ford Coppola atenuava qualquer coisa, garantindo à sessão, o status de evento inesquecível para as mais de 700 pessoas que lotaram a sala. Sobre o público aliás, foi interessante notar que a faixa etária não passava da média de 35, 40 anos e mais curioso ainda foi saber que apenas uns 10 ou 15% nunca tinha visto o filme, o que como destacou a representante da Paramount presente na sessão, é uma prova contundente do que o filme representa mesmo depois de mais de 36 anos desde seu lançamento.

    A resposta de todos de uma maneira geral foi bastante entusiasmada nas quase 3 horas de filme, e a cada cena/diálogo marcante ou mesmo quando uma 'oferta irrecusável' era mencionada, muitos aplaudiam como se estivessem num show. E devo dizer que poucas vezes vi tamanha conexão de um público dentro de uma sala de cinema. Mesmo quando o filme era interrompido a cada intervalo de 20 e poucos minutos para que o rolo fosse trocado, todos mantinham o clima numa constante empolgação que só terminou depois que uma nova salva de palmas tomou conta quando Michael é reconhecido como o novo Don Corleone e os créditos finais começaram a surgir me lembrando que agora sim eu posso dizer para todo mundo: eu vi O Poderoso Chefão no cinema.

    Nota: Segundo explicação da representante da Paramount, por se tratar de um material original, não foi permitida montagem tradicional, ou seja, as partes finais de um rolo não podiam ser emendadas ao início de outro como acontece nas cópias comerciais.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Madonna no Festival do Rio 2008

Super criticada por suas atuações no cinema, apesar do Globo de Ouro de melhor atriz que recebeu pelo filme Evita, Madonna não desiste. Seus últimos dois trabalhos, dessa vez por trás das câmeras, serão exibidos no Festival do Rio, que começou hoje, 25 de setembro. Confira as sinopses:

Filth and Wisdom é sua estréia como diretora.  Conta a história de A.K.,  um imigrante ucraniano que vive em Londres. Além de se considerar filósofo e sábio, ele tem planos de alcançar o super estrelato com sua banda de punk cigano Gogol Bordello. Por enquanto, A.K. consegue apenas descolar alguns trocados interpretando papéis femininos em funções privadas para homens casados. Ele divide o apartamento com duas garotas, Holly e Juliette. Holly almeja ser uma bailarina famosa e Juliette deseja ir para a África ajudar crianças necessitadas, mas por hora elas precisam contentar-se com seus subempregos e trilhar seus caminhos tragicômicos.

Já no documentário I Am Because We Are, Madonna faz a narração e assina o roteiro, que fala sobre o Malaui,  um país africano com doze milhões de pessoas, das quais mais de um milhão são órfãs. Dizimado pela pobreza extrema e pela proliferação da AIDS, suas crianças vivem diariamente nas condições mais adversas. O filme mostra a jornada da cantora pelo país, acompanhando a vida e a história pessoal destas crianças. São exemplos de sofrimento e superação. Através do depoimento de especialistas chega-se à conclusão que, para um futuro possível, a história de cada um dos órfãos não pode ser apenas deles, mas nossa também. Foi no Malaui que Madonna adotou seu filho caçula, David Banda.

Estão tão curiosos como eu para ver se por trás das câmeras Madonna se sai melhor do que como atriz? Quer conferir? Veja os horários de exibição do filme logo abaixo.

Sinopses retiradas do site Festival do RJ 2008

Programação

    Filth and Wisdom

    Sábado - 27/09/2008, Estação Botafogo 1,16 h

    Sábado - 27/09/2008, Estação Botafogo 1, 22h

    Segunda - 29/09/2008, Est Vivo Gávea 2, 13:50h

    Segunda - 29/09/2008, Est Vivo Gávea 2, 18:10h


    I Am Because We Are

    Sexta - 26/09/2008 , Estação Botafogo 1, 12:10h

    Sexta - 26/09/2008, Estação Botafogo 1, 18h

    Sábado - 27/09/2008, Est Vivo Gávea 2, 20:30h

    Domingo - 28/09/2008, Est Vivo Gávea 1, 22h

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Festival do Rio 2008 está chegando


Começa na próxima quinta-feira, dia 25 de setembro, a 10ª edição do Festival do Rio. O evento ano após ano vem conquistando respeito da crítica e sobretudo o interesse dos cinéfilos que tem oportunidade de curtir filmes que muitas vezes demoram meses para chegar ao Brasil ou nem mesmo chegam. Na edição deste ano, o Festival traz 350 filmes de 60 países, divididos em mais de 30 salas da cidade.

Leia mais...

    O filme que abre o Festival do Rio em 2008 é Última Parada 174 de Bruno Barreto, que foi escolhido pelo MinC para concorrer à uma indicação ao Oscar 2009. Há oitro produções nacionais na disputa pelo prêmio principal na mostra Première Brasil, com destaque para A Festa da Menina Morta, filme que marcou a estréia do ator Mattheus Nachtergaele na direção e que faturou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado.

    Nas outras 19 mostras há filmes para todos os gostos e interesses mas inegavelmente os que chamam mais atenção do grande público estão concentrados na mostra Panorama do Cinema Mundial. Esse ano os destaques da Panorama ficam por conta de Queime depois de ler, novo filme dos irmãos Joel e Ethan Cohen com os astros George Clooney e Brad Pitt, Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen que reúne os atores espanhóis Javier Bardem e Penélope Cruz à Scarlett Johansson, além de Velha Juventude e Redacted, de Francis Ford Coppola (que rotorna à direção de um filme depois de 8 anos de 'férias') e Brian De Palma respectivamente.

    Infelizmente por absoluta falta de tempo e obviamente por obrigações profissionais, não poderei acompanhar o Festival como ele merece, mas de qualquer forma fiz uma pequena seleção de filmes que tentarei ver e dentre eles estão:

    Busca Implacável - "Taken" - França 2008 - De Pierre Morel com Liam Nesson, Maggie Grace (a Shannon de Lost) e Fanke Janssen.
    A história de um agente aposentado da CIA (Neesson) que tem a filha (Grace) sequestrada por traficantes de escravas brancas depois que ela viaja para Paris com uma amiga.

    A Duquesa - "The Duchess" - Reino Unido 2008 - De Saul Dibb com Keira Knightley, Ralph Fiennes, Charlotte Rampling.
    Georgiana Spencer (Knightley) é jovem casada com o duque de Devonshire (Fiennes) que rompe com as convenções e entrega-se a paixões fora do casamento.

    RocknRolla - A Grande Roubada - "RocknRolla" - Reino Unido 2008 - De Guy Ritchie (Snatch - Porcos e Diamantes) com Gerard Butler (300), Tom Wilkinson, Thandie Newton, Idris Elba.
    Chefão da Máfia russa de Londres planeja uma grande transação, o que atrai todos os criminosos do submundo local.

    O Roqueiro - "The Rocker" - EUA 2008 - De Peter Cattaneo com Rainn Wilson (série The Office), Cristina Applegate (série Samantha Who?), Josh Gad, Ted Geiger.
    Nos anos 80, Robert "Fish" Fishman é bateirista de uma banda, mas é expulso pouco antes do estrelato. Vinte anos depois, seu hábito de ensaiar pelado faz dele a nova sensação do You Tube.

    Um Bom Homem - "Good" - Reino Unido/Alemanha 2008 - De Vicente Amorim com Viggo Mortensen, Jason Isaccs, Jodie Whitaker.
    Na Alemanha nazista, John Halder é um dedicado pai de família. Ao escrever um livro em que defende a eutanásia, desperta o interesse dos nazistas.
    Obs. Esse filme terá sessão de gala no Cine Odeon no dia 8 de outubro com a presença de Viggo Mortensen, o eterno Aragorn da trilogia Senhor dos Anéis e que ganhou o Oscar 2008 por seu papel em Senhores do Crime.

    Guerra sem Cortes - "Redacted" - EUA 2007 - De Brian De Palma com Kel O'Neill, Ty Jones, Daniel Stewart Sherman.
    Um esquadrão de soldados está parado num posto no Iraque, cercado pela população local e pela mídia. Cada um desses grupos é afetado pela mídia de forma distinta. Suas histórias são contadas em diferentes registros audio visuais. Ganhou o prêmio de direção no Festival de Veneza em 2007.

    Queime depois de ler - "Burn after reading" - EUA 2008 - De Joel e Ethan Coen com George Clooney, Frances McDormand, Brad Pitt, John Makovich e Tilda Swinton.
    Ao ser demitido por alcoolismo, veterano agente da CIA decide escrever um livro revelando segredos do governo. Sua mulher rouba os arquivos para usar contra ele no processo de divórcio, mas o material cai acidentalmente nas mãos de dois funcionários de uma academia que chatageiam o agente.

    Sinédoque, Nova Iorque - "Synecdoche, New York" - EUA 2008 - De Charlie Kaufman com Philp Seymor Hoffman, Samantha Morton, Michelle Willians.
    Diretor teatral (Hoffman) à beira do caos é abandonado pela esposa, que leva com ela a filha do casal; o terapeuta não o ouve; e seu caso extra-conjugal não dura muito. Em meio a tudo isso, ele resolve montar uma peça sobre a banalidade do cotidiano.

    Velha Juventude - "Youth without Youth" - Romênia/França/Itália 2007 - De Francis Ford Coppola com Tim Roth, Alexandra Maria Lara e Bruno Ganz.
    Em 1938, professor é atingido por um raio. Alé mde sobreviver, ele sofre um surpreendente rejuvenescimento físico, acompanhado de grande desenvolvimento intelectual. O caso atrai a atenção de cientistas nazistas, e o professor precisa se exilar. Baseado num conto de Mircea Eliade.

    Vicky Cristina Barcelona - Espanha/EUA 2008 - De Woody Allen com Javier Barden, Scarlett Johansson e Penélope Cruz.
    Vicky e Cristina viajam de férias para Barcelona. Vicky é sensata e está prestes a se casar. Cristina é impulsiva e curte aventuras. Elas conhecem o pintor Juan, que as convence a passar um fim de semana na montanha.


    Porém, dentre todos os mais de 300 filmes que serão apresentados no Festival do Rio esse ano, o que mais desperta meu interesse é o Poderoso Chefão. E o motivo é simples: a produção de 1972 é um dos meus filmes favoritos e só o conheci na telinha, o que significa uma oportunidade talvez única de ver a obra numa tela grande de cinema com toda pompa que o filme merece. Fora isso, a versão que será exibida na nanica mostra Tesouros da Cinemateca é a recém restaurada pelo próprio Francis Ford Coppola, o que torna a sessão ainda mais imperdível.

    O Festival do Rio 2008 acontece entre os dias 25 de setembro e 9 de outubro

    Post feito com informações do suplemento especial do jornal O Globo dedicado ao Festival.

    Para maiores informações sobre preços, programação e horários acesse o http://www.festivaldorio.com.br/