Em um texto enviado ao site Comic Related, uma mulher que trabalha como extra em filmagens e que se identifica como Cassandra Faust, fez um relato bem curioso sobre algumas gravações do piloto de Caprica do qual ela fez parte. Confira:
Assim como acontece na maioria dos processos de filmagem, as coisas começaram fora de ordem. O primeiro dia em que fomos chamados para ir ao Vancouver Film Studios onde Battlestar Galactica é gravada, foi destinado para que nossos figurinos fossem aprovados. A aparência tinha que lembrar uma Nova York dos anos 40 embora essa fosse apenas uma instrução geral. As roupas tinham que ter cores neutras para os homens e mais claras para as mulheres. Todos os figurantes fariam pessoas indo para o trabalho e dentre os objetos de cena haviam canecas de café, o jornal Caprica Times e algumas pastas deliberadamente espalhadas. Muitos dos homens ganharam chapéus e todos usavam sobretudo.
O set simulava um vagão de metrô com uma pequena área que servia como plataforma. A primeira tomada era simples: O set era levemente movimentado para simular a chegada do metrô, as portas se abriam e nós entravamos.
Malcolmson, Buechner e Jogia
Dentre os atores envolvidos nessa cena, Paula Malcolmson estava irreconhecível para os fãs de Deadwood com um cabelo escurecido. Ela faz a personagem Amanda Graystone. Avan Jogia também estava presente. Ele faz Ben Stark. Não tenho certeza mas acredito que Genevieve Buechner também estava presente. A cena envolvia o grupo de Malcolmson e 4 estudantes que correm para entrar no trem mas um deles - uma menina - acaba ficando para trás na plataforma à medida em que o vagão se afasta e ela se desculpa por não ter conseguido acompanhá-los. Essa ação, ou inação, acaba salvando sua vida.
A tomada que ocorreu a seguir era dentro do vagão. Depois de entrar junto dos atores, simulavamos conversas enquanto eles falavam seus diálogos. Eu não estava perto o suficiente para ouvir todas as palavras mas peguei a essência do que eles estavam dizendo. Eles estavam bem empolgados com o lugar para onde estavam indo, exceto o personagem Stark que permanecia calado. Um dos garotos tem um pedaço de papel que é um terminal de computador de algum tipo e pressionava algumas coisas como se estivesse chamando informações. Isso provavelmente é algo que será incrementado com efeitos especiais. Passados alguns momentos, finalmente uma das garotas questiona Stark que parecia meio desligado. Ele responde que sente muito e abre seu casaco cinza. Uma bomba está presa ao seu peito. Ele grita algo como só há um Deus verdadeiro e então detona a bomba.
Essa cena foi gravada de vários ângulos diferentes, e então era hora de gravar o início da explosão. Não havia nada pirotécnico nessa cena. Nos disseram que tudo seria feito com efeitos especiais. Nós tinhamos apenas que gritar e simular pânico por alguns segundos antes de Stark explodir a bomba.
Entre os takes, perguntaram se estaríamos disponíveis para uma gravação noturna no centro de Vancouver. A tal gravação mostraria o início das cenas gravadas antes o que explica o que eu disse antes sobre as coisas serem feitas fora de ordem.
Eu prontamente disse que sim e fui ao centro dois dias depois para gravar mais detalhes do que seria minha morte na tela. O set dessa vez era uma estação de metrô real. Em Vancouver os metrôs são chamados de Skytrain já que a maior parte deles circula sobre a superfície e em trilhos elevados, mas no centro, as estações são realmente subterrâneas. A etação que foi usada para essa cena era a Granville com as placas de identificação mudadas para Caprica City em letras brancas contra um fundo azul. Tivemos que esperar até 2 da manhã para começar a gravar porque a estação funciona até depois da meia noite e a equipe não podia preparar o equipamento antes da estação ser fechada.
O trabalho dessa noite (dia?) consistia em várias tomadas. A primeira tinha os atores e um grande grupo de extras descendo as escadas e então virando à esquerda para chegar à plataforma enquanto outro grupo de extras fazia o caminho oposto. Isso consumiu bastante tempo já que cada grupo tinha que voltar à sua marcação inicial repetidamente ao longo das tomadas.
O mesmo grupo de atores da primeira gravação estava presente. Eles descem as escadas, um dos estudantes está implicando com Amanda Graystone por seu pai não estar atrasado por algo "dessa vez" e Amanda recebe uma chamada em seu celular. Ao chegarem no pé da escada eles caminham com pressa em direção à plataforma para esperar o vagão que embarcarão dois dias atrás.
Isso foi filmado de vários ângulos antes da última tomada da noite na qual nos reuníamos em volta da plataforma. Os atores tinham que passar por nós para chegar às suas marcas e então todos se afastavam à medida em que o "vagão" chegava. Esse vagão será feito em computação gráfica já que na verdade não havia nenhum se aproximando da plataforma. Depois de algumas tomadas para essa cena o trabalho se encerrou às 4:30 da manhã!
Interessante, não? Será que Caprica conseguirá manter o alto nível de Battlestar Galactica?
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