Começa hoje à noite nos EUA Nurse Jackie, a série que marca o retorno de Edie Falco à tv depois do fim de The Sopranos. À primeira vista, a série pode parecer uma tentativa do Showtime (o mesmo canal responsável por Dexter, Californication e etc) em criar um House de saias. Porém, bastam poucos minutos do Piloto e fica evidente que, embora se passe num hospital e conte com uma protagonista tão singular como o Dr. House, não são os casos médicos que movimentam a história, mas sim os conflitos e dilemas que acontecem na cabeça da protagonista.
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Criada com um brilhantismo que já lhe é peculiar, desde os tempos em que fazia a cativante Carmela, Edie Falco constrói em Jackie uma personagem real e assustadoramente humana com todas as suas qualidades e defeitos. Contando com um texto apurado e nada trivial (“Me faça ser uma boa pessoa, Deus, mas não por enquanto” é desde já uma das melhores frases do ano na tv), a Jackie de Falco cativa e provoca uma estranha simpatia, mesmo quando age de forma moralmente contestável, o que inclusive estabelece paralelos curiosos com outros personagens do canal como Dexter, Hank Moody e Nancy Botwin.
Caso raro nas produções de tv hoje em dia, Nurse Jackie tem como grande mérito não só sua capacidade de nos envolver desde o primeiro minuto, mas sobretudo a de usar elementos já batidos e que em mãos menos talentosas resultariam apenas em mais do mesmo, para criar algo genuinamente novo e atraente. E assim, pegando carona na sugestão feita pelo USA Today para combater o marasmo que geralmente toma conta desse período do ano nas produções da tv, a receita que seguirei é simples: acompanhar uma ótima atriz num excelente papel ao longo das próximas 12 semanas.
E aí, já viu o episódio Piloto? O que achou da série?