domingo, 29 de junho de 2008

O Incrível Hulk

Depois do fracasso de público e crítica do Hulk dirigido por Ang Lee em 2003 para a Universal - que à época detinha os direitos sobre o gigante verde - a Marvel decidiu dar uma nova chance ao seu famoso anti-herói responsabilizando-se integralmente por reiniciar a história de Bruce Banner (agora feito por Edward Norton) nos cinemas. E embora O Incrível Hulk seja de fato um filme melhor que aquele de Ang Lee, o fato é que ainda não foi dessa vez que o personagem disse a que veio.

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    Antes das críticas, vale dizer que há pequenos méritos no roteiro escrito por Zak Penn (X-Men 2 e 3) que ao privilegiar a objetividade na história, permite que o filme perca pouco tempo explicando as origens do personagem (os créditos do filme cumprem esse papel) e se concentre em outros desenvolvimentos como a ênfase maior na psiquê de Banner e seu constante conflito entre livrar-se de Hulk ou tentar controlá-lo, decisão sobre a qual o personagem Emil Blonsky/Abominável (feito pelo sempre competente Tim Roth) terá grande influência no arco final do filme.

    Esse O Incrível Hulk dirigido pelo francês Louis Leterrier (Carga Explosiva) não deve nada em termos de ação entregando um filme que vem recheado de adrenalina e sequências arrebatadoras. A história começa na favela da Rocinha no Rio de Janeiro, onde Banner vive escondido trabalhando em uma fábrica de refrigerantes tentando evitar à base de muito treinamento e auto-controle que seu alter ego ressurja. Tudo vai bem até o dia em que o general Ross (Willian Hurt) descobre seu paradeiro e inicia uma nova caçada que acaba provocando o ressurgimento de Hulk. Até aí tudo bem, porém, tal qual acontecia no filme de 2003, aqui de novo a representação de Hulk em computação gráfica soa falsa demais diminuindo o impacto que o personagem poderia trazer quando aparece na tela. Edward Norton faz o que pode com o personagem e para ser justo convence como o atormentado Bruce Banner conseguindo deixar explícitas as nuances que o personagem carrega quando a história permite. Porém, algumas de suas cenas e diálogos com a amada Betty Ross (a bela, mas por vezes inexpressiva Liv Tyler) chegam a constranger de tão ruins em certas sequências.

    Tivesse a Marvel evitado as piadinhas dispensáveis pautadas em gags envolvendo Bruce Banner (vide a sequência que abre o filme com a participação do lutador Rickson Gracie) e o próprio Hulk (quando este fica batendo a cabeça no teto de uma caverna apenas para irritar-se ainda mais) e decidido usar um ator de verdade para personificar o verdão (algo que a série de tv dos anos 70 fazia bem com o fortão Lou Ferrigno, aqui em curta participação especial) sem dúvida a história seria mais verossímil e o filme por tabela seria mais envolvente e instigante. E sim, eu sei que do universo de personagens da editora, Hulk é um dos mais complexos e dos que mais fogem da realidade, mas isso não pode ser desculpa para exageros descerebrados que nada acrescentam à história que se quer contar. E se elogiei parte do trabalho do roteirista Zak Penn antes, vale dizer que enquanto nos dois filmes dos X-Men escritos por ele dava para enxergar um subtexto interessante na trama, em O Incrível Hulk a mesma constatação inexiste quando os créditos finais surgem na tela, o que torna este trabalho um equívoco quando os prós e os contras são pesados na balança que começa a ficar desfavorável para Penn que já errara a mão com Elektra e O Quarteto Fantástico, outros personagens da Marvel. Críticas à parte, a indicação do destino de um personagem que trabalhava com Banner e uma aparição de outro famoso personagem da Marvel no final do filme não deixam dúvidas de que Hulk ainda vai retornar à telona em um filme que espero e torço, seja bem melhor que esse.

    Cotação:

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