quarta-feira, 20 de agosto de 2008

DEXTER: Autor fala sobre o inédito 4º livro


Se boa parte do sucesso que Dexter faz hoje na televisão se deve à interpretação dedicada e singular de Michael C. Hall, não dá para ignorar também que o material de origem criado por Jeff Lindsay e que deu início a tudo é tão bom quanto a série. É óbvio que o cuidado com a transposição do tema também ajudou, afinal, o canal americano Showtime deu liberdade à equipe responsável pela série que inteligentemente soube valorizar os aspectos mais importantes do personagem, expandindo o conceito da obra de Lindsay e desenvolvendo um universo independente que hoje, quando a série caminha para estrear sua 3ª temporada, está totalmente estabelecido.

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    Criado em 2004, Dexter chegou às livrarias com Darkly Dreaming Dexter, livro que serviu de fonte para grande parte dos acontecimentos narrados na 1ª temporada da série que foi exibida em 2006. As sequências vieram em 2005 com Dearly Devoted Dexter e em 2007 com Dexter in the Dark e embora nenhum dos dois tenham sido usados como fontes inspiradoras para a trama abordada na 2ª temporada, fica evidente que há certos aspectos que foram emprestados dali, como por exemplo o envolvimento de Deb Morgan com um agente federal.

    Dos três livros, já li os dois primeiros e recomendo muito a leitura para que é fã dos personagem na tv e quer descobrir camadas diferentes e que às vezes não ficam tão evidentes na série. E só para você ter uma noção, o segundo livro lida com um ex-colega do Doakes que para se vingar de pessoas que o abandonaram em uma missão no passado, começa a mutilá-las lentamente sem que com isso as mate. Não vou contar o fim do livro, mas posso adiantar que é bem bizarro.

    E por falar em mutilações, Jeff Lindsay, criador de Dexter conversou com o site UGO sobre o 4º livro da série que chegará às lojas americanas em maio de 2009 e que por enquanto tem o curioso título de Dexter by Design. Confira abaixo a tradução da entrevista na íntegra:


    Jeff Lindsay e sua cria ao fundo


    Conte para gente sobre seu próximo livro de Dexter.

    Nesse momento pelo menos, ele é chamado de Dexter By Design. [A trama mostra] Dexter fazendo um tipo de investigação no mundo da chamada arte de performance contemporânea (risos). Há uma escola de arte contemporânea que faz auto-mutilação.

    Eew.

    Acontece que eventualmente alguém começa a perceber que pode ter a carreira alongada ao começar a mutilar outras pessoas. É contra isso que Dexter vai se opor na história.

    Que tipo de pesquisa você teve que fazer para algo assim?

    Bem, na verdade isso é bem conhecido nos círculos do mundo da arte. De fato quando eu estava em Nova York alguns meses atrás, um dos caras que iniciou esse movimento estava dando um show. No MET (Metropolitan Museum of Art) eu acho. Um cara chamado Chris Burdon. E ele começou nos anos 70. Ele fez um filme de um amigo dando um tiro nele. Aparentemente isso é arte. Havia muito desse tipo de coisa acontecendo.

    Então ele deve estar bem acabado agora.

    Bem, por sorte ele fez outras coisas. Um ou dois dos outros caras nesse movimento não foram tão sortudos e na verdade morreram por causa do que faziam.

    Então como você escolheu esse tema especificamente para Dexter?

    Eu poderia ser hipócrita e dizer que o tema me escolheu (risos), mas a verdade é que eu sempre tive um interesse em artes e me ocorreu que isso poderia ser uma coisa realmente boa a ser fazer.

    Qual era sua idéia ao escrever sobre Dexter? É uma série bem popular.

    Acho que é a ambiguidade moral da coisa, entende? Eu queria fazer um personagem que realmente fizesse algumas coisas terríveis mas que ainda assim você gostasse dele.

    Todo mundo sempre diz, "escreva sobre o que você conhece". Portanto... não que você seja um serial killer ou algo assim...

    Nunca fui indiciado por qualquer coisa (risos). Muitas dessas histórias são apenas rumores exagerados.

    Então o "dark passenger"... aquela voz... como você criou isso?

    Fiz muita pesquisa, e em certo ponto o intinto começou a tomar conta. E tudo pareceu correto. Eu não sei explicar, mas o psicólogo criminal com quem eu estava conversando para a pesquisa, dizia que aquilo provavelmente estava condizente quando eu comentava algo sobre minha idéia. Portanto eu não sei o que é mais assustador, o dark passenger ou o fato de que eu acertei por instinto.

    Então você não ouve vozes na sua cabeça?

    Bem, tenho filhos.

    Dexter é descrito como um personagem que não tem emoções. Ele apenas as finge. É difícil escrever isso? Você acredita que acaba trazendo mais emoções para os personagens que o cercam?

    Não, não é tão difícil escrever. Penso que seja bem difícil fazer isso como ator. E acho que Michael C. Hall está fazendo um trabalho maravilhoso. Quero dizer, como ator, ter que dizer para si mesmo que você está interpretando alguém que não sente nada, mas ao mesmo tempo tem que fazer todo mundo pensar que sente. Isso é algo muito complicado.

    *-*-*-*-*

    Agora diz aí, você já leu algum dos livros, pretende ler ou prefere ficar só com a série mesmo?


    A 3ª temporada de Dexter começa no dia 28 de Setembro nos EUA.

3 comentários:

  1. Eu li o primeiro e gostei muito! Não tinha lido os outros porque tive medo de spoilers, mas ouvi falar que a segunda temporada se distanciou bastante dos livros, então acho que agora vou ler o segundo e o terceiro. Ainda mais por esse quarto falar de arte, um assunto que me interessa muito.

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  2. eu só vi um pra vender nas livrarias da minha colônia, e se chamava "a mão esquerda de Deus"...qual deles é esse?

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  3. Leia sim Julia, vale muito à pena.

    Fábio, esse que você viu é a tradução do primeiro livro, o Darkly Dreaming Dexter e que como mencionei no post, tem uma trama muito parecida com a da 1ª temporada da série.

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