A indesejada, porém iminente paternidade e a amizade com Miguel Prado defitivamente mudaram Dexter. Com a decisão de Rita em dar continuidade à gravidez, ele é um homem que vê o controle total dos passos de sua vida (um luxo que sempre teve) lhe escapar por entres os dedos. Confuso e com medo da desconhecida responsabilidade de cuidar de um filho, Dexter está atormentado pela dúvida de: (1) não estar presente para criar a criança e/ou (2) ser tomado pelo instinto que rege sua natureza pondo fim à família inteira (o sonho que ele tem traduz esse temor). Já a amizade com Prado que ele tanto tenta negar, acabou acidentalmente criando para ele uma espécie de terapia involuntária. Além de cúmplice, Dexter agora tem também um confidente que mesmo sem entender a real natureza de seu interlocutor, aprova seu ato dando-lhe o senso de aceitação que Harry nunca lhe deu. E assim, com dois cenários distintos mas igualmente impactantes, Dexter passa a enxergar a realidade de uma forma diferente e não menos fascinante.
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Depois de ter matado o inocente (?) Oscar Prado, a aparente culpa de Dexter parece ter se diluído. O código de Harry é coisa do passado e em seu novo modos operandi, medidas profiláticas, digamos assim, fazem parte da rotina. Lembra do filme Minority Report com Tom Cruise? Pois é é exatamente assim que Dexter age agora. Identificando um possível predador, Dexter elimina o mau pela raíz antes mesmo que qualquer estrago seja feito. E foi assim que ele alimentou seu desejo assassino ao conhecer Nathan Marten, um sujeito que logo cai no radar de Dexter,que rapidamente percebe quando Marten se aproxima estranhamente da pequena Astor. Ao eliminar o pedófilo em potencial, Dexter lança mais uma curiosa discussão: será que há legitimidade em julgar alguém por um pré-crime?
The Lion Sleeps Tonight, foi mais um passo na escala evolutiva de um serial killer aprendendo a sentir e entender a onda de emoções inesperadas que duas novas realidades lhe trouxeram. E nesse cenário, ficamos envoltos pela narrativa inteligente que ao explorar as complexidades daquele personagem, expõe a estranha relação de admiração e tragédia que temos por Dexter, o que me leva a imaginar como seria bom se todas as séries pudessem envolver seu público com singular maestria como Dexter faz. Quem sabe um dia, não é mesmo?
Obs. Sobre o misterioso assassino da trama que como sabemos agora não é Freebo, começo a suspeitar do detetive Quinn. Suas seguidas implicâncias com a aproximação de Debra com seu informante parecem apontar que pode haver algum grande segredo muito obscuro no passado recente do policial. Ainda não há elementos suficientes que permitam maiores especulações mas acredito que vale à pena ficar de olho nos próximos passos desse personagem.
Muito bom episódio. E qual não é de Dexter ? Uma série que consegue manter uma regularidade. É a vantagem de ter uma temporada mais curta. Não é necessário colocar episódios "fillers".
ResponderExcluirMichael Hall, perfeito. Desde que Dexter soube que ia ser pai, ele não perdeu a expressão assustada, confusa. A não ser qdo o "dark passenger" lhe dominava.
ResponderExcluirDexter nesse episódio, assumiu sua paternidade, mesmo antes de saber. E refez seus código, matando Natan. É... no more " Code of Harry".
As analogias à savana africana e a luta pela sobrevivência foram sensacionais! Foi um episódio "escada" para episódios futuros, mas na minha visão, não diminuiu a qualidade da série. É empolgante ver Dexter se descobrindo pai, amigo de alguém, e dono do próprio código, dono da prórpia vida sem o fantasma de Harry lhe atormentando a cabeça.
Tanta gente que não curtiu o episódio, tanta gente que ainda quer o Dexter da primeira temporada cuja única preocupação era escolher a vítima da vez.
Eu nunca me senti assim, sempre amo Dexter. Evoluí com o personagem, gostando dele. Sou normal?? Ou sou fanática??
Ah! A frase do episódio: ( dentre tantas sensacionais)
"Nobody hurts my children"
Arrepiei.