Comentários de Dexter 3x05 - Turning Biminese

Ep. exibido no dia 26 de outubro nos EUA

Bem feito para mim por ter duvidado - ainda que levemente -, da capacidade dos roteiristas de Dexter em criar mais um arco brilhante. Em Dexter você nunca pode dizer que já conhece totalmente aqueles personagens, porque quando você menos espera os caras vem e expõem novas facetas de cada um que nos dão novas perspectivas (até o Masuka surpreendeu dessa vez). E se ao comentar o quarto episódio falei de minha estranheza com o fato de Dexter ter proposto o casamento de uma forma intempestiva, foi compensador ver que a ficha finalmente caiu para ele, que agora percebe que a idéia de ter que mudar radicalmente sua vida deixando velhos hábitos para trás por conta do casamento com Rita ainda vai lhe causar muitos tormentos.

Leia mais...

Contudo, o que realmente colocou esse episódio no rol dos melhores da série até aqui, foi a revelação de que Miguel Prado não apenas já havia percebido o instinto justiceiro de Dexter e estava 'provocando' o amigo, mas sobretudo seu desejo em compartilhar com ele aquelas ações. E se 'só' isso já seria suficiente para garantir o peso necessário à trama, tudo fica ainda mais interessante quando percebemos que embora tenha enxergado o que Dexter faz, parece que Miguel não entendeu (pelo menos ainda) que seu mais novo amigo, faz o que faz, principalmente para saciar um desejo. Dexter não mata só para fazer justiça, ele mata porque sente prazer em fazê-lo, e, nisso está a sutil, mas importante diferença entre os dois que pode - conforme sugeri no comentário do ep. 3x04 - transformar Prado tanto em cúmplice quanto vítima.

Gostei muito do enfoque dado ao início da mudança na vida de Dexter por conta do casamento. Toda a história de Rita procurando uma nova casa provocou um claro desequilíbrio no nosso anti-herói preferido. Aquela linha que separava o cara que fingia sentir alguma coisa do que realmente sente fica cada vez mais estreita. Um exemplo disso? A cena em que Dexter perde o controle e explode numa discussão com Rita. A realidade do 'eu decido' não existe mais e a pressão do 'nós' começa a pesar. Aliás, achei bem curioso o fato do Dexter ter quase gritado com Rita. Para onde foi o tom de voz suave tão carecterístico de seus diálogos com ela? E mais. Quantas vezes o vimos alterando seu tom de voz com alguém que não fosse uma de suas vítimas? Será que mais à frente irão explorar esse risco de alguma maneira?

Sobre o desenvolvimento dado aos demais personagens nesse ótimo episódio, vale destacar ainda que a história de Masuka pode ter adquirido um elemento novo. É improvável, mas será que pensar na possibilidade de que ele tenha matado aquela pessoa é exagero demais? Nós o vimos sendo constantemente humilhado e relegado pelo departamento, e me parece razoável que a elucidação de um crime como aquela à essa altura, poderia ajudá-lo a justificar sua competência de uma maneira bem torta. Agora sobre o real assassino das vítimas anteriores, a coisa realmente começa a apontar para o Quinn ou o Anton. Resta saber como e a história desse assassino se conecta a Freebo, e quem sabe Oscar Prado. Seja lá o que surgir disso, o que mais me deixa curioso mesmo é o desenrolar do processo que aproximará Dexter e Miguel ainda mais no próximo episódio. Alguém duvida que vem mais surpresa por aí?