Comentários de HEROES 3x06 "Dying of the Light"

Episódio exibido dia 20 de outubro nos EUA (NBC)

Os roteiristas de Heroes continuam insistindo nos mesmos erros. Depois de assistir 3x06 "Dying of the Light" pergunto: até quando vão desperdiçar tempo com as bobagens de Hiro e Ando? Por que transformaram um personagem tão carismático num perfeito idiota? Não vou nem comentar a revelação do esquema armado para encenar o assassinato do Ando, porque duvido que alguém tenha imaginado que o desfecho fosse muito diferente daquele que vimos (só os muito otimistas). E continuando na ala dos personagens estúpidos, a transformação de Mohinder de mocinho chato em vilão patético é insuportável. Até dá para imaginar que mais adiante ele possa desempenhar um papel importante na trama, mas duvido que a história empolgue ou convença. Apesar disso, muitas coisas interessantes foram reveladas neste episódio, que mesmo não tendo sido ruim, ainda está longe de merecer elogios.

Comentários 3x06 "Dying of the Light"

Sei que muitos estão insatisfeitos com o novo Sylar. Particularmente, estou achando essa história toda interessante. Tudo bem que a mudança ocorreu um pouco depressa, mas seria um risco manter um bom ator interpretando o mesmo psicopata megalomaníaco, com um roteiro medíocre, durante três temporadas seguidas sem nenhuma inovação marcante. E essa disposição de Sylar para a mudança é perfeitamente justificável a partir do momento em que ele tomou consciência de que tem uma história, um passado, uma família, uma mãe e que é especial não só pelo que pode fazer, mas por quem ele realmente é. E isso vale mesmo que a Angela Petrelli tenha mentido sobre ser sua mãe. O importante é que essa jornada de auto-descobrimento o levou a tentar dominar o instinto, a fome de matar que o tornava um assassino.




Por outro lado, acompanhamos a derrocada de Peter que, apesar de todos os conflitos que viveu ao longo das temporadas, sabia que era diferente e procurava dominar e usar suas habilidades para o bem, mesmo sem saber direito como. Só que o poder assimilado de Sylar o levou ao descontrole total, ao ponto dele dizer “eu sou mais especial”, demonstrando sua fraqueza e fascínio diante do próprio poder. De um lado, temos Sylar tentando se libertar, do outro, Peter sucumbindo. Os dois lutando contra o mesmo instinto destrutivo. E Peter só não saiu totalmente derrotado desta batalha porque teve seus poderes absorvidos pelo próprio pai.




Arthur Petrelli tem a habilidade de absorver o poder dos outros (mais ou menos como Sylar e Peter). O primeiro a sucumbir foi Adam, que de imortal passou a um monte de cinzas, em segundos. E o segundo, o próprio Peter. Agora fica a dúvida, Arthur removeu definitivamente o poder do filho, ou ele poderá recomeçar do zero, assimilando novamente as habilidades alheias? Se for definitivo, será que Peter vai injetar a fórmula para obter poderes artificialmente e é por isso que será tão odiado no futuro? O que não deixa dúvidas é que Arthur Petrelli é um dos vilões mais fortes já vistos em Heroes. Será que teremos uma batalha, um acerto de contas entre ele e seus filhos? Afinal, agora só Sylar tem condições de enfrentá-lo de igual para igual.





Mas, o mais interessante é o quadro que se desenha a partir deste episódio. Temos dois grupos distintos, o liderado por Arthur Petrelli e o liderado por Angela Petrelli. Por trás dele a Pinehearst, por trás dela a Companhia. Mas, quando e como aconteceu o rompimento entre Arthur e a Companhia? Provavelmente, o ponto central da disputa foi a fórmula que pode dar poderes para as pessoas em geral.




Se os roteiristas não enfiarem o pé na jaca, um outro aspecto bem interessante a ser explorado neste cenário é a própria indefinição dos personagens sobre de que lado estão, dos heróis ou dos vilões. Todos estão passando por um momento crítico e mesmo achando que estão agindo da forma correta, estão de fato fazendo alguma bobagem. Exemplos não faltam como a Claire tentando ser heroína e colocando todos em perigo, Mohinder se tornando um assassino enquanto pesquisa uma vacina que remova os poderes, Daphne recrutando criminosos ou colocando inocentes em perigo (como Parkman e Hiro) porque de alguma maneira está ligada à Pinehearst e não consegue se desvencilhar, e etc.




Pode não ter sido um episódio ótimo, mas também não foi tão ruim assim. Afinal, foi possível identificarmos algumas perspectivas e caminhos atraentes que podem ser explorados. Se não estragarem tudo, é claro! 

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