Uma coisa é certa: hoje na tv não há nenhum drama jurídico tão bom, envolvente e com personagens marcantes quanto os de Damages, e é por isso tudo que adoro a série, mas o fato é que embora tenha mantido todos os elementos que a tornaram um sucesso de crítica, quando comparo o encerramento desse 2º ano com o da sua temporada de estreia, não dá para negar que ele ficou um pouco aquém das minhas expectativas, o que obviamente não invalida os méritos de uma trama novamente intrincada e digna dos melhores thrillers do cinema.
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O problema a meu ver, é que embora tenha garantido ótimos choques e surpresas ao longo de seus 13 episódios (o caso da URN foi tão bom quanto o do Frobisher), a sensação que ficou lá no fundo, é que os produtores e roteiristas optaram por permanecer na zona de conforto não levando a série para um nível acima. Ou seja, não vimos nada realmente novo no universo daqueles personagens.
Tirando Ellen (Rose Byrne ótima durante toda a temporada) que aprendeu a jogar o jogo de sua chefe, todos os demais personagens permaneceram iguais, enquanto as boas adesões de William Hurt (Purcell), Marcia Gay Harden (Claire) acabaram sub-aproveitadas em papéis que pareciam maiores do que realmente foram.
E não me entenda mal. A tensão de saber até onde iria a rede conspiratória da vez conseguiu manter o clima da trama muito atraente, mas enquanto na 1ª temporada a história se fechou num arco que ao mesmo tempo trouxe resoluções para o grande caso e deixou ganchos abertos que nos fizeram salivar de cuoriosidade, nessa 2ª temporada o encerramento veio de forma mais atropelada e sem os ganchos tão atraentes de outrora.
Tudo bem que foi sensacional ver a grande rasteira que Patty deu nos poderosos da vez, mas por outro lado a coisa toda soou apressada no final e com coincidências demais favoráveis a Hewes. Vejamos: numa rápida conversa ela conseguiu que Dave Pell não só concordasse em tirar o FBI de seu encalço como lhe desse a cabeça de Walter Kendrick (o inescrupuloso ganancioso da vez); arrancou a confissão (indireta) de Finn Garrety, o negociador do esquema arquitetado pela URN; e ainda por cima confessou sua culpa nos eventos traumáticos de Ellen escapando de sua fúria ao mesmo tempo em que deu um passo para reconquistar a confiança de sua pupila ao usar seu fiel escudeiro Tom Shayes para expor a corrupção do caso investigado pelo FBI desde o início da temporada.
Repito que gostei do caso da temporada, mas não achei que as subtramas tenha se casado de forma orgânica como vimos no 1º ano da série. Se tivessem investido mais na história por trás do conturbado relacionamento de Patty com Daniel Purcell; colocado um clonflito maior na história de Wes com Ellen; ampliado os embates entre Patty e Claire Maddox, e sobretudo no papel do ‘reformado’ Frobisher dentro da trama dessa temporada e do futuro da série, e a temporada seria muito mais interessante do que foi.
Escorregadas à parte, Damages encerra seu segundo ano com créditos, afinal, quando o assunto é thriller, a série estrelada por Glen Close continua quase imbatível na fórmula que mescla guerra de poder com mistério e suspense. Um capricho a mais na temporada que vem e pronto, a série fica perfeita de novo.
Notas:
- Óbvio que foi involuntário, mas não deixou de ser curioso ver que tal qual Jack Bauer para a presidente americana na atual 7ª temporada de 24 Horas, Patty Hewes reagiu com um seco “Ask around” (pergunte por aí), frente ao questionamento de Garrety sobre quem ela era.
- Qual foi a razão de termos visto a cena em que Frobisher vislumbra tudo novo de novo em sua vida profissional? A dica de que é nele que parte da trama da temporada que vem vai se centrar novamente?
- Qual será a dinâmica de Ellen e Patty a partir de agora? A vingança acabou? Elas serão rivais ou aliadas daqui para frente?
Olá,
ResponderExcluirEu tb lembrei "ask around madamp resident!"
William Hurt conseguiu ser (um pouco) melhor aproveitado do que Marcia Gay Harden (que prometia um embate entre Claire X Patty e não aconteceu).
E só agora eu dou valor ao trabalho do Ted Danson na temporada anterior: ele nos fez odiar Frobisher ao mesmo tempo que o tornou humano e não um vilão manequeista com o Kendrick.
Rose Byrne mandou muito bem, até pq não é qualquer uma que encara a Glenn Close né?
Parabéns pelo blog, gostei mto dele!
Abraços