quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Com protagonista nota 10, 5ª temporada de Dexter é nota 7. Pelo menos por enquanto...

Com spoilers para quem não acompanha a série pela exibição americana

Depois da excelente e densa estreia do quinto ano de Dexter, não escrevi mais nada sobre os quatro episódios subsequentes. O real motivo da ausência de posts específicos portanto, além da escassez de tempo, vem de uma única e (para mim) pesarosa verdade: a temporada ainda não empolga. Sim, Dexter continua facilmente no meu top 5 de séries (onde figura desde sua estreia), mas fato é que pelo menos nesse arco inicial, a falta de um bom antagonista (como ocorreu nos melhores anos da série, o 1º e o 4º) atrelada às subtramas desinteressantes (crise de confiança no casamento de Batista e LaGuerta, por exemplo) tem minado a consistência e a regularidade da história, que ainda se mantém acima da média, mas podia ser bem melhor.

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    Derrapadas narrativas à parte, Dexter continua sendo um protagonista absolutamente fascinante. Complexo, contraditório, inteligente e agora menos frio e mais humano, e talvez por isso mais suscetível a erros que antes não cometia, o personagem segue sustentando o peso e a importância que a série ganhou. O Dexter viúvo e pai, agora é um cara mais frágil e que mesmo sem perceber racionalmente, busca cada vez mais a conexão (sem interesses românticos, claro) com alguém que aceite o que ele é e faz.

    Nesse panorama, a relação que ele passa a nutrir com Lumen (Julia Stiles), a jovem que acidentalmente acaba salvando da tortura de um maníaco, ganha contornos curiosos, visto que Dexter constantemente se vê dividido entre a necessidade de manter-se fiel ao código (algo que fica evidenciado nas ‘aparições’ de seu pai) e o desejo de entender a dor da moça e servir de suporte para que ela siga seu caminho, algo que por tabela garantiria a manutenção de seu anonimato.

    Nesse contexto, é inegável que a temporada vai bem, porque desenvolvendo ainda mais o protagonista, expande nosso interesse em torno de tudo o que acontece com ele. Da preocupação justificada em relação ao que o trauma vivenciado pelo bebê Harrison poderia representar (estaria o menino ‘condenado’ a se tornar um psicopata como ele?), passando pelo esforço que Dexter faz para conquistar a confiança da misteriosa babá (ela guarda algum segredo?) ou ainda pela ameaça que a investigação de Quinn pode representar, tudo caminha para a concretização de bons conflitos mais à frente.

    Só é pena, como eu disse antes, que as subtramas que serviriam de apoio para a história central tenham se revelado tão pouco inspiradas até aqui. E ok que os assassinatos de Santa Muerte, além de trazerem o gore de volta à série, fatalmente acabarão atraindo a atenção de Dexter, mas acho que, por enquanto, isso é muito pouco. A própria Lumen, decidida a buscar vingança contra seus agressores em Miami, não parece ter força suficiente para sustentar papel maior que o de funcionar como possível catalisador de exposição de Dexter para Quinn eventualmente. Sobre isso aliás, é razoável assumir que o nada orgânico envolvimento do detetive com Debra só vá servir mesmo como base de um conflito maior quando (e se) ele realmente conseguir ligar os pontos associando Dexter a Kyle Butler e consequentemente a Arthur Mitchell, o Trinity.

    Dito isso, cá entre nós, é querer demais que a essa quinta temporada realmente esquente logo fazendo jus ao protagonista que tem?

8 comentários:

  1. Davi,
    Concordo com o seu top 5, Dexter pra mim está lá no topo da minha lista, mas esse começo de temporada tá muito chato...

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  2. Achei que a questão "estaria o menino ‘condenado’ a se tornar um psicopata como ele?" totalmente fora de contexto (lumen, la muerte, quinn, dexter confuso). As cenas do bebê 'se tornando ou não talvez' psicopata são extremamente forçadas e pior cômicas. Pensava que a morte da Rita iria deixa o Dexter em uma crise (evolução do personagem para uma decadência), mas ele continua sorrindo, matando fazendo as mesmas coisas das primeiras temporadas friamente. O seriado está virando enrrolação depois de tanto hype. A temporada está péssima e fim.

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  3. Esse começo de temporada está meio estranho mesmo. Não faz jus às temporadas anteriores. Tomara que melhore o mais rápido possível!

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  4. eu lembro que o início das temporadas anteriores também foram frios. mas este início tá muitooo fraco. espero que melhore.

    uma série não sobrevive apenas com um grande gancho. a jornada precisa ser eficaz.


    gogo dexter

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  5. Só pra constar... rola um funk carioca no último episódio exibido nos EUA [o s05e06]. na parte da boate!

    Abraço!

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  6. ou seja mataram Rita por nada, mataram a personagem pra dar esse ar de dexter e tel, ouseja Rita e as crianças humanizaram um pouco o Dexter, mas sei lá ele está bem claro Michael C Hall é excelente, e faz muito bem o papel, mas as histórias não convensem, tudo que foi plantado em 4o temporadas nao faz jus nessa quinta, algo falta, talvez um grande vilão que não tem até agora, e eu tb sinto muita falta de Rita

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  7. assistindo a 5ª temporada de Dexter em um clube de Miami tocando funk carioca “é som de preto de favelado mas qdo toca ninguém fica parado” Legal :)
    boaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa huahuahua

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  8. Nossa, mas o sexto episódio é bom demais! É comum os roteiristas mostrarem uma trama mais fria no começo das temporadas, é o que eles chamam de set up, ou seja, apresentação dos conflitos que a temporada vai tratar. É muito difícil setar em menos de 6 episódios, mesmo em temporadas curtas. De certa forma, após o sexto, acho que a temporada está setada. Que venham os conflitos.

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