Episódios exibidos na NBC no dia 22 de Setembro de 20083x01 "The Second Coming" e 3x02 "The Butterfly Effect"
Sabe aquela série que você ama odiar ou odeia amar? Heroes definitivamente é essa série para mim. Depois de um início promissor há dois anos atrás, a 'criação' de Tim Kring rapidamente (e infelizmente) deixou expostas todas as suas fragilidades ainda que tenha conseguido estabelecer uma base sólida de seguidores. A idéia da série inegavelmente expandiu conceitos que a tv até então só havia ensaiado explorar, mas a cada novo episódio de Heroes ficava evidente que planejamento para se contar uma história era algo que inexistia na sala de roteiristas. Ainda assim, mesmo com todas as falhas narrativas e afins, Heroes tem uma qualidade que poucas séries tem hoje em dia: sua capacidade de decepcionar é igualmente proporcional à de criar altas expectativas.
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Em The Second Coming e em The Butterfly Effect, episódios que abriram a 3ª temporada de Heroes, temos a mesma repetição de situações (futuro sombrio a ser evitado, paradoxos absolutamente inexplicáveis, tramas desconexas e um herói errante no meio disso tudo) vistas antes mas agora com o acréscimo de uma ameaça complementar representada pelos vários vilões (jutamente o título desse novo volume) que até então eram mantidos presos pela Companhia. E se o plano do 'Peter do futuro' foi adiado porque o ressuscitado(!?) Nathan desistiu de contar ao mundo a verdade sobre aquele grupo, fica claro pra mim que a trama desses 13 episódios do volume 3 irá se sustentar em cima do jogo de gato e rato que se desenhará entre os heróis e o vilões que inevitavelmente vão acabar expondo suas habilidades sobrehumanas dando o argumento perfeito para o início do volume 4 "Fugitivos" quando muito provavelmente veremos algo que X-Men já explora há tempos nos quadrinhos mas que Tim Kring jura não ter servido de inspiração para Heroes.
Por falar em inspiração, essa história do Chatinder, quer dizer, Mohinder ter adquirido poderes e vir com discurso de que o mundo poderia ficar melhor se todos tivessem habilidades especiais me soa um grandessíssimo déjà vu da falecida The 4400. Aliás, por falar em Mohinder, é impressão minha ou a decisão de colocá-lo como par da insossa Maya, foi a desculpa (in)perfeita para manter na trama dois personagens cujo apelo (se é que eles já tiveram algum) parecia totalmente esvaziado? E o Hiro? Onde a história dele vai se conectar dessa vez? Será que mesmo depois da escorregada na 2ª temporada quando ele ficou isolado numa história que não tinha praticamente nada a ver com o arco geral, os roteiristas de Heroes ainda não perceberam que esse ótimo personagem funciona melhor quando interage com os outros? Ok, admito que achei bem interessante a entrada da novata Daphne que tem tudo para funcionar como um ótimo contraponto para os poderes de Hiro, mas para que criar um mistério em cima da tal fórmula se no fim das contas a ameaça da trama sempre recai sobre uma hecatombe qualquer?
O retorno de Heroes ficou longe de ser perfeito (embora muitos digam o contrário), mas não dá para ignorar que há bons argumentos para que eu continue me divertindo e me decepcionando com a série. E se o aparente inexplicável retorno de Nikki/Jéssica com uma mulher chamada Tracy Strauss parece bizarro demais até para essa série, a cena do Sylar finalmente se apoderando das habilidades de Claire já poderia valer por todo o episódio. Só não vale porque a revelação final feita por Angela Petrelli de que ele na verdade é seu filho me surpreendeu de verdade ainda que eu já tivesse cantado essa bola no mês de junho. E foi assim, com essa extensa lista de ingredientes, que começamos a acompanhar mais uma temporada de absurdos sem fim, plágios descarados, atuações ruins mas que batidas no liquidificador misteriosamente rendem uma série que acaba sendo irresistível, ainda que pelos motivos errados.
Notas rápidas:
- A Ali Larter continua linda :p
- O até então importante Bob foi morto na série porque Stephen Tobolowsky, o ator que fazia o pai de Elle sofreu um acidente que provocou uma lesão séria no pescoço que o obriga a ficar imobilisado boa parte do tempo. Não foi à toa que em sua rápida aparição ele só foi visto sentado.
- Kristin Bell continua sub-aproveitada na série. Saudades dos tempos de Veronica Mars...
- Falando em VM, impressionante como o ator Francis Capra (o Weevil daquela série e o vilão que 'aprisonou' o Peter do presente) ficou diferente nesse meio tempo, não?
- Já disse que o Mohinder é chato para ca$#@%! ? :P
