segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Você é o que você assiste

Esse é o título de uma matéria interessante publicada pelo jornal The New York Times, em 23 de setembro de 2007. Hoje em dia, a oferta da tv (no caso, falamos da tv americana) supera nossa disponibilidade de tempo para ficarmos em frente ao monitor (ou tv). Há todo tipo de programa, para todos os gosto, disponível nas mais variadas formas de mídia. Segundo Alessandra Stanley, autora do artigo, "O que você assiste?" não é mais uma forma preguiçosa de redirecionar uma conversa aborrecida. As perguntas sobre programas preferidos tornaram-se cheias de significado; o assunto é tão íntimo, revelador e potencialmente incômodo quanto falar sobre sua renda pessoal.
E ela tem razão. No caso do Brasil, é muito fácil identificar as várias tribos que se criaram tendo em comum o gosto pela mesma série de TV. Lost, Heroes, 24 Horas, Smallville, Prison Break, entre outras, agregam milhares de fãs que diariamente interagem trocando idéias, teorias, informações, spoilers e tudo mais sobre seu show preferido. Segundo a jornalista, um programa favorito é uma dica de personalidade, gosto e sofisticação, assim como foi a música antes que se tornasse virtualmente grátis e consumida igualmente por faixas individuais ou por artistas.
E o mais interessante, é que essas mesmas pessoas que se dizem fãs de carteirinha de uma série, não deixam de assisitir e prestigiar outras. É muito fácil encontrar um fã de Lost que adore Heroes, ou um fã de 24 Horas que não perca um episódio de Lost. E é difícil achar alguém que não ame House. Ou seja, as mais diferentes temáticas atraem os mais variados grupos e promovem uma mobilização jamais vista, e tudo graças à Internet que permite essa reunião e interação em torno desses temas. Um bom exemplo são as comunidades do Orkut, os blogs e fóruns.
E com o advento da banda larga, os brasileiros também puderam ter acesso aos mais variados programas de tv, sem precisar depender da má vontade dos canais pagos e do desinteresse da tv aberta por programas estrangeiros.
A jornalista ainda toca num ponto muito interessante, que diz respeito ao preconceito contra a tv. Se antigamente ver tv era uma atividade dos menos cultos, hoje em dia é bem diferente. Segundo ela, a televisão costumava ser rejeitada pelos elitistas como a caixa de burrice, um mar de mediocridade que afoga o pensamento e o debate inteligente. Hoje as pessoas que ignoram suas poças e marés de excelência o fazem sob seu próprio risco. Elas estão perdendo o assunto principal da conversa em sua mesa.
Enquanto isso, nós aqui não vamos ficar sem assunto para nossas conversas, pois nada é mais divertido do que assistir bons programas de tv e conversar sobre eles. Da mesma maneira quando assistimos bons filmes, bons livros, experimentamos uma boa receita, visitamos um lugar legal... o importante é não termos preconceitos bobos e injustificados. Assim, estaremos sempre abertos à experiências divertidas e enriquecedoras.
A pergunta que fica é... vocês se identificam com o que vocês assistem? Esses programas traduzem de alguma maneira aspectos da personalidade de vocês?
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