domingo, 13 de julho de 2008

Comic Con é assunto sério para estúdios de Hollywood

Em uma extensa matéria da Variety - cuja tradução parcial você confere abaixo - o jornalista Marc Graser fala sobre a evolução da Comic Con desde sua 1ª edição em 1970 quando pouco mais de 300 pessoas se reuniram em hotel, até os dias de hoje quando mais de 125 mil pessoas comparecem ao evento para discutir as maiores novidades do mundo do cinema e das séries de tv, e claro, dos quadrinhos.

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    É fácil confundir a Comic Con com uma feira de nerds. É difícil não fazê-lo quando no público há pessoas vestidas de Storm Troopers (soldado imperial de Star Wars), Homem Aranha ou de espartano do filme 300, todas atrás da graphic novel mais nova, de um boneco ou do poster de Star Trek.

    Hollywood porém não poderia estar levando o evento mais a sério.

    Os estúdios se tornaram tão fãs do evento que os quatro dias dedicados a tudo relacionado ao mundo dos quadrinhos e coisas do gênero em San Diego passaram a ser tão importantes quando a Showest, Sundance ou Cannes como veículos promocionais para filmes e séries de tv.

    Os nerds nunca foram tão importantes para Hollywood - especialmente esse ano quando "Homem de Ferro" alcançou mais de US$300 milhões nas bilheterias, e a próxima aventura do Batman, "O Cavaleiro das Trevas" é um dos filmes mais elogiados do ano.

    "[A Comic Con] cresceu ao longo do anos tornando-se uma oportunidade muito importante para promover filmes", diz Robert Friedman, CEO da Summit Entertainment, que planeja fazer bastante barulho no evento esse ano com seus lançamentos. "É uma grande plataforma de lançamentos".

    "A melhor coisa da Comic Con é sua grande audiência de fãs de filmes. Eles têm um grande apetite por produtos novos e têm olhos bem seletivos. Eles são amantes de filmes e se gostam o que assistem vão falar sobre ele. Eles não têm vergonha de dizer o que sentem sobre alguma coisa quer seja na internet ou pessoalmente".

    Não estamos falando de um casal de blogueiros em uma pequena sala.

    No ano passado 125 mil pessoas passaram pelo Centro de Convenções de San Diego, cujos ingressos se esgotaram pela primeira vez.

    Isso é especialmente impressionante considerando que a Comic Con começou em 1970 reunindo 300 pessoas no porão de um hotel. Agora, uma única sala onde a maioria das apresentações dos estúdios acontece, acomoda 6500 pessoas.

    Nos primeiros anos as apresentações não recebiam tanta atenção: George Lucas enviou um time em 1976 para apresentar fotos de "Guerra nas Estrelas". Quando a Warner Bros não tinha uma foto de Michael Keaton usando o uniforme de Batman em 1988 para mostrar, o criador do personagem, Bob Kane vestiu um para tirar as dúvidas de que Keaton convenceria no uniforme.

    Hoje é considerado um grande furo se atores ou realizadores não estão presentes para falar do projeto ou mostrar cenas exclusivas - ou mesmo um trailer - que nunca tenham sido exibidas.

    Fazer uma apresentação de alto nível tornou-se uma pressão tão grande que alguns estúdios acabam desistindo de participar.

    "Há algumas pessoas que acreditam que para participar você precisa fazer uma apresentação cheia de enfeites e tudo mais", diz David Glanzer, diretor de marketing da Comic Con. "Essas coisas ajudam, mas não são sempre necessárias. Algumas vezes é fácil perder a noção de que aquelas pessoas não estão sentadas ali para isso.

    "Se você diz, 'esse projeto é incrível mas ainda não temos nada para mostrar', o público vai entender. É melhor fazer isso do que não vir porque as pessoas vão pensar, "O que há de errado com esse projeto? Eles não se importam conosco?' Às vezes é mais perigoso não dizer nada".

    O chefão da Focus Features que está promovendo a comédia "Hamlet 2", diz que os estúdios precisam entender como lidar com o feedback instantâneo para o que mostram na Comic Con. "É o início de um diálogo", diz ele. "Ele não começa ou termina simplesmente ali. Não se trata de ser bom ou ruim porque alguém não gostou do seu pôster".

    Dentre alguns dos nomes confirmados na Comic Con deste ano estão os atores Seth Rogen, Mark Wahlberg, Keanu Reeves, Jeremy Piven, Jennifer Connelly, Jason Statham, Samuel L. Jackson, Kiefer Sutherland, Steve Coogan, Chris Evans, Dakota Fanning, Eva Mendes, Kristen Stewart, Mila Kunis, Rainn Wilson, Kim Kardashian, Carmen Electra; os diretores Zack Snyder, McG, John Moore, Guy Ritchie, James McTeigue; e o produtor Joel Silver.

    Adicionalmente a tv vai ter presença marcante com apresentações de "Lost" e "Heroes" acontecendo no maior pavilhão do local. A Warner Bros Tv vai apresentar "Fringe", drama de ficção que estréia em setembro na Fox. O estúdio também vai exibir o piloto da série no centro de convenções e em um cinema da área.

    Em anos anteriores a WB Tv havia exibido "Chuck", "Pushing Daisies" e "The Sarah Connor Chronicles".

    "Vimos o impacto online imediatamente", diz Lisa Gregorian, vice-presidente executiva de marketing para o bráco telvisivo da Warner Bros. "O boca a boca agora impacta 100 que impactam 1000. As redes sociais permitiram que um fã impacte mil potenciais telespectadores".

    Mas onde fica os quadrinhos nisso tudo?

    Há um certo receio entre o público de que o evento tenha perdido o foco tendo sido tomado por Hollywood se transformando mais em um festival de filmes e tv do que de quadrinhos.

    Mas Glanzer (diretor de marketing da Comic Con) diz que os filmes e as séries correspondem a 22% da programação. O restante consiste de paineis que discutem os caminhos de como entrar para o mundo dos quadrinhos, ou como se tornar um animador, realizador ou escritor, o que permite que a Comic Con funcione como um evento educacional sem fins lucrativos.

    *-*-*-*-*

    E a vontade de ver isso tudo de perto só aumenta...

Um comentário:

  1. Em 2010 eu vou lá... Pelo menos é o que eu quero de 15 aninhos, mas estou em um empate técnico entre a Comic Con e a Disney...

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