X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine)
Tudo que sei sobre Wolverine aprendi durante a adolescência com aqueles desenhos que passavam na Globo e com (as poucas) leituras dos quadrinhos onde o personagem efetivamente nasceu. Ainda assim, não precisava ser nenhum gênio para saber que as tais origens de Wolverine no cinema certamente não seguiriam à risca aquela criada por Lein Wein na década de 70. Considerando esse panorama, a verdade é que as origens propriamente ditas de um dos personagens mais famosos da Marvel funciona bem na telona, ainda que a metade final do filme descambe para a porradaria inócua.
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Dirigido por Gavin Hood (de Tsotsi, filme vencedor do Oscar de filme estrangeiro em 2006) e roteirizado pela dupla David Benioff (Tróia) e Skip Woods (Hitman), X-Men Origens: Wolverine sempre foi, desde sua pré-produção, um filme de estúdio com a clara intenção de dar continuidade à franquia dos mutantes e sobretudo de dar exposição máxima ao seu protagonista, Hugh Jackman, que também foi produtor do filme. Jackman, aliás, não decepciona no papel que o lançou ao estrelato em 2000 e continua conferindo complexidade ao personagem, que nesse filme divide a ação com um Dentes de Sabre (o ótimo Liev Schireber) muito mais interessante que aquele visto no primeiro filme dos X-Men.
O grande (e decisivo) problema do filme no entanto é que ele deixa uma forte impressão de ruptura entre a 1ª parte e a 2ª e última. É como se vissemos dois filmes num só. A primeira investe no desenvolvimento de personagens e cria um universo crível (a relação íntima, mas conflituosa entre Logan e Victor é o carro chefe disso), ainda que fantástico, enquanto a segunda ignora a complexidade do personagem preferindo dar foco à viradas desinteressantes e à ação descerebrada (ainda que cheia de efeitos visuais bacanas) que só serve para fazer referências aos X-Men que se formariam no futuro, vide a aparição de Ciclope e mais tarde do professor Xavier.
Em suma, X-Men Origens: Wolverine envolve graças à seu início e no geral diverte, mas se tivesse sido feito antes da trilogia encerrada em 2006, arrisco dizer que teria sido também o último da franquia. Como não é o caso, é certo que teremos um Wolverine 2 que torço, seja bem melhor que esse.
Cotação:
Anjos & Demônios (Angels & Demons)
Objetivamente, ler um livro de Dan Brown (e agora ver o filmes inpirados em suas obras mais famosas) é como ir ao McDonald’s comer um Big Mac. Certamente vai te dar uns instantes de prazer, mas no fim a experiência não terá sido nada nutritiva. E é exatamente isso que acontece ao se assistir a adaptação de Anjos & Demônios, filme que no fim das contas é um entretenimento meramente fast food e nada mais.
Roteirizado por David Koep e Akiva Goldsman, e dirigido por Ron Howard (também diretor de O Código Da Vinci), o filme funciona como uma espécie de sequência indireta para o primeiro filme ainda que no livro a trama deste ocorra antes do Código. A decisão em si é até interessante já que ao colocar Robert Langdon (Tom Hanks sem o terrível mullet) como única alternativa de ajuda para a Igreja Católica frente à crise que se instala no Vaticano em pleno conclave, ela explora, ainda que superficialmente, o paradoxo da fé que recorre à ciência para resolver um problema.
Embora transmita adrenalina em boa dose e desenvolva bem sua ação central, Anjos & Demônios falha ao insistir em viradas e surpresas que não seguem uma linha lógica. Assim, sendo apresentadas na urgência de cenas rápidas, não dá nem tempo de (tentar) racionalizar qualquer entendimento. Porém, tão logo o filme termina, a sensação de ter sido enganado é tão grande que você nem se espanta com a ‘grande’ virada final quando o vilão por trás da conspiração que usa os Iluminatti como inimigo da Igreja Católica é revelado.
Além disso, fica claro que Anjos & Demônios investe na construção de uma trama que soa mais complexa do que de fato é. E nisso, o roteiro de Koep e Goldsman se dedica de forma até exagerada, diria eu, em criar falsas expectativas na tentativa de conferir mais importância às revelações que vão sendo feitas (vide o arco do Cardeal Strauss e a do próprio Camerlengo). A verdade porém, é que não demora muito para que o espectador mais atento perceba que o thriller exige, com o perdão do trocadilho que a trama permite, muita fé para que se compre tudo o que vemos na tela. E sem isso, não há filme que resista.
Cotação:
Star Trek (Star Trek)
Para os fãs da série clássica e dos filmes que dela vieram, o novo Star Trek dirigido por J.J Abrams (Alias, Lost, Missão Impossível 3) e roteirizado pela dupla Roberto Orci e Alex Kurtzman (colaboradores de Abrams na série Fringe) certamente remete à nostalgia e à clara sensação de reboot. Para os iniciados, como eu, que pouco conheciam do universo criado por Gene Roddenberry, a sensação é outra: a de se testemunhar o nascimento de uma franquia novinha cheirando a tinta e que sabe mesclar elementos certos para criar uma trama envolvente e que garante muita diversão.
Como grande mérito do filme aliás, vale destacar que, de uma forma geral, Star Trek tem tudo para agradar tanto os fãs veteranos quanto os iniciados. Ao decidir contar a história da formação da tripulação da Enterprise, meclando à narrativa a viagem no tempo como parte da trama, o roteiro de Orci e Kurtzman espertamente consegue tanto apresentar e desenvolver aqueles personagens clássicos de forma natural, para quem nunca os tinha visto, bem como corroboram aspectos inerentes a Kirk, Spock e cia. E ainda fazem uma homenagem direta aos intérpretes originais usando Leonard Nimoy como um dos pontos chave da trama.
Somando-se a isso, a direção equilibrada de Abrams confere ritmo à trama sem nunca permitir que os belos efeitos visuais se sobreponham à história. Contando ainda com atuações equilibradas e bastante satisfatórias de boa parte do elenco (com destaque para Zachary Quinto como a versão jovem de Spock), Star Trek literalmente abre um novo capítulo na história da saga estelar de forma surpreendentemente renovadora. Não é à toa aliás, que o filme tem recebido boa resposta tanto de público quanto de crítica, um casamento cada vez mais raro e incomum quando o assunto é blockbuster. Se ainda não viu o filme, corra para o cinema mais próximo e surpreenda-se você também.
Cotação:
Gostei da idéia do 3 em 1! ;D
ResponderExcluirÉ interessante saber mais sobre o filme antes de assistir! ^^
Dude, boa nova sessão.
ResponderExcluirCom os primeiros X-mens fui com muito gosto ao cinema, mas o Wolverine não me atraiu até hoje. Acho que é uma sensação de caça-níquel no ar. Se der certo teremos Origens de tudo quanto é mutante da Marvel. De qualquer forma um dia verei em vídeo.
Já Anjos & Demônios pago para não ver. Código da Vinci foi horrivel de chato. Um filme frio, mesmo abarrotado de mistérios. E até hoje não vi uma crítica animadora. Esse verei só por comodismo de não sair do lugar quando passar na Globo.
Agora, destas três sequências, a melhor, é justamente um reboot. Star Trek é um bom filme pipoca. Em termos de roteiro é fraco e enganador. Orci e Kurtzman cada vez mais provam que não sabem escrever. Antes eu achava que eles tinham feito aquele bomba chamada Transformers porque Michael Bay não exigiu nada deles, agora, mesmo com o cacife do J. J. Abrams não melhoraram, então, sinto muito. Star Trek somente se salva (e realmente é muito bom) pela condução de Abrams, que já provou que sabe filmar ação e personagens lá com o piloto de Lost. Star Trek fosse filmado por outro, seria bem sem sal, como por exemplo, Gavin Hood, de Wolverine.
Gostei bastante de Star Trek e do X-men Origins: Wolverine. Agora, Davi, acho que você foi um tanto generoso com Angels & Demons. Eu li o livro, adorei, mas achei super broxante o filme, do mesmo jeito que rejeitei o filme do Codigo da Vinci. Mudaram o final! Como assim? Espero sinceramente que não adaptem Fortaleza Digital.
ResponderExcluirSe perguntarem pra quem não leu o livro o que acharam do filme, a maioria vai dizer que gostou, que o filme é super massa, enfim...
Davi, sempre acompanhei teu blog sobre Lost e agora me viciei neste, que ao meu ponto de vista é mais interessante até, por envolver o mundo do cinema.
ResponderExcluirDito isso, adorei ler seu texto sobre o Wolverine e o Anjos e Demônios, que, aliás, ficou mais pra Anjos e "Pessoas um pouco más".
Já o Wolverine, pra mim, que assisti a versão chinelona a quase 2 meses atrás, também ficou aquela impressão de que faltou algo que ligasse a primeira metade com a segunda. Até ler seu texto não conseguia definir o que era, mas com certeza o roteiro foi falho em diversos momentos e personagens foram apenas "jogados" na trama.
Quanto ao Star Trek minhas expectativas são maiores, ainda não vi a película e nem li o seu texto.
De qualquer forma parabéns por manter o ótimo nível de produção textual e conteúdo.
Abraços, Alessandro (Novo Hamburgo/RS)
Obrigado pelo feedback pessoal. É sempre interessante ver como um filme pode provocar visões tão distintas e é por isso que o cinema consegue ser tão mágico, né?
ResponderExcluirA minha ideia para o Dude News é integrar cada vez mais comentários de filmes e para isso a resposta de vocês com opiniões, elogios ou críticas é sempre um incentivo :)
Abraços a todos!
Davi,
ResponderExcluirnão sei se foi o curso, ou se já era assim, mas o fato é que suas críticas estão muito boas. Super bem escritas, com início, meio e fim, comentários pertinentes e enxutos. Pra mim esse é o tamanho ideal de crítica, que fala o que tem que dizer mas não é longa o suficiente pra desencorajar leitores preguiçosos. Estou oficialmente com inveja.
Abraços!
Hahaha valeu Bruno! Tô muito longe de me considerar um crítico, mas é fato que o curso do Pablo me deu muitas ferramentas novas para apurar o texto. Acredito que isso seja um processo de construção e melhoria contínua que só vem com a prática.
ResponderExcluirGrande abraço!
doa 3 só vi Anjos e Demônios, o filme somente é interessante para ver os lugares que o Lagdon vai para procurar os Preferiti, nada mais!
ResponderExcluirOrigens: Wolverine me levou ao cinema por ser um filme blockbuster. Não esperava nada além de Hugh Jackman, mas até me surpreendi com o filme. Achei bacana.
ResponderExcluirAnjos e Demônios eu assisti realmente para ver o livro passado ao cinema, pois é um livro muito cinematográfico, mas eu não vi o livro no filme. Saí um pouco decepcionado, mas quem não leu o livro, sai do cinema com um gostinho bom na boca.
Já a sensação dos primeiros Blockbusters do ano é, sem dúvida alguma, Star Trek! Eu também sou um iniciante nos personagens da Enterprise, e não tinha muita vontade de ir assistir o filme (acho que essa vontade não veio devido a fotos daquelas orelinhas arrebitadas), mas pelas críticas, decidi ir. Fui sozinho, pois como meus amigos diziam: Deve ser brega. Mas saí do cinema extasiado! Assisti 2 vezes! Sensacional!
Gostei muito desse 3 em 1. Assisti aos três filmes e, com relação a: Wolverine, eu esperava mais, o filme meio que me frustrou um pouco; Anjos & Demonios, concordo contigo, em gênero, número e grau, pior o final me deu uma raiva homérica; Star Trek, o melhor, para mim foi como voltar a infância, e, foi uma grande sacada dar a série um novo começo, e mais ação. Já vi duas vezes inclusive! :-)
ResponderExcluirDavi, nada a ver com o post, mas vai rolar dudecast sobre os finais de temporada? espero que sim!
ResponderExcluirOi di. vai sim. Assim que a edição terminar colocaremos no ar ;)
ResponderExcluirAbraço!
Mal, Davi, odeio dar uma de chato no meio de tantas críticas boas. Diversão é com S não com Ç.
ResponderExcluirPronto, era só isso. Sim as críticas foram ótimas mesmo, só é uma pena que os leitores desse blog só gostem de filmes-pipoca. Um comentário acerca de Entre Les Murs, por exemplo, não machucaria, não é?
Não tem nada de chato nisso Vinícius. Eu é que tenho que ser mais atento na revisão do texto :/
ResponderExcluirSobre comentários de filmes alternativos ou mais vanguardistas, tenho a intenção de dar espaço a eles também. Os pipoca invariavelmente ganham mais atenção porque são os que a maioria assiste, mas eu gosto e vejo de tudo.
Abraço e obrigado pela visita!
Davi,
ResponderExcluirFez curso com pablo vilhaça?
Beleza, mas não vire um chato arrogante que nem ele ok? que basicamente acha que todo filme tem que ser denso e realista e por conta disso não aceita que certos filmes são apenas pra divertir o público.
Sobre Anjos & Demônios:
ResponderExcluirEu li o livro e gostei bastante. Apesar q não gostei tanto do final do livro e menos ainda do final do filme (q mudaram por sinal =/). O Código Da Vinci teve um final melhor, tanto no livro, como no filme. Alías, no Código teve menos mudanças na adaptação do roteiro do q A&D. Me irritou bastante terem elimimado o diretor do CERN, Maximiliam Kloler, terem trocado Leonardo Vetra (Pai de Vittoria) por um personagem qualquer... Gunther Glick, o reporter da BBC até q entendo não tere entrado, afinal a trama é mais densa, no filme não ia ar tempo de mostrar tudo. E o Hassassin no livro é o cara, no filme ficou deixou muito a desejar, enfim... Quem leu o livro esperava muito mais, quem não leu fica até sem entender...
Eu li o livro Anjos & Demônios e após terminar de assistir o filme fiquei estarrecido com muitas coisas.
ResponderExcluirA falta do cientista do CERN que usa cadeira de rodas mega-equipadas, o grande clímax do Robert Langdon no helicóptero sozinho com a antimatéria e como escaparia de tal situação, pra mim era o momento mais aguardado do filme que não existiu e, principalmente A NÃO REVELAÇÃO BOMBÁSTICA contra a Igreja Católica!
Não que eu acredite nisso, mas o filme simplesmente não disse nada a respeito, não explicou o porquê do Papa ter apoiado a ciência!!!
Os caras dão uma suposta revelação no 1º filme de que Jesus foi casado e teve filhos e nesse 2º não revalam (supostamente) que o Papa teve um filho através da inseminação artificial ?!?!
O medo de causar [mais] polêmicas.....