segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Karate Kid (2010)

E não é que o remake de Karate Kid com Jaden Smith e Jackie Chan é um filme bem interessante e divertido no final das contas? Sim, tem suas falhas aqui e ali (com suas 2h:20 de duração é longo demais, por exemplo) e tá longe de ser um filmaço, mas também é uma produção que consegue tanto homenagear o original quanto expandir sua trama num ambiente inteiramente diferente (a China) usando o choque de cultura de forma ainda mais decisiva para a construção da relação de um jovem inseguro e seu improvável professor.

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    Confesso que antes de ver o filme achava uma tremenda forçação de barra essa história de transformar o karate kid num kung fu kid, mas bastou assistí-lo para notar o óbvio: se em termos de conceitos de sabedoria oriental a arte chinesa se equivale ao karate japonês, em termos de coreografia o kung fu funciona muito mais para o público de hoje tão acostumado à ação mais acelerada aumentada pelo CGI, que aqui se mescla a algumas belas sequências em cartões postais da China.

    Contudo, o que realmente faz o filme funcionar é a interação desenvolvida entre Jaden Smith (que parece cada vez mais um clone do pai em miniatura) e Jackie Chan. Enquanto o primeiro confere conflito e fragilidade bastante crível a Dre, um pré-adolescente americano recém chegado à Pequim onde rapidamente se vê vítima de bullying, o segundo, absolutamente comedido em sua interpretação, confere ao Sr. Han um carisma quase tão forte quanto o do Sr. Miyagi feito pelo saudoso Pat Morita do original.

    O único problema desse Karate Kid (além da já mencionada longa duração) é que embora invista em pequenas boas mudanças como a de diminuir a idade de seu protagonista, emula de forma exagerada muitos pontos da narrativa do filme original, o que de certa forma acaba diminuindo um pouco a graça para quem conhece ou lembra bem da história do filme de 1984. Observação feita, se você entende que isso não é uma grande questão, deve facilmente se empolgar com vários momentos do filme ou se ver torcendo pelo jovem Dre além de se empolgar com a sequência de luta final que supera muito a do filme original (o golpe da garça é fichinha perto do que vemos aqui).

    Karate Kid definitivamente tem falhas e podia ser mais ousado, mas me parece bem razoável dizer que cumpre bem a tarefa de (re)apresentar a história de um dos filmes mais marcantes da década de 80 para as gerações atuais. Agora, por favor Will Smith, providencie para que a inevitável sequência se chame Kung Fu Kid pelo menos, né?

    Cotação:

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