A opinião positiva
Para Brian Zoromski do IGN, '24 Horas: Redenção' é uma experiência única e  bem-vinda quando comparada com a exibição tradicional da série. Ocorrendo  em grande parte no país fictício de Sangala, encontramos um Jack Bauer em  busca de um sentido para a vida e que andou viajando pelo mundo fugindo de  uma intimação para se apresentar num subcomitê do senado americano. O  início do filme apresenta um pouco de salto temporal, mas a maior parte da  trama ocorre no formato de tempo real da série (logo no início é dito que  os eventos ocorrem entre 15 e 17h). O fato de estarmos vendo Jack Bauer em  um cenário diferente daquele de Los Angeles é uma mudança de ritmo  renovadora, já que numa temporada normal é praticamente impossível para  Jack estar em outro lugar que não seja os EUA (com exceção de algumas  curtas viagens ao México tempos atrás).
Redenção conta a história de Jack no meio de um golpe militar em que um  tirano chefão de milícia tenta 'recrutar' crianças para transformá-las em  soldados. Jack esteve trabalhando como missionário com seu antigo colega  Carl Benton (Robert Carlyle) e eles tem um grupo de crianças sobre seus  cuidados, que se tornam alvo da milícia. Há algumas cenas de ação muito  boas aqui; do tipo que os fãs da série já se acostumaram a esperar, com  Jack Bauer essencialmente se tornando o exército de um homem só. Ele está  praticamente bem solitário dessa vez. Não há CTU, não há ninguém dando  reforço; é apenas Jack se virando sozinho, avaliando a situação e  enfrentando o inimigo. É quase um Duro de Matar na África sem as piadinhas  de Bruce Willis.
Intercalada com a ação em Sangala, há uma série de cenas em Washington que  nos introduz a vários personagens que também veremos quando a 7ª temporada  estrear em janeiro. Tomando posse como presidente dos Estados Unidos  durante Redenção está Allison Taylor (Cherry Jones); também conheceremos o  marido dela Henry (Colm Feore), o filho Roger (Eric Lively) e a filha  Olivia (Sprague Grayden). Nesse interím também conheceremos um homem que  está orquestrando coisas bem ruins; um homem que Jack provavelmente irá  encarar em algum ponto do sétimo dia: Jonas Hodges, feito pelo veterano  Jon Voight.
Como muitos episódios de 24 Horas, Redenção também tem sua fatia de  diálogos tolos e cenas paradonas (a maioria ocorre em Washington), mas  elas são bem balanceadas com as sequências de ação e algumas poucas cenas  emocionais envolvendo Jack, permitindo que Kiefer Sutherland mostre todo  seu talento deixando o lado humano de Jack Bauer surgir. Há uma penca de  personagens que ficaremos felizes de não voltar a ver, já que eles parecem  confinados ao telefilme e não devem aparecer na 7ª temporada. Dentre eles  há um garoto chato, um oficial da Nações Unidas que foi feito para parecer  o maior covarde de todos os tempos, e um empregado 'mala' da embaixada  americana em Sangala.
O verdadeiro objetivo de Redenção parece ser o de fazer a introdução para  novos personagens e a situação em Sangala, e isso não é uma coisa ruim. Ao  apresentar novos personagens, mostrando uma nova presidente, um vilão, e  alguns bons coadjuvantes, a 7ª temporada de 24 Horas pode entrar direto na  história que envolve tudo isso. 24 Horas: Redenção atiça nosso apetite  mais uma vez para ver Jack Bauer fazendo justiça. Que venha o sétimo dia.
A opinião negativa
Rene Rosa do UGO, começa seu texto destacando que os primeiros minutos de  Redenção que mostram a milícia de Sangala recrutando/sequestrando crianças  para seu exército, não ocorrem em tempo real pela primeira vez na história  da série e segue sua análise dizendo o seguinte: o ritual de iniciação  entre os soldados veteranos e os 'novatos' é um pouco assustadora,  refletindo parte da triste realidade do mundo em que vivemos.  Infelizmente, justamente quando a cena poderia ser impactante, o clima se  quebra quando as crianças começam a cantar uma música num inglês bem  'macarrônico' por tempo demais.
Quando Jack aparece rapidamente entendemos o significado do título dessa  produção. Um jovem garoto está mexendo em sua bagagem e encontra uma  echarpe indiana quando Bauer entra no quarto. O garoto iria levá-la e diz  a Jack que a peça era "bonita para uma garota." Jack então em tom quase  depressivo fala para o garoto que iria levar aquilo para sua filha, Kim  Bauer, quando voltar para casa. O garoto então pergunta quando isso  ocorreria e Jack lhe diz nunca e em seguida fala para ele levar a echarpe.  Por que diabos o garoto quer essa echarpe? Bem, vamos chegar lá daqui a  pouco.
Logo em seguida é revelado que Jack está vivendo como missionário tentando  se redimir das transgressões de seu passado enquanto ajuda Carl Benton, um  antigo amigo das Forças Especiais que agora cuida de crianças africanas  que precisam de ajuda. Essa introdução sobre a nova vida de Jack Bauer é o  exato momento em que algumas coisas bem convenientes começam a surgir.  Primeiro: quando o amigo de Bauer é apresentado como um ex-soldado, você  sabe logo de cara que ele vai lutar com alguém em algum ponto e isso  convenientemente explica como ele sabe atirar e derrubar alguns oponentes.  Em segundo lugar, as únicas crianças que eles cuidam são garotos. Não há  nenhuma menina à vista, o que te leva automaticamente a assumir que eles  vão ser sequestrados pelos milicianos. Em terceiro, a conviniência que  mais incomoda tem a ver com aquele garoto idiota e sua irritante obsessão  pela echarpe. Não tenho a menor idéia do porque ele queria tanto aquele  negócio e nenhuma explicação é dada, mas seja lá qual for a explicação, a  verdade é que seu egoísmo estúpido acaba levando alguém à morte.
Sei que pode parecer que estou sendo severo demais nisso, mas  realisticamente, esse episódio estendido não precisava existir.  Honestamente qualquer coisa importante que surja de 24 Horas: Redenção  poderia ser inserido dentro de um episódio normal. Portanto o que acontece  de verdade nesse telefilme?
O que essa história toda faz é proporcionar um caminho para que Jack Bauer  ajude inocentes, seja capturado ao salvar algumas crianças, saia de herói  e pego pelo governo americano de novo. Sim, basicamente é isso.  Resumidamente, Jack é torturado pelos chefões da milícia que pegam as  crianças, escapa, mata a maioria deles, se reune com seu amigo para ajudar  a levar as crianças para a embaixada americana para que eles possam ficar  em segurança durante uma evacuação. Bauer no entanto não pode fazer o  percurso completo porque se o fizer, será pego pelas tropas já que fora  intimado para ser julgado sobre o uso excessivo da força durante ações  anteriores. É nesse momento que o garoto 'mala' deixa cair o artifício  estúpido da trama (sim, a echarpe) e corre de volta para pegá-la, fazendo  com que Carl Benton o siga para protegê-lo. Ao fazê-lo, Carl pisa numa  mina terrestre e percebe que não pode se mexer ou tudo explode. Aí é claro  que ele fica de herói e diz a Jack para pegar as crianças e levá-las em  segurança enquanto ele atrai os milicianos para perto quando então  explodiria tudo.
Jack então precisa levar as crianças em segurança sozinho sabendo que o  único jeito de lhes garantir asilo político é se for com eles. E antes de  tudo acabar, vemos um pequeno acontecimento em Washington que pode levar a  coisas maiores na série. Um amigo do filho da presidente é morto no dia da  posse quando descobre que seu chefe está financiando um conhecido  terrorista (o personagem de John Voight). De alguma forma, agora sabemos  que o filho da presidente estará envolvido na grande trama do 'Dia 7'.
De uma maneira geral, a trama de 24 Horas: Redenção é claramente uma  tentativa de explicar o gap entre a 6ª e a 7ª temporada os mais rápido  possível. Pena que não faça justiça à série. O fato de ter sido escrito e  filmado depois do início da temporada que ele precede, limita muito o que  poderia ter sido feito. Apesar disso, espero que por ter assistido esse  telefilme eu tenha alguns momentos "Ah sim, isso tem a ver com o que  mostraram antes" durante a nova temporada. Não me entendam mal, há alguns  bons momentos de Jack Bauer nesse telefilme, mas infelizmente os ruins  pesam mais. Talvez por gostar tanto dessa série, eu tenha me desapontado,  mas depois da longa espera, será que eles não deveriam ter feito algo  mais instigante em vez de algo apenas razoável?
24 Horas: Redenção será exibido no dia 23 de novembro nos EUA e provavelmente em janeiro no Brasil
Eu ia ler até você avisar que tem spoiler hahahaha.
ResponderExcluirVou esperar, depois que eu assistir volto aqui e vejo se concordo com os textos.
vlw Davi
abs!
Olha, Davi, só por você se dispor a traduzir esses textos relativamente grandes, já mostra o quanto você se importa com os fãs deste blog(e creio que esse deve ter sido o primeiro site brasileiro de séries a noticiar isso). Por isso mesmo, cada vez gosto mais do Dudenews. Tenho vindo aqui com cada vez mais frequência, embora praticamente não comente, mas tentarei fazer isso com mais frequência, pois eu sei o quanto esse feedback deve ser importante pra vocês.
ResponderExcluirQuanto ao texto sobre o telefilme, confesso que só li sobre a parte positiva pra evitar os spoilers. E, apesar de fã da série, não tenho muitas expectativas não. Se a idéia for basicamente mostrar Jack ajudando criancinhas na África, creio que não será nada demais. Mostrar o quanto Jack é altruísta e bondoso não é nenhuma novidade. Essa é uma característica que já estamos cansados de ver. Espero, portanto que a trama presidencial agrade, porque não acho que as "aventuras de Jack Bauer na África" farão isso.
Grande abraço.
Tá certo Kbssa :p
ResponderExcluirObrigado pelas palavras e principalmente pela visita, Rodrigo :)
Sobre o telefilme, confesso que estou ansioso para ver, mas não crio expectativas demais. Qualquer coisa de 24 Horas já vale muito pela ação desenfreada e pelo contínuo clima de conspiração e não há escorregões que acabem com isso. Além do mais, mesmo que saibamos que Jack é um sujeito altruísta, imagino que vai ser bem interessante vê-lo atuando em um cenário diferente, o que por si só já seria um grande atrativo independente da história contada.
Abraço!
Pensei em não ler a opinião negativa, mas como sempre não consigui...
ResponderExcluirRealmente essa segunda parte do texto conta tudo do Telefilme, mas também é a que expõe as questões mais relevantes.
"O fato de ter sido escrito e filmado depois do início da temporada que ele precede"...não sabia dessa informação até ler o post e achei estranho. De qualquer forma, desde que soube do Telefilme o considerei um risco. Espero que as "falhas" relatadas não manchem a 7ª temporada, pois mesmo achando um risco, confesso que também estou ancioso pra ver Jack Bauer em um cenário diferente.
Valew