terça-feira, 2 de março de 2010

Surpresas da 3ª temporada de Damages, decepções da 8ª de 24 Horas e a estreia de Parenthood

*** Com spoilers para quem não segue a ordem de exibição da tv americana ***

Além de mostrar o progressivo envolvimento desesperado de Tom Shayes (Tate Donavan) no processo da fraude que atingiu-o pessoalmente e o levará à morte (como visto na estreia), um dos aspectos mais fascinantes que essa 3ª temporada de Damages tem explorado além do novo(?) papel de Ellen Parsons, é a figura de Joe Tobin, um homem que dividido pelo conflito de fazer o que seria certo, e aquilo que seria melhor para sua família, acaba optando por caminhos obscuros que o fazem ignorar qualquer moral (sem fugir do preço a ser pago por isso, claro) para usufruir do lucro que o rombo perpetrado por seu covarde pai pode render. Dito isso, sei que tem gente que nem tá dando bola para esse pedaço da trama, mas particularmente tenho gostado muito do trabalho do Campbell Scott, que sem maiores estardalhaços vem vendendo muito bem um personagem assombrado pela fragilidade, mas que ao mesmo tempo consegue ser ameaçador, simplesmente porque nunca dá dicas de quais serão seus próximos passos, algo que inclusive se reflete na trama da série de uma maneira geral. Fora isso, ver Patty Hewes jogando e manipulando as peças (vide o teste que fez com sua nova funcionária) é inegavelmente um recurso sempre interessante, sobretudo por conta da competente atuação fria, mas incisiva da ótima Glenn Close. Metade da temporada se foi e não faço a menor ideia do que vem pela frente, e para ser sincero nem tento adivinhar, afinal, com Damages o prazer de ser surpreendido a cada nova revalação ou virada continua sendo o grande charme da série. Quem não assiste não sabe o que está perdendo.

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    Em muitos aspectos, as três temporadas mais recentes de 24 Horas deixam sempre um gosto de déjà vu no ar, quase como se fossem um remake de anos anteriores (quantas vezes vimos o/a presidente discutindo as possíveis casualidades de um ataque?). O assunto principal – uma grande ameaça terrorista – obviamente não é o problema, afinal, a série só existe por conta disso, mas outros elementos enfraqueceram a produção, e as mudanças de cenário (antes Washington e agora Nova York) infelizmente não fizeram muita coisa em prol da série como seus produtores/roteiristas imaginavam e gostariam. Fato é que lá se vão 10 episódios desse 8º dia, e o ponto é que até aqui as decepções foram mais frequentes do que os vários momentos empolgantes que a série já rendeu antes e parecia destinada a repetir baseado no início dessa temporada. Além disso, os roteiristas da série parecem ter se rendido mais aos exageros para resolver pequenos conflitos na trama (como o fato de Jack já ter sido torturado 2 vezes por pessoas diferentes em menos de 8 horas e o da CTU desarmando um homem bomba remotamente como o episódio 10 mostrou). E o que dizer dos coadjuvantes? Antes figuras fortes na trama através dos bons vilões, dos ocupantes da presidência (que saudade de David Palmer) ou dos outros membros da CTU, eles agora se resumem (com raras exceções né, Chloe?) a figuras apagadíssimas, desinteressantes, chatas e em alguns casos até mesmo irritantes como é o caso de Dana Walsh (um personagem que desperdiça o talento de Katee Sackoff). Honestamente espero ter interpretado mal as intenções dos roteiristas e produtores de 24 Horas nessa temporada, mas considerando o que vimos até aqui, não me parece injusto dizer que ela foi mal planejada comentando um pecado quase imperdoável: relegar seu protagonista a segundo plano em boa parte da ação. Nesse panorama, a dúvida que fica é uma só: será que Jack Bauer sozinho conseguirá salvar o dia e a série de um fim decadente?

    E para encerrar o post, vale lembrar que nessa terça-feira, 02 de março, rola estreia da nova versão de Parentohood nos EUA. Para quem está por fora, essa é a 2ª tentativa da rede NBC em replicar o sucesso do filme de mesmo nome dirigido por Ron Howard (Uma Mente Brilhante, O Código Da Vince) e estrelado por Steve Martin e Diane Wiest (a Gina de In Treatment) no final da década de 80. Traduzido no Brasil com o subtítulo ‘O tiro que não saiu pela culatra’(!?!?), e sem ignorar o bom humor, Parenthood girava em torno dos conflitos e dramas de pais e suas dificuldades para educar os filhos.

    Com a boa recepção que o filme teve nos EUA, uma série chegou a estrear na NBC em 1990 com Leonardo DiCaprio (então só um moleque desconhecido) no papel de um dos filhos da trama e com Joss Whedon como um dos roteiristas, mas a transição da telona para telinha não funcionou na época e um cancelamento prematuro ocorreu. Agora, passados quase 20 anos, a mesma NBC aposta em nomes famosos como Peter Krause (Six Feet Under), o veterano Craig T. Nelson e Lauren Graham (a Lorelai de Gilmore Girls) e muitos outros para transformar Parenthood num novo sucesso. A receita original é boa. Resta saber se a mistura fará jus.

5 comentários:

  1. Ainda não vi os episódios desta semana de Damages e 24, mas até onde vi das duas séries concordo plenamente com o que você falou.

    Particularmente em relação a 24, você leu meus pensamentos... Que saudade do presidente Palmer!

    Aliás, acho que o maior erro de 24 foi matar muitos dos personagens marcantes. Tá certo que isso sempre foi uma marca da série, mas eles exageraram nas mortes e não conseguiram criar substitutos à altura.Em Lost os roteiristas também matam vários personagens e criam outros, porém os personagens novos normalmente mantém o nível dos originais.

    Quanto ao vilão... bom, depois da Nina Myers ficou difícil substituir... :-)

    Abraço!

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  2. Davi!!! Já li várias vezes você falando bem de Damages. Vou passar a assistir!! Deve ser ótima mesmo.

    24 Horas é sempre a mesma coisa. Assisto porque gosto do Bauer. Sempre pego todos os episódios da temporada e vejo de uma vez.

    Aqui, você sabe quando volta Dexter? A quarta foi a melhor temporada da série e teve o segundo melhor final de temporada que eu já vi em uma série. Só perde pro inesquecível final da 1 temporada de LOST.

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  3. Mais uma temporada de 24 horas sofrendo da "maldição da temporada par". Será possível? Eu estava daqui bem pensando que era o único não gostando...

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  4. eba! comentários de 24 Horas hehe

    poxa, sempre sou do contra, adoro 24 Horas, adoro todas as temporadas, essa oitava, vi teh o ep 8 (to baixando o 9 e 10) Renne eh fera. a temporada está mto lokka, mta ação, Renne doidona. Lógico q não eh nenhuma qrta, mas to adorando msm assim.
    sei lah...
    mtas saudades de Palmer e Michelle Dessler, mas 24 Horas continua perfeita (p/ mim neh).

    eh minha série favorita, seguida - não mto atrás - por LOST! adoro os Jack's uahuahua

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  5. Comecei a ver Damages por causa de seus comentários nesse blog e não me arrependi. Essa terceira temporada voltou ao nivel da primeira, está ótima.
    O caso em si, o desfalque mundial do Tobin, já foi um grande atrativo no começo da temporada e sem contar a revelação do primeiro flashforward.
    E ainda ta cada vez ficando melhor e como você falou Joe Tobin está sendo um dos melhores personagens, como foi Arthur Frobisher pra primeira temporada.

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